Aposta da Record, Rodrigo Pagliani fala sobre novo estilo da televisão: “A linguagem mudou”


Rodrigo Pagliani, da RecordTV SP, aparece com frequência em rede nacional (Foto: Divulgação)
Rodrigo Pagliani, da Record Interior SP, cobrirá ausência de William Travassos no 'SP no Ar' (Foto: Divulgação)
Rodrigo Pagliani, da Record Interior, cobrirá ausência de William Travassos no ‘SP no Ar’ durante os próximos dias (Foto: Divulgação)

A televisão brasileira entra em 2015 com uma verdadeira “dança das cadeiras”, ainda mais quando o assunto em questão é a TV Record. O público pode observar grandes mudanças para que o estilo de comunicação seja renovado e, de certa forma, modernizado. Tudo isso não apenas para fidelizar determinada audiência, mas também com o objetivo de afiar o contato entre mediador (o apresentador, neste caso) e telespectador – que está cada vez mais exigente e cheio de ferramentas alternativas, na palma das suas mãos.

Dentro do hall de novas figuras e apostas da emissora está Rodrigo Pagliani, apresentador que a cada dia ganha o seu espaço pelas beiradas. Formado em Publicidade e Jornalismo, o paulista iniciou sua trajetória em uma agência de marketing promocional, mas depois abandonou o mercado publicitário para atuar na comunicação. Em Matão, interior de São Paulo, trabalhou como produtor e repórter da TV Matão. Pouco tempo depois, virou apresentador de um programa vespertino, em paralelo com o trabalho na rádio Saudades FM. Ele ainda ganhou o título de Cidadão da Cidade, em Matão. A partir desse momento, sua carreira direcionou de vez.

Rodrigo Pagliani, ao vivo, durante período no Balanço Geral Manhã, em SP (Foto: Divulgação)
Rodrigo Pagliani ao vivo no Balanço Geral Manhã, em SP (Foto: Divulgação)

Figura carimbada na Record Interior SP, a primeira experiência de Pagliani com o Balanço Geral foi em Bauru (SP), após convite para substituir o apresentador que estava de férias. De Bauru foi convidado para a versão de Franca, e nove meses depois já estava em Ribeirão Preto, agora com abrangência para mais de cem cidades do interior paulista. Durante um período, o paulista apresentou o Balanço Geral Manhã, na sede da Record em São Paulo, cuja participação estendeu-se por mais tempo que o previsto. Fabíola Gadelha ocupou o lugar em novembro, após decisão rápida tomada pela Record.

Hoje a situação se repete e Rodrigo Pagliani substituirá Willian Travassos, no SP no Ar, a partir desta segunda-feira (29), durante as férias do apresentador. Será que ele ganhará espaço nacionalmente depois dessa nova oportunidade? Para explicar melhor, o próprio concedeu uma entrevista exclusiva ao TV Foco há alguns dias, antes de entrar ao vivo no Balanço Geral, em Ribeirão Preto. Ele abordou as perspectivas em torno da carreira, novo estilo da televisão e objetivos para os próximos anos.

Confira a entrevista na íntegra:

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Marcos Martins: Então, Pagliani. Você não é daqui de Ribeirão Preto, não é?

Rodrigo Pagliani: Na verdade sou de São Paulo, e estou no interior há dez anos. Vim para trabalhar em uma TV e acabou dando certo de logo depois trabalhar para a Record. Passei por Bauru, Franca e Ribeirão [Preto], onde estou até hoje. Fiz um pouco desse “tour”. Quando se nasce em São Paulo capital, não dá para ter ideia do que é o interior. Tem uma dimensão diferente, as coisas são muito diferentes, mas digo para você que é uma experiência muito bacana.

M.M.: Essa é uma das minhas dúvidas: qual a diferença de apresentar o Balanço Geral em São Paulo e apresentar aqui, no interior?

R.P.: Muda bastante coisa, principalmente porque aqui ainda não temos o ibope minuto a minuto. Em São Paulo é possível uma dimensão exata, por exemplo, do material que está no ar, se ele está trazendo um bom resultado ou não. Se a população está assimilando, se quer ver isso ou não. Lá se consegue isso de imediato. Aqui fazemos [meio] pela experiência. “Factual aqui, é o que estourou, o mais forte [sic]”. Uma coisa empírica e seguimos essa linha.

E outra: a concorrência é bem diferente. Em São Paulo existe uma concorrência muito focada, emissoras direcionadas. Quando começa o horário, o “negócio” pega! São situações bem diferentes.

M.M.: No caso do Balanço Geral, tem como definir o público exato do programa, aquele que mais se identifica?

R.P.: É o público da hora do almoço. Que trabalha, vem em casa e liga a televisão. Diferente de São Paulo, onde pessoas estão na rua, na hora do almoço. De manhã já saem… O que eu percebi em São Paulo, quando morava lá: você liga a televisão e fica ouvindo. Quando aparece alguma coisa que chama atenção, você vira e assiste. No interior claro que tem isso, mas as pessoas tem mais tempo. Estamos falando de Ribeirão Preto, mas temos mais cem cidades de abrangência. A maneira de passar a informação é diferente. Tenho a dona de casa, aquele que trabalha, o estudante e a criança. É uma coisa bem surreal, pois eu recebo, às vezes mensagens de crianças

M.M.: No Instagram (@RodrigoPagliani) o pessoal comenta bastante também.

R.P.: Sim, e isso para mim é bem bacana, mas temos que tomar cuidado com o que será colocado no ar. De qual maneira lidaremos com isso. E o “Balanço” não tem como alvo esse público infantil. Se você tem esse público assistindo, por alguma razão eles gostam, alguma coisa eles querem… Mas não é um programa com esse propósito. É uma incógnita isso. [risos]

M.M.: Qual é uma característica marcante do Rodrigo?

R.P.: É difícil fazer uma autoanálise. [risos]

M.M.: Sempre é…

R.P.: É muito complicado. O que eu falo para você?… Me classifico como uma pessoa tranquila, converso com todo mundo. Lógico que não dá para atender a todos. Quando passo pelas ruas, as pessoas fazem questão de conversar. Um “oi”, um abraço. É a simplicidade mesmo. Até porque o que a pessoa verá na televisão é um ser humano, com os mesmos problemas que ela, que acorda cedo, uma vida particular… As pessoas misturam, às vezes. Sou um ser humano como outro qualquer. Você fez uma pergunta bem complicada. [risos]

M.M.: Então, como é, mais ou menos, a rotina de trabalho aqui em Ribeirão Preto?

R.P.: Por ser uma estrutura como esta, chego aqui por volta de 6h30. Faço a preparação para os links de São Paulo porque dou suporte à equipe, para que eles saiam e façam as reportagens que precisamos. Links para o “SP no Ar”, “Fala Brasil”, enfim, para o que precisar. Depois venho para a redação, converso com o editor-chefe e definimos o conteúdo para o programa.

M.M.: Recebi a informação de que você substituirá o Willian Travassos por alguns dias.

R.P.: Você já está sabendo disso aí, não é?! [risos] Fui para São Paulo ficar uma semana, mas fiquei quatro meses e meio. Lógico que gosto de ser lembrado. De todos os apresentadores da Record em São Paulo, escolheram o Pagliani. Gostei muito, foi um tremendo aprendizado. Algo bem diferente. A linguagem, a cobrança… Uma coisa que acabou dando certo, por algum motivo. Ainda mais em São Paulo que, quando as coisas não fluem bem…

M.M.: Eles cortam.

R.P.: Confesso para você que no começo tive um pouco de dificuldade de adaptação, pela própria linguagem. Conheço a cidade, mas fiquei dez anos longe. Andava muito de metrô, de ônibus, sempre morei na zona sul. Foi um processo rápido para me readaptar. O tempo passou e eles [a direção de jornalismo] me deram essa oportunidade, me encaixaram um pouco mais nesse programa [Balanço Geral SP Manhã]. Voltei para cá por uma questão estratégica, e agora veio essa notícia. O William é um grande profissional, somos amigos e conversamos bastante até antes de eu ir para São Paulo.

M.M.: Você participa várias vezes pelos links, e interage bastante com o William.

R.P.: Com ele sempre foi. O SP no Ar fazemos quase todo dia. Claro que, depois de uma notícia dessas, após passar tudo o que passei, ter trabalhado com as pessoas, ver como funciona e que não é mais um “bicho de sete cabeças”, acaba sendo mais fácil de lidar.

William Travassos, Rodrigo Pagliani e Roberta Piza (Foto: Arquivo Pessoal)
William Travassos, Rodrigo Pagliani e Roberta Piza (Foto: Arquivo Pessoal)

M.M.: E caso esse final de ano “se estenda”…

R.P.: Não sei como isso será. Não posso falar nada para você, porque irei preparado para uma semana. Se tiver que ficar mais, óbvio, estaremos lá. O profissional está aí para isso. Tem que fazer valer.

M.M.: Você se considera um profissional completo?

R.P.: Quem falar que se considera um profissional completo estará mentindo. Pode ter cem anos de idade, mas sempre haverá a sensação de que está faltando alguma coisa. É surreal, não dá para afirmar.

M.M.: Hoje na televisão brasileira, qual é a sua maior referência?

R.P.: Gosto de uma comunicação muito aberta, sabe? Não gosto daquele jornalismo “bem enquadrado”. Gosto daqueles jornalistas que conversam com o pessoal de casa e temos muitos deles hoje na televisão. Da própria casa, Heródoto Barbeiro [Record News], que desde quando me conheço por gente acompanhava e o ouvia, em São Paulo. Sempre!

Tive a oportunidade, durante a minha formação em rádio, de ir a um encontro. Levei um livro que tinha dele (“Manual de Radiojornalismo”), e ganhei um autógrafo. Tenho até esse registro nas redes sociais. E outros nomes aí. Tem outro muito bom na Bandeirantes… [risos]

M.M.: O Boechat.

R.P.: Isso… São dois grandes nomes que tenho como referência pela linguagem, pelo que eles representam para a imprensa brasileira.

M.M.: O que mudou na televisão de quando você começou para hoje?

R.P.: A rede social ajuda, o Whatsapp… A linguagem é muito rápida. Se eu abro o programa e peço para o pessoal mandar determinada coisa pelo aplicativo de mensagens, eu “piro”. Tudo muito rápido.

M.M.: Isso prejudica?

R.P.: De certa forma, não é que prejudica, mas é necessário saber o que se pede para ter um bom retorno. Não adianta eu ter cinquenta mil mensagens, sendo que dez servem para a minha necessidade. Só dará trabalho. É necessário saber muito bem como interagir.

A linguagem mudou também. A Record sempre foi muito boa em relação a isso, sempre priorizou uma linguagem aberta e direta.

M.M.: E o jornalismo sempre foi o ponto forte da emissora.

R.P.: Sempre foi, e detalhe: percebo que a Record tem agilidade. Mudávamos o programa na hora, coisa que é normal, mas muito importante. É necessário estar preparado. A Record gosta disso.

M.M.: Quando o Balanço Geral surgiu, foi algo totalmente diferente do que já vinha sendo feito no jornalismo…

R.P.: E muita gente criticou.

M.M.: Tudo que é popular, muitos veem de forma pejorativa.

R.P.: Vejo que as pessoas querem informação de alguém que fale a linguagem delas, da maneira que elas gostam. Não adianta ser “quadrado, quadrado, quadrado [sic]”. Têm perfis e horários para isso. Na proposta do Balanço Geral, você tem que ser um parceiro, um amigo.

M.M.: Você considera esse perfil positivo?

R.P.: Sim, e é em razão do próprio momento da televisão como um todo. Era difícil essa interação, mas a própria tecnologia ajudou. E outra: pelo Instagram e Facebook, percebo que as pessoas gostam de ver os bastidores.

M.M.: Muitos tem a visão de que a TV é um “mundo mágico”…

R.P.: E isso é ótimo. Algo que aconteceu e sustenta esse argumento é que eu trouxe muita gente de São Paulo. Apesar de não me assistirem aqui, continuam me seguindo e “batendo papo”. Sinceridade: para nós a melhor recompensa para um apresentador, além de fazer um bom jornal, é ter o seu público. Sou sempre grato a essas pessoas.

M.M.: Para esse seu público, qual recado você deixa?

Um agradecimento para todos, de verdade mesmo. Se eu pudesse, gostaria de encontrar cada um e agradecer pessoalmente pelo carinho.

Por Marcos Martins (@MarcosMartinsTV)

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Autor(a):

Jornalista apaixonado pelos meios de comunicação, em especial a TV. (TWITTER e INSTAGRAM: @marcosmartinstv)