Autores de “Malhação” comentam passado, presente e futuro da novela


Paulo Halm e Emanuel Jacobina escrevem a próxima temporada (Foto: Divulgação)
Paulo Halm e Emanuel Jacobina escrevem a próxima temporada (Foto: Divulgação)
Paulo Halm e Emanuel Jacobina escrevem a próxima temporada (Foto: Divulgação)

A novela “Malhação” completa 20 anos na próxima sexta-feira, dia 24 de abril, e ao longo de todo esse tempo, diversos autores marcaram a história da trama. Emanuel Jacobina e Patrícia Moretzsohn, por exemplo, foram dois dos que idealizaram o projeto em 1995, escrevendo a primeira temporada, e estão empenhados nele até hoje.

Aos 53 anos, Jacobina se empolga ao falar do espírito jovial que conduz sua cria. “Ao contrário de Nelson Rodrigues, se eu pudesse dar um conselho aos idosos seria: rejuvenesçam, voltem a não ter medo da morte, voltem a tentar coisas diferentes”, enfatiza o autor, que revela se reconhecer em vários dos personagens que escreveu.

“Me sinto como se fosse parte de cada um deles. A outra parte se deve a atores que eu adoro, como André Marques, Claudio Heinrich, Daniela Pessoa, Fernanda Rodrigues, Sérgio Hondjakoff, Priscila Fantin, Samara Felippo, Roger Gobeth e diversos outros”, explica ele, revelando que a novela nasceu de uma oficina de dramaturgia.

A intenção era promover a formação de autores da Globo em 1994. “Criado por Andrea Maltarolli (morta em 2009) e por mim, foi inspirado no grande boom de academias de ginástica que acontecia na época. Ao mesmo tempo, Andrea e eu sabíamos que faltava um programa voltado para adolescentes e jovens adultos. Acreditávamos, sim, que seria um sucesso”, afirma o autor.

Ele colaborou com a novela ao longo das temporadas e escreve a próxima, que estreia em agosto. Em 20 anos, ele foi autor da primeira a terceira temporada (1995 – 1998), da sexta e sétima (1999 – 2001), e da décima oitava (2010). Patrícia Moretzsohn, aos 40 anos, também conta como foi a sua experiência ao escrever o folhetim juvenil.

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Segundo a dramaturga, ela “era meio que uma adolescente infiltrada” na sua estreia como autora. Ela também escreveu no primeiro ano com Márcia Prates, Andrea e Jacobina e Vinícius Vianna, e levou sua recente lembrança de adolescente para a novelinha. A autora explica de onde tirou inspiração para escrever tantas histórias.

“Foi uma fase muito marcante: eu adorava o meu colégio do Ensino Médio, praticava capoeira, andava sempre “em bando” com minhas amigas e os amigos da praia, estava descobrindo o mundo. Mesmo tendo começado a trabalhar cedo, não precisei abrir mão do que me fazia feliz, então. Como não amar?”, diz a autora, que foi supervisionada pela mãe.

Patrícia colaborou com “Malhação” da primeira a sétima temporada (1995 – 2001), da décima quinta a décima sexta (2007 – 2009), e da vigésima primeira, que foi a do ano passado, ao lado de sua mãe, Ana Maria Moretzsohn, que ainda ajudou a escrever a novela entre 1999 e 2002. Segundo Ana, ela e Ricardo Linhares foram supervisores da novela.

“Éramos Ricardo Linhares e eu de supervisores e a estreia da Patrícia, do Emanoel e da Andrea. Foi ótimo porque pude avaliar que, apesar de ser a mais moça, Patrícia era tão talentosa quanto os outros”, elogia a mãe. Flávio Colatrello, diretor da novela entre 1995 e 2000, revela que foi “um espetáculo semanal” essa experiência.

“A gente sempre teve uma cabeça revolucionária. Era importante falar de temas como a Aids para esse público”, conta o profissional. A partir desse período, a novela apostou no colégio Múltipla Escolha como o ambiente principal, ficando no ar entre 1999 e 2008. “Aí o mundo adolescente já era uma realidade na televisão nacional e internacional”, aponta Patrícia.

Patrícia Moretzsohn e Ana Maria Moretzsohn escreveram diversas temporadas (Foto: Divulgação)
Patrícia Moretzsohn e Ana Maria Moretzsohn escreveram diversas temporadas (Foto: Divulgação)

“A consolidação do colégio como espaço para o adolescente se mostrar como é (longe dos pais e da família), ao mesmo tempo em que tem que lidar com a autoridade num momento tão delicado da vida é genial”, explica Patrícia Moretzsohn.

“Os anos 2000 estavam bombando com várias questões, como a doença. Era o auge da epidemia e tínhamos ainda o alcoolismo e o tabagismo. São coisas até hoje pouco abordadas, então era um grande projeto. Não tinha classificação indicativa, mas havia as leis. O Ministério Público sempre nos abordou, mas não teve conflito”, conta Luiz Henrique Rios, diretor-geral da temporada 2000/2001.

Preparando o seu retorno, Jacobina defende que ainda há fôlego para muitos anos de “Malhação”: “É natural que um dia acabe. Pode ser que isso aconteça daqui a outros 20 anos. Eu não sei. Mas é necessário que tenha na televisão aberta uma dramaturgia que tenha sempre como foco o universo do jovem e do adolescente”.

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Luiz Henrique Rios, diretor da atual fase, fala do “esforço para reposicionar o programa”: “O grande desafio é não envelhecer. A gente fala com o cara que tem acesso infinito à informação. Nosso projeto era buscar algo no lúdico. Por isso tem a luta, prima do futebol e do vôlei, e essa questão da arte. Muitos querem ser artistas. E a grande discussão são os novos processos de relação interpessoal”.

Para a próxima etapa, Emanuel Jacobina adianta o que pretende mostrar: “Vamos mostrar como um adolescente lida com a morte e que tipos de pais se tornaram os adolescentes de 23 anos atrás”, revela.

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