Em turnê, Paulinho Serra fala sobre novos projetos e relembra período na MTV: “Foram os melhores anos da minha vida”


Paulinho Serra se apresenta com espetáculo e abre as portas do seu camarim para o TV Foco (Foto: Divulgação)
Paulinho Serra se apresenta com espetáculo e abre as portas do seu camarim com exclusividade para o TV Foco (Foto: Divulgação)

Pelos palcos Brasil a fora, apresentações de talentos consagrados arrastam multidões por onde passam. Na madrugada do último sábado (18), o comediante Paulinho Serra desembarcou em São Luís do Maranhão com o espetáculo Paulinho Serra em Pedaços. Além do tradicional stand up comedy, a atração de noventa minutos conta com personagens marcantes da carreira do ex-MTV, como o Traficante Gay e o “Ex-viado”.

Paulinho Serra chegou ao Teatro Arthur Azevedo, que fica no centro da capital, por volta das 20h15, e em seguida abriu as portas do seu camarim para o TV Foco. Durante a entrevista exclusiva, ele falou com muito carinho sobre o período na MTV. “Foram os melhores anos da minha vida profissional. Uma liberdade incrível, amigos que hoje em dia são os meus sócios”, disse. Paulinho revelou informações sobre os novos projetos, como a série Fred & Lucy que tem a sua pré-estreia nesta terça-feira (21), pelo canal Multishow, e os próximos trabalhos no cinema e teatro.

O humorista ficou muito triste com o fim do antigo grupo Deznecessários – responsável por lançar grandes nomes do humor – que chegou ao fim por falta de maturidade dos componentes. “Acreditava que o ‘Deznecessários’ seria o projeto da minha vida e continuaria para sempre, só que os interesses individuais de cada ator fizeram com que o projeto acabasse”, desabafou. Paulinho Serra falou ainda sobre o período no SBT, como jurado do extinto Famoso Quem? e ainda revelou o desejo de manter-se longe da televisão para privilegiar os palcos.

Minutos antes do horário marcado para iniciar o espetáculo (21h), a entrevista foi finalizada . Com o grande público nos seus respectivos lugares, Paulinho entra em ação e anima toda a plateia, que lotou o teatro. Entre aplausos e risadas, o momento de ápice foi quando o comediante incorporou o Traficante Gay, personagem que ele mesmo não suporta mais interpretar, mas continua por causa dos fãs que, praticamente, imploram durante as apresentações. Ele ainda incorporou o “Ex-Viado”, também muito popular, e teve a tradicional dança com batida de funk e roupas a caráter – entendam por minissaia e camisa amarrada acima do umbigo. Desceu até o chão, para euforia de todos que acompanhavam o show. Puro charme!

Ao final, Paulinho, muito carismático, reservou tempo para atender conversar e tirar foto com os fãs. Cortinas fechadas, e alguns espectadores conversaram com o TV Foco. Após observar todos os depoimentos,  dava para notar a satisfação nos olhares e o quanto valeu a pena pagar pelas entradas, como os próprios afirmaram. Um sucesso! O comediante, além dos dos shows realizados sábado e domingo, tem compromisso marcado para esta terça-feira (21), às 20h, na Praça de Alimentação do São Luís Shopping com o seu tradicional show “em pedaços”. Paulinho Serra possui atualmente o canal Amada Foca (clique aqui) , no YouTube, com vídeos semanais todas as segundas e quintas, 11h30. Vale a pena inscrever-se!

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Confira a entrevista na íntegra:

Marcos Martins: Como é retornar a São Luís depois de tanto tempo, desde o período em dupla com a Tatá Werneck?

Paulinho Serra: Eu já tinha vindo com o espetáculo Aluga-se um Namorado, com o Deznecessários – eu, a Miá Mello, Eduardo Sterblitch, Marcelo Marrom e Rodrigo Capella. Depois com o Dezimprovisa com Capella, Tatá e Felipe Ruggeri. Já fizemos show em arena chovendo, e lotou. Experiências incríveis. Acho que hoje será mais uma vez assim porque já tem um público legal.

M.M.: E a rotina de se apresentar sozinho nos palcos?

P.S.: É uma junção. Como é em “pedaços”, essa brincadeira com o trocadilho de falar “Serra”, serrando em pedaços, confesso que fiquei muito em pedaços. Acreditava que o Deznecessários seria o projeto da minha vida e continuaria para sempre, só que os interesses individuais de cada ator fizeram com que o projeto acabasse. O antigo empresário também tinha outra cabeça e eu fiquei despedaçado, muito triste. Fiz o Dezimprovisa por força das circunstâncias, mas queria estar até hoje trabalhando com todo mundo. Ou melhor, desejava, mas hoje estou bem feliz de estar sozinho porque sobra mais dinheiro para mim… [risos]

M.M.: Como você tem visto esse “desvinculo” de certos grupos?

P.S.: É natural. Deve ter uma noção assim: por exemplo, o Pânico é um grupo. Fizeram um grupo, foram para o rádio e do rádio para a televisão. Ou seja, eles foram contratados. No Comédia MTV, éramos contratados, não um grupo propriamente dito (eu, Tatá e Capella). Grupo mesmo são Os Melhores do Mundo, Os Barbixas… Achei uma falta de maturidade dos atores [do Dezimprovisa], porque se voltássemos, para o público, seria incrível. Hoje em dia não é uma coisa que eu quero mais, apenas distância da “galera”. Não sou inimigo de ninguém.

M.M.: Existia aquela disputa de egos?

P.S.: Não tinha muito isso não. Foi mesmo uma questão de insegurança. “Ah, não, porque eu já estou aqui na televisão eu vou grudar porque ela vai me oferecer isso”… Mas não é. Quem oferece é o palco. O palco é que faz a sua carreira.

M.M.: No ano passado, você participou do programa “Famoso Quem?”, exibido pelo SBT, na função de jurado. Como foi essa experiência de se colocar do outro lado, julgar aquelas apresentações – na verdade “covers” de outros artistas?

P.S.: Eu estava lá mais para ver a entrega dos participantes. O que tem de artista legal, não é? Basta pegar e dar uma produção que ele cresce. Eu estava pensando nisso hoje. O pessoal vê The Voice, esses programas… É só dar uma produzida. Artista bom tem em todo lugar. Não foi nada difícil ou constrangedor. Graças a Deus tenho esse dom de reconhecer pessoas talentosas. É difícil me enganar. Eu olho e digo: “Hummm, essa pessoa tem alguma coisa”. Tanto que do próprio Deznecessários eu costumo brincar que tem o “antes de Cristo” e “depois de Cristo”. Tem o “antes do Paulinho” e “depois do Paulinho”. Veja a galera que era antes de trabalhar comigo e depois… Não me vangloriando, pelo contrário. O sucesso deles é o meu sucesso e fico feliz.

Paulinho Serra elogia candidata durante o programa:

M.M.: Você tem vontade de retornar para a TV aberta?

P.S.: Não faço planos nenhum. Na verdade, eu faço planos para não trabalhar em televisão. Meu plano todo é tentar viver da minha profissão e trabalhar sem precisar dela – não por nada, eu gosto. Televisão é muito interessante, acho um veículo legal, mas tem um compromisso muito grande. Índices de audiência, aquela vaidade louca… Não gosto de entrar em competição. Quando uma pessoa começa a competir comigo eu falo “Cara, eu não vou competir porque eu faço isso com tanto amor e carinho que eu não quero disputar com ninguém”.  Isso não é competição, é o meu trabalho…

M.M.: Fica meio confusa essa parte. O artista tem o seu trabalho limitado por outras questões…

P.S.: É, e você acaba defendendo interesses e posicionamentos que às vezes não combinam com a sua personalidade.

M.M.: Na época do “Deznecessários”, foi o período que começou a sua carreira em si?

P.S.: Já tinha vindo de uma temporada de muito sucesso nos teatros, quase cinco anos em cartaz com o Aluga-se um Namorado, ao lado do Eri Johnson. Um cara brilhante, que já lotou teatros do Brasil inteiro. Já tinha feito Hilariantes, uma peça que eu tenho vontade de voltar a fazer, e foi antes desse “booom” todo da comédia. Na época, não éramos maduros o suficientes e o projeto não andou. Com o Deznecessários, eu formalizei o meu trabalho autoral. Se eu sou autor, consigo escrever o que falo, eu consigo dirigir. Acredito que eu tenha sido um bom diretor.

M.M.: Foi nessa época que você conheceu a Tatá Werneck?

P.S.: Não, conheci a Tatá em um infantil. Em uma das cenas ela era a bruxa e eu era as pernas da bruxa. Como ela é muito baixinha e a bruxa deveria ser grande, ela fazia os braços e eu era as pernas dela. A gente se conheceu assim. Ela com a “chavasca” na minha nuca. [risos]

M.M.: No meio artístico, você foi até ator em novela das nove. Foi difícil interpretar o argentino?

P.S.: É o mais fácil de tudo. Televisão é fácil porque você tem cinco câmeras. Com os erros, é possível retornar para onde estava. Não estou menosprezando, mas é um veículo mais fácil de se fazer pela agilidade. O produto sai mais perecível, mas desgasta mais rápido, porque o filme, pelo contrário, necessita de mais precisão, fazer muito bem. Vai ficar eternizado. Novela é “fábrica de pano”, tem que sair toda hora. Isso me incomoda um pouco.

M.M.: Em 2010, você assinou com a MTV para apresentar o “Quinta Categoria” ao lado dos seus companheiros de “Deznecessários”. Como foram esses anos?

P.S.: Foram os melhores anos da minha vida profissional. Uma liberdade incrível, amigos que hoje em dia são os meus sócios. No canal que eu tenho no YouTube (Amada Foca), somos eu, o Bento Ribeiro, Daniel Furlan, que foi o último a entrar na MTV, Bruno Sutter, Gabriel Di Giacomo e Marcelo Botta. Desse canal criamos a nossa primeira loja virtual e a partir de abril começam as gravações do nosso primeiro longa-metragem – em parceria com uma grande produtora internacional, que ainda não posso falar o nome. Estou muito feliz.

M.M.: Entre os programas da época de MTV, qual era o seu preferido?

O Comédia MTV porque a gente conseguia fazer cenas muito legais, com o ao vivo que era muito bacana. O Quinta Categoria eu também gostei, mas o Comédia era, sem dúvidas, o melhor.

M.M.: Em “Fred & Lucy” (Multishow), você retoma a parceria com Bento Ribeiro, não é?

P.S.: Bento é o meu sócio, no Amada Foca, então nos vemos o tempo todo. Retomamos a parceria na TV.

M.M.: Basicamente, do que trata a série?

P.S.: É uma loucura! Se eu posso adiantar, visualmente falando, é meio The Office e meio Arrested Development. Bem”nonsense”. Eu faço um detetive, ex-presidiário, presente no elenco fixo. Tem uma agência de detetives que só resolve casos furados. A princípio, são treze episódios com uma possível segunda temporada, se Deus quiser.

O Bento Ribeiro está arrebentando como chefe da agência. Tem ainda o Babu Santana, que fez o Tim Maia no cinema, a Natália Klein que é excelente. Super inteligente. Ela que escreveu tudo, junto com o Lucas Moreira, seu  marido. Estou muito feliz de fazer parte desse projeto. Já gravei tudo, então não preciso ficar voltando lá. [risos].

Confira uma amostra do canal Amada Foca:

M.M.: Retornando ao espetáculo, quais são os principais atrativos para chamar o público?

P.S.: Fico até meio sem graça quando perguntam “Ah, Paulinho, o que vai acontecer no espetáculo?”. Respondo “Não sei”, porque tenho uma base toda escrita, mas sou um cara que improvisa muito, estou muito vivo dentro do palco. Atento para todas as possibilidades. Tudo o que pode acontecer, não deixo passar. E quando a plateia inteligente e vem comigo, é melhor ainda, mas é legal que posso fazer alguns personagens. Não é só um show de stand up, é também um show de improviso, de personagens e quase um depoimento da minha carreira. Uma prova de amor à plateia. Amo demais.

Olhar para a plateia me envaidece, enriquece espiritualmente. Se eu consigo fazer alguém sorrir, ser gentil, abrir uma porta, ajudar alguém… Desde criança sou assim. Meus pais me ensinaram: “Se você viu uma senhora, que está carregando uma bolsa, pegue a bolsa dela que é a sua obrigação ajudar; isso colocará um sorriso nela”. Então cresci com a vontade de fazer todo mundo sorrir. É o que mais me motiva.

M.M.: A entrevista que você concedeu para o Danilo Gentili, no “The Noite”, gerou muitas risadas e fez sucesso na internet. Você até comentou que estava cansado de interpretar o “Traficante Gay”…

P.S.: Super, cara. Não aguento mais… [palavrão] Vou conversar com a galera hoje para eu não fazer.

M.M.: Ninguém vai aceitar. [risos]

P.S.: Então eu proponho: “Galera, por favor, deixem eu não fazer”. Não é brincadeira não. A pessoa vai para o show do Los Hermanos e fica pedindo Ana Júlia. Eles não querem mais cantar, “pô”. Mas ao mesmo tempo, é uma grande brincadeira porque graças a esse personagem que eu consegui a amizade do Luciano Huck, Serginho Groisman…

M.M.: O Traficante Gay surgiu na época do “Pânico”?

P.S.: Não, é de bem antes do Pânico. Eu fui para o programa por causa desse personagem. Por isso falo que não dependo da televisão. As pessoas conhecem o personagem que foi do teatro. Isso é muito gratificante. Imagina…

M.M.: É uma carreira sólida.

P.S.: Sim, porque está lá. A pessoa pode acessar a qualquer momento, e não precisa esperar pelo “Vale a Pena Ver de Novo”, ou em lugar algum. Isso é muito legal.

M.M.: Dei uma pesquisada, e já estão em processo de finalização dois filmes com você no elenco: “Superpai” e Um Homem Só”. Dá para adiantar alguma coisa?

P.S.: Na verdade são três filmes. Um Homem Só foi apenas uma brincadeira, uma participação muito pequena. Conta a história de um homem que se copia (Vladimir Brichta), e ele fica apaixonado pela personagem da Mariana Ximenes – que tem um cemitério de cachorros.  O curioso disso tudo é que eu não tenho nenhuma fala e eu choro compulsivamente. Tenho muita facilidade para chorar. Em Superpai, faço um personagem que conversa com um menino que fica o tempo todo com uma máscara de cachorro. Mais um cachorro voltado para a minha história. E o outro filme é o Mundo Cão, [olha que loucura] no qual sou um caçador de cachorros, daqueles da carrocinha. Até tatuei aqui [mostrou a tatuagem na panturrilha direita], um cão.

Descobri que meu signo é o cachorro no horóscopo Maia. Por isso que só tem cachorro na minha vida. [risos] Fiz o filme Mato Sem Cachorro e estreio peça dia 11 de novembro, na Festa Internacional de Teatro de Angra, no qual o personagem que faço é um… cachorro. O cachorro da Cinderela no musical “rock’n roll” que é o Cinza, onde eu canto. O grande desafio da minha carreira agora.

Veja o trailer de Superpai:

M.M.: Pois bem, o que falta na carreira de Paulinho Serra?

P.S.: Falta dinheiro para comprar uma casa para os meus pais. A minha carreira é tão completa, tive tantos momentos legais. Fiz show com Chico Anysio, consigo viver da minha carreira… De verdade, eu só queria ter uma profissão. Sabe aquele garoto de 17 anos que fala “Cara, o que eu vou ser? Não tenho vocação para nada?”. Passou 17, 18, 19… “Meu Deus do céu, sou um vagabundo”. Fiz teatro sem acreditar que era uma profissão. Com uns 22 anos, pensei: “Quer saber, vou transformar isso em uma profissão”. E deu certo.

M.M.: Qual recado você deixa para os nossos leitores, e também para o seus fãs que acompanham o seu trabalho?

P.S.: Muito obrigado, sempre! O recado maior é que todos assistam e inscrevam-se no Amada Foca, meu canal do YouTube. É lá que eu me sinto melhor, faço as loucuras que gosto. Uma produção barata, uma câmera barata e o que der na cabeça.

Por Marcos Martins (@MarcosMartinsTV)[tribulant_slideshow gallery_id=”52″]

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Autor(a):

Jornalista apaixonado pelos meios de comunicação, em especial a TV. (TWITTER e INSTAGRAM: @marcosmartinstv)