Felipe Solari, Ex-Legendários, lança projeto e faz crítica: “O emburrecimento do telespectador assusta”


Felipe Solari concedeu entrevista exclusiva ao TV Foco e contou várias curiosidades sobre a carreira (Foto: Waldemir Filetti)
Felipe Solari concedeu entrevista exclusiva ao TV Foco e contou várias curiosidades sobre a carreira (Foto: Waldemir Filetti)
Felipe Solari concedeu entrevista exclusiva ao TV Foco e contou várias curiosidades sobre a carreira (Foto: Waldemir Filetti)

Entre as novidades para o mês de setembro na televisão, tem figura bastante conhecida pelo público. Felipe Solari estreou na última segunda-feira (22), às 19h30, o programa Futura Profissão, exibido pelo Canal Futura. No início do mês, a série foi lançada durante a Olimpíada do Conhecimento (maior torneio de educação profissional das Américas), em Belo Horizonte, e tem como objetivo mostrar as carreiras de maior potencial na indústria brasileira, ao longo de 18 episódios.

O apresentador, e dono da produtora Guilhotina Filmes, em entrevista exclusiva ao TV Foco, falou sobre a fase bem sucedida na MTV, local onde construiu diversas amizades, como André Vasco, e enfatizou o ponto crítico em que a emissora chegou. “Do jeito que estava era melhor acabar mesmo, para não queimar mais o filme. O canal ficou bobo, cheio de enlatados americanos e programas de humor… Alguns muito bons, outros péssimos”, desabafou. Além de comentar sobre o vínculo que possui com ex-patrão e amigo Marcos Mion, Solari criticou o excesso de programas apelativos na televisão aberta, e também a falta de senso crítico dos telespectadores.

Confira a entrevista na íntegra:

Marcos Martins: A partir de qual momento você começou a se interessar pelo ramo da comunicação, Felipe?

Felipe Solari: Meu Pai (Jorge Solari) é diretor de publicidade, e desde que me entendo por gente frequento estúdios e SETs de filmagem. Eu sempre quis trabalhar na área. Minha grande dúvida sempre foi se era na frente, ou atrás das câmeras… Na verdade, até hoje sofro com esse dilema. A escolha do curso de Rádio e TV (me formei em 2005, na FAAP) foi para conhecer melhor todo o processo.

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M.M.: Por quais dificuldades você passou antes de se destacar na TV? Em algum momento você pensou em desistir e tentar outra carreira?

F.S.: Comece como estagiário, depois que entrei na Band, até me tornar VJ da MTV. Foi um longo e árduo caminho. Engoli muito desaforo, superei muitos xingamentos e diretores nojentos… Mas sempre estive presente a qualquer chamado, qualquer desafio. Eu sabia que aquilo era apenas o caminho para algo maior.

No fim das contas, me tornei um profissional que conhece todo o trajeto de uma produção. Durante anos fui editor, produtor, assistente de direção… Acho que isso te forma um profissional mais consistente. Melhor do que cair de paraquedas na frente da câmera. Na época da Band, o outro estagiário da nossa produção era o Rodrigo Scarpa, o repórter Vesgo (Pânico na Band). Tínhamos uma equipe muito interessante. Foi uma época de ouro!!!

M.M.: Seu primeiro grande trabalho foi na MTV, entre os personagens principais do seriado “The Nadas”. Como era a sua rotina dentro da emissora com maior popularidade entre os jovens?

F.S.: Eu era assistente de direção na MTV, e o André Vasco (Band) também era. Nos tornamos grandes amigos naquela época e a gente “causava” tanto nos corredores que os diretores da emissora resolveram jogar a gente na frente das câmeras. Lembro até hoje da gente juntos, esperando o resultado da reunião que diria se entraríamos no time de VJs ou não. Aquele dia mudaria o rumo das nossas vidas pra sempre. Falar de MTV até dói o coração. Aquilo era muito especial, todo mundo ali… Era uma grande família de loucos criativos.

M.M.: Você possui alguma característica em comum com o Patitas, do “The Nadas”?

F.S.: Cara, os personagens eram inspirados na gente mesmo, quase que uma caricatura das nossas personalidades. O Mion era o mais rico, o Vasco era o mais moleque, e eu era o cara que queria ser síndico do condomínio pra mudar o mundo. De certa forma, me vejo no personagem.

M.M.: Como era trabalhar com Marcos Mion e André Vasco?

F.S.: Não dá para dizer que a gente trabalhava [risos]. Era um encontro de amigos apaixonados por televisão, fazendo um programa na MTV, tendo o Papito (Mion) como “padrinho”.

Assista a um trecho da sitcom:

M.M.: Após o cancelamento da série, você tornou-se um dos principais VJ’s do canal. O que mudou a partir dessa promoção de cargo?

F.S.: A exposição ficou maior, e com ela, a responsabilidade também. Ah… E o salário aumentou [risos].

M.M.: Qual era o seu programa preferido entre os quais você participou?

F.S.: Chapa Coco, Cine MTV e Domínio MTV (junto com Kika Martinez) eram meus preferidos. Estaria até hoje fazendo qualquer um deles.

M.M.: A situação mudou de figura, e a MTV teve uma perca significativa de prestígio em razão das novas mídias, tecnologias que surgiram, e pelo fato da turma de ouro migrar para outras emissoras. Como você reagiu após saber que o canal, como todos sempre conheceram, iria “acabar”?

F.S.: Sinceramente? Do jeito que estava era melhor acabar mesmo, para não queimar mais o filme. O canal ficou bobo, cheio de enlatados americanos e programas de humor… Alguns muito bons, outros péssimos. Pelo menos, o que fica na história, são coisas boas da emissora que revelou tanta gente, e durante tanto tempo ditou tendências. Os ultimos VJs da casa não sabiam nada de música. Foi muito triste.

M.M.: De quem partiu o interesse em assinar com a Record, em 2010?

F.S.: Logo quando o Mion fechou com a emissora, ele me ligou perguntando se eu tinha interesse em estar junto nessa jornada. O programa ainda não tinha formato e muito menos nome, mas aceitei o desafio de olhos fechados. Já estava há seis anos na MTV. Era hora de buscar novos ares.

M.M.: Como você avalia a sua participação no “Legendários”, do antigo colega de trabalho Marcos Mion? Vocês ainda mantêm contato?

F.S.: Foram três anos de muita luta e experiências únicas. Em primeiro lugar, a responsabilidade de colocar um programa no ar, na Rede Record, no sábado à noite. E quatro anos depois ver o sucesso do programa, não tem preço. Minhas matérias eram focadas na conscientização ambiental e sustentabilidade.

Assim conheci Tribos indígenas, combati incêndios florestais, invadimos empresas irresponsáveis, vi a Aurora Boreal… Estive a 50 graus e a menos 30. De um extremo ao outro. Experiências que mudaram minha visão de mundo, humanidade e natureza. Eu e Mion temos a mesma relação desde 2001. Somos amigos e confidentes, independente de estarmos trabalhando juntos ou não, nada muda. Claro, só o vejo menos, porque hoje em dia ele não tem tempo nem para soltar um “pum”.

M.M.: O que motivou o seu desligamento do programa? Houve alguma confusão ou algo que você não concordou, resultando na sua saída?

F.S.: Minha saída foi algo pessoal, novos objetivos que eu tracei para minha carreira. O Mion entendeu isso, e tivemos uma conversa franca e emocionante no dia que eu saí. Claro que tive total apoio por parte dele.

M.M.: Agora em nova fase, você estreou na última segunda-feira (22), às 19h30, o “Futura Profissão”, no Canal Futura. O que é priorizado durante as edições e quais os principais objetivos desse projeto?

F.S.: Antes do Futura, eu abri minha produtora, a Guilhotina Filmes, com ela realizamos o #13Noir, curta metragem que teve como atores Bruno Gagliasso, Laura Neiva, Miá Mello, Leonardo Miggiorin, Bruno Fagundes, Júnior Lima, João Gordo, entre outros. E agora em novembro, lançamos nosso primeiro longa-metragem, Cordel de Trancoso, um documentário que conta a história desse povoado na Bahia. Nos dois projetos assino a direção junto a meu sócio, Pedro Urizzi.

Esse é meu “braço” cinematográfico, o outro é o trabalho como apresentador/comunicador, que depois de 10 anos em emissoras de entretenimento, agora passo a fazer um trabalho mais educacional com o Canal Futura, que me procurou para esse novo projeto. O Futura Profissão é um programa que visa esclarecer alguns caminhos e profissões para a “molecada” que esta buscando alguma área diferente. São 18 episódios, que mostram 18 cursos técnicos e possibilidades profissionais.

Confira na íntegra o primeiro episódio do programa:

M.M.: Qual é a sensação de acompanhar a rotina de professores, estudantes e profissionais de áreas tão diferentes da sua, como mecatrônica, engenharia e a indústria automotiva?

F.S.: Fazer esse projeto nas indústrias me deu uma noção real de como funciona nosso país. Como nossa economia gira, e como estamos caminhando bem na evolução industrial. Profissionais capacitados e máquinas supermodernas. O Brasil que acontece longe dos nossos olhos.

M.M.: Como você avalia essa nova etapa na carreira?

F.S.: Um amadurecimento como pessoa e comunicador. Cada vez mais o papo fica mais sério, mais “responsa”. Ser um meio de transformação na vida do telespectador.

M. M.: Qual recado você deixa para os fãs que acompanham você desde o início, amigos, e também para os leitores do TV Foco?

F.S.: Continuem acompanhando e entendam minhas escolhas e caminhos. As pessoas tem uma impressão muito errada sobre a TV. Acham que o legal é esfregar bundas na câmera na hora do jantar da família. O “emburrecimento” do telespectador assusta. Cada vez mais relaxados e aceitando qualquer porcaria. Triste reflexo de nosso país. Obrigado pela atenção e parabéns pelo trabalho.

Por Marcos Martins (@MarcosMartinsTV)

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Autor(a):

Jornalista apaixonado pelos meios de comunicação, em especial a TV. (TWITTER e INSTAGRAM: @marcosmartinstv)