"Império" Global

Lendo alguns comentários dos leitores, me deparei com este de uma pessoa chamada Alberto: “nao sei porque mas o brasileiro nao tem quase olhos para outras emissoras! ,tudo tem que ser na globo! cuidado record fique ai mesmo no seu segundo lugar”. Conforme já falei para vocês, leitores, estando perto dos 50 anos, pude acompanhar toda a história da tal rede imbatível, e a explicação para este leitor é a seguinte:

Não sei sua idade, mas digamos que você seja pai e seu filho precise de leite. Lá vai você no mercado enfrentar o custo elevado deste tipo de produto. Certamente gostaria muito de comprar o mais completo, porém sabe o quanto este é mais caro. Supreso, você vê neste dia ótima promoção, nesta todos os fabricantes tem o mesmo preço, desde o produto menor qualificado, cuja indústria ninguém aposta um vintém, até aquela que só produz qualidade premium. Qual destes você comprará?

Ligue sua TV neste exato momento. Não sei que horas são, mas tanto faz, apenas ligue e zapeie. Mesmo não gostando do programa global, ele será diferente de todas as outras redes. Mesmo não gostando do Bial, temos que reconhecer a enorme produção do BBB. Se detestamos o Faustão, é neste programa que veremos artistas que fazem a diferença. Tente lembrar de uma rede que tenha gasto quase 30 milhões de reais em um Telecurso completo! Que um dia teve um programa erudito chamado “Consertos Para a Juventude”. Quais redes levaram para a dramaturgia grandes obras da literatura brasileira? Qual produção consegue chamar nossa atenção usando apenas o dinamismo das câmeras como aconteceu nesta quinta em “O Rebu”?

Onde costumamos ouvir adjetivos tais como povo burro, devemos repensar e ver se nosso povo busca a Globo por imbecilidade ou por que há a exposição do melhor produto produzido pela TV. Pessoalmente, mesmo admirando esta ótima estrutura, não tenho por costume a assistir, pois não sou noveleiro, mas reconheço o total empenho do grupo em levar o que há de melhor sem que para isso transforme seus programas em algo pedante ou extremamente “baixo”.

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Quanto a Globo ter crescido por sua união com o governo militar, ora, convenhamos, nosso setor de comunicações é dominado pela política, sem a aprovação do presidente, nada vai adiante. No caso do SBT, também no período militar, havia duas empresas interessadas, a do Sílvio e a Abril. Ganhou a primeira, pois a segunda tinha um “exército” de jornalistas preparados para revelar os meandros do governo ( saliento de qualquer governo, não somente o militar), enquanto Sílvio, aquele que apresentava o “A Semana do Presidente”, pretendia fazer de sua rede de TV um verdadeiro circo. “Pão e circo” lembra algo?!