“Lembra Dessa?” Caso “Latininho” 1996 – Faustão e a Globo são acusados de “exploração”
24/05/2014 às 19h35
Já são 25 anos de “Domingão do Faustão” na Globo. Se tem um caso que vai ficar marcado na história não só do programa, mas também na carreira de Fausto Silva, é o caso “Latininho”.
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Em 1996, o programa da Globo travava uma verdadeira batalha contra o “Domingo Legal” em busca de audiência. A cada domingo, um tentava superar o outro, e parecia que não existiam limites, era o chamado “fazer o que for preciso” para ganhar. Houve um período no final deste mesmo ano que Gugu vinha conseguindo uma série de vitórias, o que aquela altura era considerado “inadmissível”.
Revendo conceitos
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A data foi 8 de setembro de 1996. O “Domingo Legal” vinha acumulando vitórias contra o “Domingão”, e algo teria que ser feito para “barrar” Gugu. A produção trouxe ao programa o cantor Latino, que na época era um grande sucesso, principalmente nas rádios, mas não seria suficiente. A Globo também levou ao palco Rafael Pereira do Santos, na época com 15 anos. Portador da Síndrome de Seckel, falha genética irreversível que ocasiona microcefalia, retardo mental e nanismo, o garoto de apenas 87 cm, surgiu diante das câmeras caracterizado como Latino, e logo ganhou o apelido de “Latininho”.
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Rafael dançava no palco junto com o cantor, mas obviamente não entendia o que acontecia ao seu redor. Faustão por algum motivo, insistia em dizer: “Esta fera foi descoberta pelo Zezé Di Camargo e Luciano”. “Latininho” chegou até a brincar no colo do Caçulinha, e foi o responsável por um pico de 30 pontos de audiência e pela vitória sobre Gugu. Tudo parecia ser festa na Globo, mas não durou muito. No dia seguinte, a repercussão foi a pior possível para a emissora. “Latininho” estampava capas e mais capas de jornais e revistas, mas todas com duras críticas feitas a produção e a Globo.
(Foto: Divulgação)A revista Veja por exemplo, tinha na capa o título: “Mundo cão na TV, até onde vai a apelação?”. Com a repercussão negativa por parte da imprensa, a revolta do público só aumentou. A partir daquele momento, a Globo começava a ser acusada de “exploração”, e “humilhação” contra Rafael. Resultado: O caso foi parar na Justiça. A família de Rafael processou a Rede Globo, que acabou condenada a pagar uma indenização de R$ 1 milhão. O caso serviu também para que um “tabu” fosse criado naquele instante. Desde então, nunca mais houve uma aparição de alguém debilitado pela Síndrome de Seckel na TV brasileira. O caso “Latininho” serviu para que conceitos fossem revistos sobre até que ponto a TV brasileira chega para buscar audiência. Infelizmente a apelação e casos similares não foram extintos, continuam até hoje, mas isso é outra história.
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O que aconteceu com o “Latininho”
Há poucas informações até hoje sobre o que aconteceu com o “Latininho”. Pelo que foi pesquisado, o seu último registro na imprensa foi em 2001. De lá pra cá pouco se sabe sobre como vive hoje, ou se ainda é vivo.
Autor(a):
Renan Santos
Formado em jornalismo, fui um dos principais jornalistas do TV Foco, no qual permaneci por longos anos cobrindo celebridades, TV, análises e tudo que rola no mundo da TV. Amo me apaixonar e acompanhar tudo que rola dentro e fora da telinha e levar ao público tudo em detalhes com bastante credibilidade e forte apuração jornalística.