A volta de Luiz Bacci à Record acabou gerando revolta e insegurança nos bastidores da emissora. Nesta terça-feira (31), profissionais de diferentes níveis, desde maquiadores a apresentadores, demonstravam indignação com a notícia de que Bacci está voltando para a emissora, dez meses após ir para a Band e fracassar. A frase que mais se ouvia nos bastidores era: Como é que a Record recontrata um jornalista que vai embora sem se despedir da própria equipe e já chega puxando o tapete?
A pergunta traz uma referência direta a Fabíola Gadelha, apresentadora do “Balanço Geral Manhã”, que será substituída por Bacci a partir desta quinta-feira (02). A rápida ascensão profissional do “menino de ouro” preocupa vários apresentadores da Record, isso porque, internamente ele já é visto como potencial substituto de William Travassos, apresentador do “SP no Ar”, de uma das âncoras do “Fala Brasil”, de Reinaldo Gottino, do “Balanço Geral SP”, do meio-dia, e até de Britto Jr., do “Programa da Tarde”. Gottino, que substituiu Bacci na edição vespertina do “Balanço Geral”, está muito bem avaliado no programa, mas pode ser envolvido em uma troca de cadeiras, como já ocorreu.
Na Record, ninguém acredita que Luiz Bacci ficará por muito tempo apresentando um telejornal às 6h15. Nos bastidores a aposta é de que ele vai trabalhar para melhorar de horário – e de exposição – , e para aumentar seu salário, até porque foi recontratado por apenas R$ 50 mil, que é a metade do que recebia em 2014 e apenas um sexto do que ganhava na Band.
Sem opções no mercado, o apresentador teve que aceitar um salário de apenas R$ 50 mil, o que para os padrões da televisão é muito baixo. Inclusive, vários repórteres da Record recebem bem mais do que isso. Apelidado de “menino de ouro” por Marcelo Rezende, Bacci está sendo chamado na Record de “menino de bronze”, e os mais maldosos já o chamam até de “menino de lata”.
Quando deixou a rede de Edir Macedo em maio do ano passado, Luiz Bacci ganhava mensalmente R$ 55 mil fixos, mas com merchandisings, conseguia ter rendimentos de R$ 100 mil por mês. No “Balanço Geral Manhã”, não há merchandising, ou seja, ele vai receber apenas os R$ 50 mil fixos.
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Luiz Bacci recebia R$ 300 mil mensais na Band, e ainda tinha 32 meses de contrato a cumprir – contrato esse que foi rescindido na última segunda-feira (30) à noite, porque o jornalista tinha pressa para assinar com a Record – mas o canal dos Saad acertou pagar uma indenização. O valor exato não foi revelado por nenhuma das partes, mas especula-se que tenha sido de R$ 2 milhões. Na negociação com a Record, o “menino de ouro” incluiu o fim de um processo que a emissora move contra ele, pelo rompimento unilateral de contrato no ano passado, cobrando multa de R$ 2,5 milhões.
A Band rescindiu contrato com Bacci porque vem realizando uma série de corte de custos que devem atingir até 10% de algumas produções (a média deve ser de 6%). Na semana passada, a emissora acabou com o talk show “Agora é Tarde” de Rafinha Bastos. Bacci foi contratado para fazer um programa diário e um semanal. O diário, “Tá Na Tela”, foi extinto em dezembro, com apenas cinco meses e o semanal nunca saiu do papel, aliás, nem pro papel foi. Em janeiro, o jornalista foi deslocado para o “Café com Jornal”, que também deverá sofrer com a redução de gastos da Band.
Bacci mal voltou à Record, e já foi apresentado como contratado da emissora no “Programa do Gugu”, na noite desta terça-feira (31).
Com informações do jornalista Daniel Castro.
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