Conforme já informamos aqui no TV FOCO, a mãe de Cazuza, Lucinha Araújo, presidente da Sociedade Viva Cazuza, que dá assistência a portadores de HIV, fez críticas à maneira pela qual o tema foi tratado na novela “Malhação”, da Globo.
Na trama, o adolescente soropositivo, Henrique (Thales Cavalcanti) bate com a cabeça na colega Luciana (Marina Moschen) durante uma partida de basquete na escola, os dois se ferem, e a menina é indicada a tomar o coquetel antirretroviral.
Na nota de repúdio, a mãe de Cazuza, que morreu vítima da Aids, afirma que a novela exibe “informações erradas”, prestando um desserviço ao público adolescente, que poderá pensar que portadores da doença não pode praticar exercícios físicos.
No entanto, o autor da novela, Emanuel Jacobina, fez questão de responder o texto de Luciana. Ao jornal Extra, ele reconhece: “Pensei muito nas consequências que o tema poderia causar, sim, quando escrevi a história”.
“Há 15 anos, fui eu quem tratei do assunto AIDS em “Malhação” com a personagem Érica (Samara Felippo). Lógico que vou levar em conta a crítica. O fato é que não existe consenso entre os médicos para os casos em que há necessidade do coquetel. É uma discussão em andamento no meio”, explica.
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Segundo ele, nos próximos capítulos, haverão sequências sobre a temática, e uma nova cena foi colocada para discutir a real necessidade do coquetel. “Acho que a crítica que a Sociedade Viva Cazuza me fez foi uma contribuição ao debate”, ressalta.
“Uma pessoa soropositiva oferece risco quase nulo de infecção a quem pratique esporte com ela. Porém, se não falarmos sobre esse risco mínimo, o preconceito vai continuar”, explica Jacobina, que está com as portas abertas para conversar com Luciana.
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A presidente da Sociedade Viva Cazuza, por sua vez, diz que não se furtaria em participar da novela, como foi sugerido pelo autor no início da produção. “Se for necessário, vou para falar o que puder. A gente achou que não poderia ser daquele jeito, e eles fizeram”, diz ela.
“Dizer que duas pessoas que se encontraram podem pegar Aids é um desserviço. Não tenho a menor base científica para falar sobre o assunto, mas possuo o que a vida me ensinou. Meu dever é lutar contra o preconceito e ensinar as coisas certas”, afirma.
Mas o autor se defende: “Tenho mantido contato com o Programa Conjunto das Nações Unidas sobre HIV/AIDS (Unaids) e, depois da repercussão das cenas do basquete, pelas quais a entidade não tem nenhuma responsabilidade, eles têm me oferecido colaboração técnica”.
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