Havia-se a expectativa de que “Nova Chance” se tornaria a melhor temporada da história de “A Fazenda”. Seria realmente interessante o público poder acompanhar pela primeira vez uma edição do programa da Record com um time formado apenas por ex-participantes de realities, onde analisaríamos o comportamento e estratégias de quem não estava ali como um famoso de primeira viagem. Veríamos boas jogadas daqueles que já tinham uma noção de como funcionava um confinamento, e os caminhos que poderiam levá-lo ao sucesso ou ao fracasso. Os duelos de calejados seriam algo bem divertido de assistir. Mas na prática, essa experiência parece ter se tornado o principal problema da temporada.
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Pelo que já foi acompanhado na televisão, esta é a primeira vez que a maioria dos participantes de um reality não faz muita questão de permanecer no jogo. Nas roças realizadas até aqui, em praticamente todas, pelo menos um dos roceiros pediu aos colegas para ser indicado à berlinda. A vontade de permanecer parece estar na mesma proporção de deixar o jogo.
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A produção deve estar mesmo de “cabelo em pé” diante da diplomacia e apatia dos participantes. Nas últimas duas votações para a roça, por exemplo, Rita Cadillac chegou a deixar claro que não ia fazer muito esforço para ganhar a “Prova do Fazendeiro”, e tornou-se passiva diante da situação. O próprio Roberto Justus procurou minimizar o caso no ar e motivar a ex-chacrete, mas a tentativa não surtiu muito efeito. Nahim, seu último adversário e eliminado na roça, também já demonstrava que não tinha muito interesse em permanecer no jogo, com saudades da família. Antes dele, Fábio Arruda foi eliminado com o mesmo sentimento. Pediu para ser indicado para ganhar uma “injeção de ânimo” com a “Prova do Fazendeiro”, ou deixar de vez o confinamento. Foi atendido e se emocionou, como se tivesse acabado de retornar da roça, e não de ter entrado nela. Dinei, outro que já deixou o jogo, também pediu aos colegas para ser votado na roça, e teve o seu pedido acatado.
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O embate entre os principais rivais e favoritos, Marcos e Flávia, parece ser o ponto mais alto do programa até aqui, e o que motiva uma pequena parcela de fãs ― apesar de, estranhamente, o peão não ter indicado a sua principal rival à roça na última formação. Mas ainda é muito pouco. A intensidade das últimas temporadas com famosos principiantes vai se dissipando nesta atual, composta pelos de segunda viagem.
Apesar do “BBB” permanecer com muito mais alcance de público, “A Fazenda” apresenta uma dinâmica teoricamente mais interessante, onde, dentre outras coisas, os participantes possuem afazeres e não passam o dia inteiro “à toa”; têm contato com a natureza, os bichos, além da oportunidade de se defenderem da indicação à roça através da própria “Prova do Fazendeiro”, onde podem ir de ameaçados de eliminação à liderança da casa.
A dinâmica e o cenário são propícios a um bom entretenimento, mas os participantes não vêm colaborando, e a previsão de que “A Fazenda” ganharia fôlego dá lugar à impressão de desgaste e, que de fato, está próximo do seu fim na Record, ainda mais em tempos de crise e economia extrema na televisão. É uma pena para o formato.
As opiniões aqui retratadas não refletem necessariamente a posição do TV FOCO e são de total responsabilidade de seu idealizador.