Foco na TV | “Babilônia” pagou pelos próprios erros


(Foto: Reprodução/TV Globo)
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Na TV, ainda existe quem acredita que determinadas atrações são “injustiçadas” pelo público. De fato, algumas circunstâncias levam a crer que existem casos isolados onde esta afirmação tem fundamento. Mas na maioria quase absoluta dos casos, a audiência de determinada atração faz jus a sua qualidade.

Acredito na tese de que as emissoras não têm conhecimento de quais são as verdadeiras preferências de boa parcela do seu público. Em geral, as atrações são “injustiçadas” pelos próprios criadores. Foi o caso de “Babilônia”.

A trama de Gilberto Braga, Ricardo Linhares e João Ximenes Braga começou a trilhar seu caminho para o fracasso desde o início, quando os autores, de maneira desnecessária, apostaram em uma trama com temas pesados e que ainda são tabus para o horário, que é visto por um público em sua maioria conservador. É evidente que tais temas retrataram um cenário mais realístico, algo que os autores tentaram buscar. Mas o fato é que ainda são desproporcionais para os telespectadores deste horário. Foi destacado em outra edição da coluna, que a Globo tinha ciência deste fato, mas optou pela ousadia de maneira prematura e prescindível. A decisão acabou afastando uma parcela do público e provocando até um boicote por parte dos mais conservadores.

Trio de autores
Trio de autores

“Babilônia” também pecou na trama em si. Houve quem elogiasse o quesito, mas no ponto de vista geral, o enredo do folhetim se limitou a qualidade mediana, de mesmo nível de outras tantas novelas do horário. Não chegou a apresentar uma trama ruim, mas esteve longe de ser algo surpreendente, estando repleta de clichês que vem se tornando um ponto negativo constante nas produções atuais.

Não demorou muito para a audiência corresponder de forma insatisfatória, a ponto de render recordes negativos históricos. Em meio a possíveis estresses e cobranças nos bastidores, houve determinados momentos, que uma certa desordem e queda de rendimento ainda maior pôde ser notada. Este fato, obviamente, prejudicou ainda mais a situação do folhetim.

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Assassinato de Murilo
Assassinato de Murilo

Na reta final, “Babilônia” chegou a esboçar uma melhora na trama, apesar do chavão “quem matou”, envolvendo o assassinato do personagem de Bruno Gagliasso. Porém, o último capítulo, que chegou a receber a oportunidade de tentar ofuscar um pouco o fiasco histórico do folhetim, conseguiu a “proeza” de ser patético, sendo detonado pela maioria quase absoluta do público nas redes sociais. O mistério envolvendo o assassinato do Murilo foi revelado de maneira leviana, sem ao menos uma cena da reconstituição do crime. O desfecho das protagonistas Beatriz (Gloria Pires) e Inês (Adriana Esteves) também deixou a desejar. As personagens, que no decorrer da trama protagonizaram um jogo de gato e rato cansativo, tiveram um desenrolar confuso e um fim nada convencional que desagradou muita gente.

“Babilônia” chegou ao fim sem entrar para a limitada lista dos “injustiçados” pelo público. A trama pagou pelos seus próprios erros. Gilberto Braga é experiente e já foi responsável por novelas que alcançaram excelentes desempenhos na Globo. No entanto, parece ter perdido a mão em “Babilônia”. Que o fracasso do folhetim sirva de exemplo e que o trio de autores, incluindo o próprio Gilberto, entenda que novela, assim como outras atrações televisivas, se faz para o público e não para si mesmo. Que venha “A Regra do Jogo”.

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Formado em jornalismo, fui um dos principais jornalistas do TV Foco, no qual permaneci por longos anos cobrindo celebridades, TV, análises e tudo que rola no mundo da TV. Amo me apaixonar e acompanhar tudo que rola dentro e fora da telinha e levar ao público tudo em detalhes com bastante credibilidade e forte apuração jornalística.