Atriz da Globo, Marieta Severo falou sobre sua volta ao horário nobre em “O Outro Lado do Paraíso”, próxima novela das nove, comentou a política do Brasil e criticou o momento atual dizendo que estamos “retrocedendo”.
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“Eu tenho setenta anos, nunca imaginei que fosse viver um momento político tão desastroso, tão triste na política brasileira. Não imaginei que a gente pudesse de novo ter situações ditatoriais, que é o que a gente tá vivendo. Ameaças de retrocessos desastrosos. A gente vive um momento delicado. Vejo cada vez menos espírito público”, disse a atriz sobre o momento político do Brasil, durante coletiva de “O Outro Lado do Paraíso”, nesta quinta-feira (05), no Rio de Janeiro, onde o TV Foco esteve presente.
Sobre a volta à faixa das 21h, Marieta disse que trabalha fora de expectativas de estar no horário nobre: “Fico sempre com saudade de trabalhar, posso estar em qualquer horário que estou feliz. É claro que sinto que existe uma expectativa em torno do horário nobre, mas eu sempre tive uma capacidade de trabalhar fora dessas expectativas. Quero fazer o meu trabalho da melhor maneira possível”.
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A atriz ainda elogiou o autor Walcyr Carrasco e o diretor artístico Mauro Mendonça Filho, com quem fez parceria em “Verdades Secretas” (2015), quando deu vida à personagem Fanny. “Sei que tem todos os elementos de qualidade, de segurança à minha volta, que é o que me interessa. Tem o Walcyr Carrasco, que é um craque em armar uma novela, em contar uma história. Tem o Maurinho e a turma dele. Já trabalhei com eles em ‘Verdades Secretas’, e que sabem como colocar essa história no ar com sofisticação, com criatividade”, disse.
Quanto ao processo para interpretar Sophia, sua próxima personagem, Marieta revelou que ficou um mês em preparação: “A gente teve uma preparação de um mês trabalhando do meio-dia às nove [da noite], de integração do elenco, de voz, de corpo. Essa criação começa a surgir ali junto com todo mundo, depois cada um tem o seu processo”.
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A atriz ainda declarou que considera sua personagem em “O Outro Lado do Paraíso”, que é gananciosa, muito atual. “Acho ela um retrato da nossa época, ela é muito moderna. O grande valor da vida dela é o poder do dinheiro, em função do dinheiro ela faz qualquer coisa, ela é ambiciosa. É realidade, e não tem nada mais assustador que a realidade hoje em dia. A ficção não consegue chegar aos pés da realidade, que está avassaladora. As coisas que o ser humano está sendo capaz de fazer…a gente tem a tendência de achar que o ser humano caminhava para o progresso interior, para a luz, abrindo cada vez mais o horizonte, e está acontecendo cada vez mais o oposto, está fechando”.
Marieta também considerou momento atual do país como retrocesso. “Eu não queria estar vivendo esse momento de andar para trás, não tenho mais idade para andar para trás. O pessoal jovem cheio de preconceito, caretice, como pode um jovem de 22 anos ser tão careta?! É preconceito de sexo, é preconceito… Com 22 anos a gente queria romper barreiras, quebrar tudo, coisas novas. Agora não, só querem coisas ultrapassadas, o que está lá atrás. Vou começar a chorar aqui”, disse.