Seis novelas inéditas vão ao ar diariamente na programação da TV brasileira. Quatro na Globo, uma no SBT e outra na Record, mas apenas uma é considerada sucesso. Esta é uma situação alarmante se levarmos em conta a longevidade e tradição desse produto nas telinhas, e a paixão do telespectador pelo gênero.

Com um alto número de novelas no ar, sem considerarmos as reprises ou as estrangeiras, o que nos levaria a impressionantes onze produções folhetinescas, a TV brasileira nunca viu tanto fracasso de uma só vez, tanto em audiência como em repercussão. Desde os baixos índices do “Vale a Pena Ver de Novo” até a renomada novela das 21h, a rede Globo não emplaca um só produto desde o fim dos sucessos “Cheias de Charme” e “Avenida Brasil”. A penúltima aposta para o horário das 18h, “Meu Pedacinho de Chão” não emplacou e repetiu os índices nada animadores da antecessora “Joia Rara”.

Amargando a pior média de uma novela das 19h, “Além do Horizonte”, havia atingido índices abaixo dos vinte pontos, apesar de que a meta para o horário era de trinta. E o que a emissora pensou ser apenas um resultado isolado, agravou-se quando “Geração Brasil”, anunciada como a sucessora de “Cheias de Charme”, usando novamente a temática de interação com a internet e repetindo parte do elenco da coirmã e de “Avenida Brasil”, conseguiu desempenho ainda pior, derrubando drasticamente os índices herdados da atração antecessora.

No principal horário, “Império”, carro chefe da programação da emissora, inicialmente sofreu para chegar aos trinta pontos e, por várias vezes, isso só ocorria nos momentos de pico. A antecessora na faixa “Em Família”, considerada o maior fracasso de todos os tempos, até então alcançava números superiores. No período eleitoral, a situação da novela de Agnaldo Silva piorou, porém, no segundo turno, passando a receber diretamente do “Jornal Nacional”, esboçou uma leve reação e reacendeu as expectativas de uma possível recuperação.

À tarde a situação permanece desanimadora. Há mais ou menos um ano, época em que as reprises vespertinas sofriam nas mãos das mexicanas do SBT, várias destas tiravam a liderança da emissora carioca. .

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Situação pior é da Record. “Vitória”, atual produção e aposta da emissora, com elenco e gastos milionários, padece de baixíssima audiência. Além de já ter mudado de horário inúmeras vezes, a produção não atinge repercussão e sofre inúmeras derrotas para o SBT. A novela de Cristianne Fridman perdeu 90% dos confrontos para “Rebelde”, reprise mexicana, ficando em terceiro lugar. O último folhetim de sucesso do canal foi “Vidas em Jogo”, de 2011.

Chamam atenção, entretanto, os números de “Chiquititas”, produzida e exibida pelo SBT na faixa noturna. É a única trama infantil no ar, com médias sempre acima de dois dígitos e na vice-liderança isolada, além de ter uma excelente repercussão. Talvez, esteja aí o motivo de seu sucesso, um produto diferente para um público diferenciado que estava longe da TV no horário. A novela, além de atrair a criançada para frente das telinhas, conseguiu a proeza de unir toda a família. Além das crianças do orfanato, destacam-se o divertido núcleo juvenil e o bem estruturado adulto, garantindo ainda mais telespectadores. Quando o assunto é faturamento, os pequenos lucram como gente grande. Até hoje, já foram mais de 300 produtos licenciados, entre materiais escolares, álbum de figurinhas, brinquedos, artigos para festas e mais de 500 mil cópias vendidas de CD’s e DVD’s. Um verdadeiro fenômeno. O sucesso é tão grandioso que a emissora dará continuidade à produção de histórias infantis iniciada em 2012 com “Carrossel” e com o remake de “Cúmplices de um Resgate”. A emissora confirma ainda a intenção de abrir um segundo horário para a produção de novelas adultas.

A fonte do sucesso das tramas pode ser credenciada a esses produtos diferenciados, com histórias que fogem da mesmice. A renovação de elenco com novos rostos, podem ser o segredo para alcançar grandes êxitos com as novas histórias.

Texto escrito pelo leitor Dyego de Oliveira Terra.

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