Paola Carosella abre o coração e fala de namoro, filha, suicídio do pai e fama no Brasil
29/02/2016 às 21h07
Em entrevista à revista Marie Claire deste mês, a chef de cozinha Paola Carosella abre o coração e conta, entre outros, o que a faz não querer regressar à Argentina, país onde nasceu: “Não tenho essa pretensão. Talvez porque lá ainda tenha feridas abertas. Quando cheguei ao Brasil era como um tecido em branco, no qual consegui bordar traços próprios, sem histórias escuras e tristes” , revela a jurada do Master Chef.
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Sobre a morte de sua mãe, na Argentina em 1999, ela conta” Ela morreu afogada, na piscina da nossa casa em Buenos Aires.” Sobre a causa da morte, ela responde” Nunca se soube. Eu estava trabalhando, não tinha ninguém em casa. Acho difícil que ela tenha se matado, apesar de saber que não era feliz. Provavelmente foi um desmaio na piscina, talvez pelo efeito de um antidepressivo, por não ter comido direito, uma hipoglicemia… Acho que ela se deixou ir.”
Sobre o seu pai, que se separou da sua mãe quando ainda tinha 3 anos, e que era, segundo a própria “maníaco depressivo”, ela conta que não teve muito contato, e que ele faleceu quando ela já morava em São Paulo, e tinha 28 anos. “Quando o reencontrei, devia ter uns 5 anos. Meus avós me levavam para visitá-lo. Os remédios para doenças mentais naquele tempo eram fortíssimos e, quando o via, sempre estava muito medicado.”
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Perguntada se houve tempo de reestabelecer uma relação com o pai, que faleceu um ano após sua mãe, ela conta” Pouco. Quando perdi minha mãe, em 1999, me aproximei dele e tentei ajudá-lo. Meus avós o haviam deserdado e, toda vez que ele surtava, o internavam em manicômios públicos, uns lugares terríveis…” Sobre o plano de comprar um apartamento para seu pai, onde pudesse ter acompanhamento terapêutico ela conta: ” Avisei para o meu pai: ‘Vou deixar nosso plano em stand-by e volto pra gente retomar’. Mas ele não segurou a onda e se suicidou.”
Questionada sobre como lida com perdas tão dolorosas, Paola confessa: “A gente nunca sabe quando vai se recuperar das nossas feridas. Posso até dizer que ficou tudo bem, mas sei lá se já extravasei toda a minha dor… Às vezes a deixo escapar em um berro, quando me abalo demais vendo minha filha [Francesca, 4] se comportando mal, ao me questionar tanto e nunca relaxar… Sempre penso que poderia ter minha mãe aqui comigo, linda e inteligente, ainda jovem com seus 63 anos…” (Paola se emociona e chora.)
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Sobre o pai de sua filha Francesca, um arquiteto argentino que ela prefere não dizer o nome, ela conta” Ele é uma boa pessoa, mas se amedrontou com a paternidade. Hoje temos pouco contato. Então, com a minha filha, tento ser doce, mas discipliná-la e dar limites para que saiba lidar com as frustrações da vida. “
Ela, que diz que sua religião é “Freud”, namora e diz que pretende se casar, mas não na igreja, revela sobre seu namoro: ” Namoro a distância há dois anos (com o fotógrafo irlandês Jason Lowe, 50, que mora em Londres). Ele é incrível com a minha filha e me faz entender o sentido de ter uma família.”
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Sincera, perguntada se gostaria de ter um de seus(dois) restaurantes listados no “Guia Michelin” de gastronomia, ela conta: “Se quiser, consigo. Mas terei que trocar a louça, colocar toalha de linho, enfeitar os pratos com espumas, incluir tucupi no cardápio… Eu não trabalho para isso.”
Sobre o seu início de carreira aqui no país, ela opina: ” Quando cheguei ao Brasil, eram considerados os melhores estabelecimentos os que tinham o melhor serviço e não a melhor comida. Vendiam fumaça, mas o atendimento era impecável. Lembro de uma vez em que entrei no ‘Gero’ e me disseram: ‘Como está a rainha hoje?’ “. E completa: “Toda essa bajulação preenchia espaços que o prato não conseguia.”