10 motivos pelos quais vamos sentir saudades de “Justiça”

23/09/2016 às 19h44

Por: Danyllo Junior
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"Justiça" faz sua despedida da tela (Foto: Divulgação/Globo)
"Justiça" faz sua despedida da tela (Foto: Divulgação/Globo)

“Justiça” faz sua despedida da tela (Foto: Divulgação/Globo)

Chega ao fim na noite desta sexta-feira (23) a minissérie “Justiça”. A atração da Globo conquistou a crítica e o público por diversas razões, atingindo ótimos números de audiência e grande repercussão. Nesse sentido, esta coluna elencou 10 motivos pelos quais vamos sentir saudades da produção.

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1 Roteiro de Manuela Dias

Manuela Dias assinou o roteiro da minissérie “Ligações Perigosas”, exibida no início deste ano, e colaborou em novelas como “Cordel Encantado” (2011) e “Joia Rara” (2013). Além disso, a autora já tem uma carreira extensa em trabalhos no cinema e no teatro. Sem dúvidas, o roteiro de “Justiça” foi o ponto mais alto da série, com histórias em torno de temas impactantes e de grande pertinência à contemporaneidade brasileira, tais como racismo, violência contra a mulher, estupro, eutanásia e crimes passionais, todos geradores de reflexões.

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2 Direção de José Luiz Villamarim

A direção serve para reforçar um roteiro fraco ou potencializar um roteiro forte. No caso de “Justiça”, aconteceu a segunda opção. José Luiz Villamarim com sua habilidade em dirigir produções dramatúrgicas – “Avenida Brasil” (2012), “Amores Roubados” (2014), “O Rebu” (2014) – deu o tom perfeito em tela à escrita de Manuela, em um trabalho conjunto extraordinário e qualificador das atrações nacionais.

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3 Atuações impecáveis

Ao lado de um excelente texto e uma caprichosa direção, torna-se necessário um elenco de atores que faça jus. Marina Ruy Barbosa, Debora Bloch, Enrique Diaz, Jéssica Ellen e Drica Moraes brilharam em cena. Mas destaco de forma especial as atuações de Adriana Esteves, com sua comovente Fátima, Jesuíta Barbosa e sua brilhante atuação como Vicente, Leandra Leal interpretando com maestria uma personagem fora de sua zona de conforto, a Kellen, e Luisa Arraes com sua bela e dramática Débora.

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Adriana Esteves em mais um show de atuação; núcleo foi destaque da minissérie (Foto: Divulgação/Globo)

Adriana Esteves em mais um show de atuação; núcleo foi um dos destaques (Foto: Divulgação/Globo)

4 Inovação no formato

“Justiça” contou com o recurso de contar histórias distintas, mas que se interligaram em determinados momentos. O protagonista do núcleo de segunda-feira virava coadjuvante em histórias de dia posterior. Em meio a tanta mesmice da televisão brasileira, essas táticas inovadoras são muito bem-vindas e a minissérie merece muitos aplausos por isso.

5 Cenário de locação

Recife, capital de Pernambuco, foi a cidade escolhida para cenário de locação. Geralmente as atrações globais são ambientadas no Nordeste para fugir do eixo Rio-São Paulo e evidenciar mais a brasilidade. Com todas as tomadas, sobretudo com alto grau de melancolia, as imagens de Recife representaram um grande incremento à minissérie.

6 Trilha sonora

“Amor perfeito” de Roberto Carlos, “Dona da minha cabeça” de Geraldo Azevedo, “Pedaço de mim” com Chico Buarque e Zizi Possi, “Pense em mim” com Johnny Hooker e Eduardo Queiroz, “Revelação” de Fagner, “Último Romance” de Los Hermanos e “Hallelujah” de Rufus Wainwright. Precisa comentar alguma coisa?

7 Sotaque

Para dar maior verossimilhança à minissérie, os atores utilizaram uma linguagem e um sotaque mais condizente com o habitual em Pernambuco. Além da pronúncia com som mais seco, os personagens volta e meia soltavam um atrativo “visse” na conclusão de suas falas, gíria muito popular no Nordeste, especialmente entre os pernambucanos, e que quer expressar essas interrogativas: “você viu?”, “você escutou?” e/ou “você entendeu?”.

Abertura da estreia trouxe a imagem do edifício Holiday, arquitetura clássica de Recife (Foto: Divulgação/Globo)

Abertura da estreia trouxe a imagem do edifício Holiday, arquitetura clássica de Recife (Foto: Divulgação/Globo)

8 Abertura diferenciada

Outro ponto bem positivo da minissérie global trata-se da abertura diferenciada para cada capítulo. Todas as cenas foram gravadas exclusivamente para a abertura em locações reais da capital pernambucana. “É sempre um take único durante os 45 segundos da abertura, em um enquadramento não convencional, mostrando uma situação solitária que força o espectador a uma reflexão sobre aquele momento, sobre a vida daquela pessoa ou sobre a própria situação que, apesar de cotidiana e real, nem sempre é percebida”, afirmou ao Gshow Alexandre Romano, um dos responsáveis pela criação e direção das aberturas. Haja inovação!

9 Horário fixo

Diferentemente de outras atrações globais que seguem essa linha dramatúrgica, “Justiça” foi exibida fielmente sempre após a novela das 21h. Com isso, os telespectadores não precisaram ter aborrecimentos com os horários flutuantes costumeiros em tempos até recentes. Que a Globo siga com essa estratégia em suas futuras atrações.

10 Total de capítulos

As minisséries “Amores Roubados” (2014), “Felizes Para Sempre?” (2015) e “Ligações Perigosas” (2016), como exemplos, tiveram apenas 10 capítulos. Para a alegria dos telespectadores, “Justiça” teve o dobro.

Justiça seja feita: uma das melhores produções dos últimos tempos.

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As opiniões emitidas neste texto são de inteira responsabilidade do autor, não correspondendo, necessariamente, ao ponto de vista do TV Foco

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Autor(a):

Escreve artigos de opinião sobre televisão desde 2009. Enfermeiro, Mestrando da UFRN, autor de livro - Morte Gêmea - e contos, e apaixonado pelos afins da televisão. Integra a equipe do TV Foco/iG desde maio de 2013, assinando atualmente a coluna semanal ‘Ligado na TV’, na qual lança seu olhar sobre o curioso universo televisivo. (e-mail: [email protected])

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