Rede gigantesca de supermercados brasileira sucumbiu à crise e à falência após enfrentar uma série de dificuldades financeiras, com desfecho chocante que deixou milhares de consumidores no chão
No Brasil, as redes de supermercado em geral desempenham um papel essencial na economia e na vida cotidiana da população.
Mesmo porque, além de serem responsáveis pelo abastecimento de produtos básicos, como alimentos e itens de higiene, elas facilitam o acesso aos bens de consumo e atuam como um dos maiores empregadores do país.
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O setor ainda é responsável por:
- Conectar o produtor ao consumidor;
- Sustentar cadeias de fornecedores;
- Movimentar uma grande fatia do PIB nacional.
Impactos devastadores:
Sendo assim, quando uma grande rede de supermercados enfrenta uma crise financeira ou chega à falência, o impacto vai muito além de suas prateleiras.
Até porque, a população sente diretamente os efeitos por conta do
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- Desemprego;
- Interrupções abruptas de um serviço essencial;
- Aumento de preços devido à redução da concorrência local.
Dito isso, o desaparecimento de uma rede de supermercados se reflete não apenas no setor varejista, mas na estrutura econômica e social de todo o país.
Inclusive, a equipe especializada em história das empresas, do TV Foco, baseada em informações divulgadas através do portal Wiki, traz mais detalhes sobre um desses casos: O da rede Casa da Banha.
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Um império
O fim das Casas da Banha remontam o ano de 1999, quando ela fechou suas portas e teve a sua falência decretada, após 44 anos atuando no país.
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Aliás, a notícia da sua quebra devastou e entristeceu milhares de consumidores, cujos quais se dirigiam a ela para obter o que havia de melhor em produtos.
Apesar de ter sido fundada em 1955, o seu BOOM veio quando ela passou a patrocinar o eterno Velho Guerreiro Chacrinha, nos anos rebeldes e coloridos da década de 70.
Tanto é que o saudoso apresentador costumava jogar bacalhau para a plateia em seu programa de auditório, na antiga TV Tupi, dando alusão aos produtos da rede.
Falência:
O juiz Luiz Felipe Salomão, da 2ª Vara de Falências e Concordatas, tomou a decisão de decretar a falência, conforme noticiou o portal Diário do Comércio.
- O advogado da empresa, Alfredo Bumachar, afirmou que a decisão foi tomada após uma confissão da empresa feita na Vara.
- O juiz, por sua vez, deu um prazo de 20 dias para que os credores justificarem seus créditos e priorizou o pagamento das dívidas trabalhistas, estimadas em US$ 5 milhões na época.
Lojas fechadas:
No entanto, a crise se intensificou no ano 1986, com os planos econômicos heterodoxos do Governo Federal, como o Cruzado I e II.
De acordo com o advogado da empresa, esse “congelamento foi absurdo”.
Em 1991, a empresa implicou um controle e a contenção das empresas, bem como nos fechamentos de algumas unidades das lojas pertencentes a elas.
O advogado explicou que: “Na decretação do Plano Cruzado I, várias mercadorias vendidas pelas Casas da Banha estavam com preços promocionais e, com o congelamento, os preços tiveram de continuar a ser cobrados por um ano”
Além disso, a empresa ainda enfrentou o confisco do Plano Collor, cujo qual “agravou ainda mais o que já estava ruim” — conforme declarado pelo advogado.
Demissões:
Por fim, a empresa que chegou a ter em sua folha de pagamento cerca de 22 mil funcionários, em 1991, reduziu a apenas a 9 mil empregados restantes, com uma remuneração devida de apenas US$ 2 milhões.
Isso sem falar que venderam ou repassaram 149 unidades aos antigos donos para sanar dívidas.
Além disso, 75 delas permaneciam fechadas à espera de negociação, incluindo o tradicional Porcão.
Em 1992, a Casas da Banha dispensou mais 3,5 mil empregados por uma decisão judicial enquanto fechava gradativamente suas portas.
Já no ano seguinte, em 1993, a rede ainda foi alvo de 9 mil processos trabalhistas.
O número foi reduzido a 800, com o pagamento gradual de indenizações pedidas em 2,8 mil processos.
Ao procurar manifestações da empresa sobre tais demissões, as mesmas não foram encontradas. Mas, apesar do tempo, o espaço permanece aberto se assim desejar expor sua versão dos fatos.
Quais os direitos dos trabalhadores em caso de falência de empresas?
Em caso de falência, o trabalhador tem direito de receber os mesmos benefícios que teria em uma demissão sem justa causa, o que inclui:
- Salários atrasados;
- Férias vencidas;
- Proporcionais com acréscimo de 1/3;
- 13º salário;
- FGTS;
- Aviso;
- Multa de 40%;
- Seguro-desemprego
Para saber sobre mais falências e casos como esse, clique aqui*
Considerações finais:
A falência da Casas da Banha, uma das maiores redes de supermercados do Brasil, revelou o impacto devastador que crises econômicas e má gestão podem ter no varejo e na vida dos consumidores.
Fundada em 1955, a rede foi à falência em 1999 após enfrentar dificuldades com políticas de congelamento de preços e planos econômicos federais.
Esse desfecho impactou milhares de trabalhadores e famílias, marcando um triste capítulo na história do varejo brasileiro.