Uma das mais tradicionais varejistas se encontra com a “corda no pescoço” e luta para sobreviver em meio a uma crise
O mercado varejista, de longe, atravessa um dos seus cenários mais desafiadores.
Ouso dizer que, desde que o rombo das Americanas veio à tona em janeiro do ano de 2023, cada vez mais outros casos envolvendo grandes nomes do setor surgem nas notícias*
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(Para saber mais sobre o impacto que o caso Americanas surtiu em outras varejistas, clique aqui*)
Isso sem falar nos impactos gerados pelos rastros desastrosos da pandemia, cujos quais continuam ainda atingindo com força esse nicho de mercado.
Falando nisso, uma das lojas mais tradicionais, reconhecida como a 3º maior varejista voltada a eletrodomésticos, frequentada e amada por milhares de brasileiros, está travando uma verdadeira luta para conseguir sobreviver em meio a tantos obstáculos financeiros.
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Estamos falando da icônica Polishop, cuja qual foi fundada ainda em 1999, por João Appolinário, em formato de revista eletrônica pelos meios televisivos.
Vale dizer que a varejista já começou tendo suas primeiras lojas físicas fundadas nos principais shoppings da cidade de São Paulo, no ano de 2003.
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Entendendo a crise até aqui …
De acordo com o Valor Econômico, essa situação ruim já se arrasta desde 2022, tanto é que os sócios precisaram injetar recursos para equilibrar a estrutura de capital e de um ano e meio para cá, dezenas de lojas deficitárias já tiveram suas portas fechadas.
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Tanto é, que de acordo com o portal Metrópoles, naquele mesmo ano de 2022 o João Apolinário vendeu um jatinho ao cantor Gusttavo Lima, pelo valor de R$250 milhões de reais, a fim de ajudar a enxugar as despesas da empresa que só aumentavam.
Porém, ao que tudo indica esse valor acabou sendo “jogado no lixo”, uma vez que acabou não gerando o alívio esperado.
De acordo com o portal ‘R7’, como uma tentativa de reestruturação, a empresa decidiu reduzir o número de lojas físicas abertas, caindo de 280 para apenas 122, resultando em uma redução de 158 unidades.
Despejo e penhora:
Em 2023, os shoppings de empresas como Multiplan, Iguatemi, Ancar, Saphyr e Aliansce Sonae BR Malls iniciaram ações de despejo e execuções de títulos judiciais contra a rede por conta de atrasos no pagamento de aluguéis.
Ainda segundo informações do portal Valor, algumas ações de execução de títulos judiciais contra a varejista Polishop entraram ainda em abril deste de 2024.
Desde o dia 3 de abril de 2024, logo após essa entrada da ação com pedido de liminar, em São Paulo, 4 ações de execução de título ou ação monitória entraram.
As mesmas pedem pela cobrança de dívida, por parte de administradoras ou controladoras de shoppings.
Em todos os casos, os juízes não suspenderam o pedido de cobrança, apesar da medida cautelar obtida pela Polishop.
No caso da General Shopping, são dois processos requeridos por suas duas administradoras de imóveis, no valor total de R$ 1,5 milhão.
No Shopping Iguatemi, a ação de despejo a loja no condomínio Esplanada Shopping Center, em Sorocaba (SP), após dívidas no valor de R$ 255 mil.
Na Allos, a dívida de R$ 10 mil refere-se à multa, e não ao aluguel (que seria outro valor) e é devida ao Condomínio Shopping Parque Dom Pedro, o maior empreendimento de Campinas (SP).
No pedido de medida cautelar, a Justiça já designou administrador judicial para o caso, que será a Cabezón Administração Judicial.
Mas foram suspensas as ações de despejo e execuções que impossibilitem que a empresa opere suas plataformas de marketing e tecnologia, além de antecipação de vencimento de dívidas financeiras.
Agora, de acordo com o portal O Antagonista, Appolinário enfrenta o desafio de lidar com a penhora de alguns de seus valiosos bens pessoais, como suas 2 lanchas e uma motocicleta Harley-Davidson.
Medidas essas que foram tomadas para saldar uma dívida relacionada ao aluguel de um espaço no shopping Tietê Plaza, em São Paulo, cobrada pela Marfim Empreendimentos Imobiliários.
A cobrança, que chega a R$ 351,7 mil, veio à tona com exclusividade pela equipe do colunista Rogério Gentile, do UOL, como podem ver no vídeo abaixo:
Pesadelo de falência
Ainda em crise financeira, ainda em maio de 2024, a Polishop, com o nome Polimport, entrou com pedido de recuperação judicial para tentar conseguir escapar da falência.
De acordo com o portal Exame, a sua dívida atual está na casa dos 300 milhões, mais precisamente a quantia de 352,1 milhões de reais.
Agora cabe à Justiça analisar o pedido de reestruturação. Caso a resposta seja positiva, a empresa entrará oficialmente em recuperação judicial e terá as suas dívidas congeladas por 180 dias, enquanto prepara um plano de reestruturação.
Ainda de acordo com o portal, ao ser procurada pela empresa a mesma afirmou que: “só irá se pronunciar após o aceite da Justiça”
Atualmente, a Polishop possui 49 lojas físicas abertas em shoppings centers e conta com quase 500 colaboradores, além da atuação no e-commerce e canal de televendas.
Quais foram os motivos apresentados pela Polishop para justificar o pedido de recuperação judicial?
Em seu pedido de reestruturação, a empresa alegou que mesmo com um nome sólido no mercado, desde que foi fundada, com as dificuldades e a mudança no cenário econômico as dificuldades acabaram sendo inevitáveis.
O primeiro desses motivo apresentado por ela foi um enfraquecemento do varejo físico entre 2015 e 2019, com o fortalecimento de lojas onlines e marketplaces.
A empresa também alegou que a covid-19 e as restrições sanitárias impactaram no negócio da companhia.
Ainda de acordo com a empresa, o cenário provocado pela pandemia provocou uma queda de 70% do faturamento da Polimport, além dos aumentos dos custos fixos.
Com isso, a empresa passou a se deparar com dificuldades de manutenção de fluxo de caixa, sendo necessário sucessivas medidas internas para preservar as vendas e cobrir os custos fixos.
Como mencionamos logo no inicio deste texto, nos últimos dois anos, a empresa de 25 anos fechou cerca de 70% de suas lojas, todas em shoppings centers.
O encerramento das operações acarretou no aumento de despesas não recorrentes e a companhia terminou 2023 no vermelho:
“Os contratos com shoppings centers aumentaram muito nos últimos anos e o varejo atravessa um momento difícil” – afirmou o fundador João Apolinário.
Importância da Polishop:
Vale destacar que desde o seu nascimento em 1999, a empresa se empenha em facilitar a vida das pessoas por meio de soluções inovadoras e de qualidade.
Através de uma grande rede de canais de comunicação, distribuição e vendas, a Polishop consegue alcançar hoje mais de 180 milhões de brasileiros.
Sendo assim, a perda da varejista impactaria e muito a vida de milhares de consumidores que apreciam a marca.