A balança das 21h

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(Foto: Divulgação)

“E que os grandes acertos e os grandes erros da teledramaturgia equilibrem, de forma positiva, um grande final.”

A novela “Império”, da rede Globo, segue dividindo opiniões de muitos telespectadores. 

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A história que vem se desenrolando nas últimas semanas era esperada desde o início da trama e, desde lá, já se ansiava pela briga pela herança de José Alfredo, o imperador da trama das 21h. Será que conseguimos nos lembrar quantas vezes já assistimos a uma briga por uma herança ou por uma cadeira presidencial em uma empresa? Sabemos que foram muitas, mas repetir esse tema é plenamente justificável, assim como uma personagem vingativa é ainda aceitável.

O que não é justificável é usar o mesmo tom nesse tema já usado por outras novelas. Verificamos isso ao enxergar o fraco personagem Maurílio, afinal ele quer vingar a morte do pai ou está se aproveitando disso para a ganância? É uma personagem vazia, sem história para contar. Ele apenas quer vingança ou apenas quer dinheiro, mas nem ele mesmo sabe porque quer isso. Situação vingativa essa à qual já assistimos um grande número de vezes.

(Reprodução/TV Globo)

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Esses temas são justificáveis. A missão, entretanto, das novelas é reciclá-los porque, ao se fazer isso, dá-se um novo tom a esses assuntos. Esses mesmos temas repetitivos foram os que acenderam a audiência de “Império”, que repentinamente começou a subir na audiência, e poderiam ter acendido ainda mais se estivessem empregados de uma nova forma, pois copiando as formas já vistas, você mira apenas a audiência e perde a emoção de contar a sua história. Sempre que vemos algo tão parecido com algo já conhecido dizemos “Gostei, mas já vi melhor do que isso.”.

Por mais consagrado que seja o autor, será muito difícil ver, hoje, algo revolucionário na teledramaturgia que conquiste um grande sucesso. Há o lado bom de “Império”, que desestabiliza opiniões negativas, como o popular José Alfredo, uma personagem encarnada de forma esplêndida por Alexandre Nero. Sem esquecer-se de Lilia Cabral, mais uma vez brilhando em frente a nossos olhos, mas no papel de Maria Marta, uma vilã que transita entre ajudar o protagonista a quase uma antagonista.

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E assim segue a novela “Império”: em uma balança com muitos telespectadores. E que os grandes acertos e os grandes erros da teledramaturgia equilibrem, de forma positiva, um grande final.

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Texto escrito pelo leitor Yago Tadeu Borges de Souza.

Autor(a):

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