À beira da falência e volta triunfal: Maior rival da AVON ressurge das cinzas após se enterrar em dívidas

Tv Foco mostra hoje atrizes brasileiras dos anos 1990 já chegaram aos 50 anos, mas continuam arrancando suspiros por onde passam.
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Virada trás rival da AVON de volta e faz a mesma escapar da falência (Foto Reprodução/Montagem/Lennita/TV Foco/Canva/AVON)

Dona de uma das marcas mais icônicas dos cosméticos e vista como maior rival da Avon ressuscita após crise

Já mencionamos em matérias anteriores o quanto o setor comercial e suas marcas pode ser repleto de viradas e desfechos surpreendentes.

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Inclusive, esse fato tem ficado cada vez mais evidente nos últimos anos, visto que diariamente nos deparamos com notícias envolvendo grandes nomes e marcas nessa situação.

Esse foi o caso de uma grande rival da Avon, que ainda em junho do ano de 2022, acabou entrando com pedido de proteção à falência (recuperação judicial) e ficando por um triz de deixar de existir de vez.

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Estamos falando da norte-americana Revlon, cuja qual faz concorrência direta com a Avon, que inclusive pertence ao Natura&Co desde o ano de 2020, em uma transação que custou 2 bilhões de dólares*

(*Para saber mais sobre essa compra, clique aqui)

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Tradição e queda

Fundada ainda no ano de 1932, a Revlon e que é considerada uma das maiores empresas de cosméticos do mundo, conforme informações do portal Exame.

Apesar de todo esse reconhecimento, nos últimos anos a marca enfrentou uma série de adversidades e dívidas.

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O que intensificou ainda mais durante o período da pandemia da Covid-19, o que deixava qualquer cenário ainda mais devastador*

Segundo a Folha de S,Paulo, ainda no inicio de 2023, a Revlon já sinalizava uma  “falta de liquidez, provocada pelos contínuos desafios globais, incluindo a interrupção da cadeia de fornecimento e o aumento da inflação.

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No final de março de 2023, sua dívida de longo prazo era de US$ 3,3 bilhões, o equivalente a R$ 17 bilhões.

As notícias sobre sua falência iminente provocaram  uma queda brusca no preço das ações da empresa, poucos dias antes do pedido de recuperação judicial.

A Revlon vende seus produtos atualmente em mais de 150 países, mas sua posição de mercado sofreu um claro retrocesso.

A empresa, que era considerada uma das maiores marcas de cosméticos no mundo, hoje ocupa apenas o 22º lugar.

Porém o retrocesso da Revlon começou ainda na década de 90, quando a empresa não conseguiu adaptar-se às mudanças das preferências dos consumidores.

Naquela época, a tendência da moda em cosméticos eram a preferencia por por batons de tons mais opacos, no lugar do vermelho brilhante , que foi um verdadeiro boom dos anos anteriores como a década de 80.

Esse desencontro abriu oportunidades que as demais concorrentes, que iam surgindo no mercado com propostas inovadoras, souberam aproveitar melhor.

Sendo assim, a Revlon acabou perdendo espaço no mercado para rivais tradicionais.

Isso sem falar no surgimento de novas marcas que tinham um frescor diferenciado e ainda eram impulsionadas por personalidades famosas, como Fenty Beauty, da cantora Rihanna, e Kylie Cosmetics, de Kylie Jenner*

(*Kylie Jenner faz parte da família Kardashian, conhecidos pelo reality show Keeping Up with the Kardashians, estrelado por Kim Kardashian e transmitido pelo canal E.)

Tudo isso contribuiu para que a marca se encontrasse em um verdadeira guerra com titãs, afinal ficou cada vez mais difícil de competir.

Reviravolta

Porém, segundo o portal Network Fashion, ainda em abril de 2023, a Revlon passou por uma virada surpreendente e ressurgiu “das cinzas” escapando da temida falência.

Isso porque o juiz de falências de Manhattan, David Jones, encarregado de supervisionar a falência da empresa sob o Capítulo 11, disse que a Revlon chegou a: “um acordo multifacetado e árduo”.

Ainda de acordo com o magistrado, esse acordo acabou resolvendo uma “série de riscos que ameaçavam a empresa”, incluindo um litígio “debilitante” entre seus credores.

Conforme o plano, os credores da Revlon deveriam assumir a propriedade da empresa em troca de um acordo de redução da dívida, anulando o valor do capital dos atuais acionistas.

A empresa reestruturada planejou arrecadar US$ 670 milhões após sair da falência com a venda de novas ações, em 2023.

Reestruturação

A reorganização da Revlon foi apoiada por 88% dos 4.500 credores que votaram no plano, e os credores de apoio possuem 98% da dívida da empresa.

Essa reestruturação ainda permite que a Revlon “recomece” e forneça uma base sustentável para o crescimento futuro, segundo declarações dadas por ela mesma, no dia 31 de abril de 2023.

Ainda em meio ao processo de falência, a Revlon chegou a um acordo com duas facções rivais de credores que financiaram a compra da empresa de cosméticos e fragrâncias Elizabeth Arden pela Revlon no ano de 2016.

Os credores entraram em conflito sobre um empréstimo do ano de 2020 que dava a uma parte deles controle adicional sobre os ativos de propriedade intelectual da Revlon.

Sob o plano de falência da Revlon, os credores que participaram do empréstimo de 2020 receberam a maior parte do capital da empresa, avaliado entre US$ 2,7 5bilhões e US$ 3,25 bilhões.

Os credores que não participaram do empréstimo de 2020 puderam optar entre receber até US$ 56 milhões em dinheiro ou renunciar aos pagamentos em dinheiro e receber até 18% das ações da empresa após a falência.

Os credores minoritários, incluindo aposentados com pensões não pagas e consumidores que entraram com ações judiciais por danos pessoais contra a Revlon, receberam até US$ 44 milhões.

A MacAndrew & Forbes, de Ron Perelman, possuía 85% das ações da empresa no momento do pedido de falência.

As demais ações atraíram o interesse de investidores de varejo no ano passado, sendo negociadas acima de US$ 8 por ação no início da falência da empresa, antes de seu valor despencar.

Mas como está a real situação da Revlon AGORA?

Em maio de 2023, a marca finalmente saiu oficialmente da falência.

Com os planos a empresa havia conseguido eliminar mais de US$ 2,7 bilhões em dívidas de seu balanço por meio de um acordo com seus credores.

No entanto, a companhia possuía aproximadamente US$ 1,5 bilhão em dívidas pendentes, na época.

Após a saída do Capítulo 11, a empresa formou um novo conselho de administração.

Em meio a uma nota oficial, a CEO da marca, Debra Perelman afirmou: “Esse é um momento importante na história e na evolução da Revlon. Menos de um ano após o início do processo de reestruturação financeira.

Tenho orgulho de dizer que estamos emergindo hoje como uma empresa mais forte e bem posicionada para o crescimento de longo prazo”

A Revlon informou que escolheu executivos sêniores com profundo conhecimento das indústrias globais de consumo, varejo e beleza.

O time inclui a ex-presidente de produtos da Avon, Elizabeth Smith, que atuará como presidente-executiva e Martin Brok, que foi presidente global e CEO da Sephora.

Ao sair da falência, os credores da Revlon deteram coletivamente mais de 80% do patrimônio reorganizado da empresa.

Autor(a):

Lennita Lee é jornalista com formação em Moda pela Universidade Anhembi Morumbi e experiência em reportagens sobre economia e programas sociais. Com olhar atento e escrita precisa, atua na produção de conteúdo informativo sobre os principais acontecimentos do cenário econômico e os impactos de benefícios governamentais na vida dos brasileiros. Apaixonada por dramaturgia e bastidores da televisão, Lennita acompanha de perto as movimentações nas principais emissoras do país, além de grandes produções latino-americanas e internacionais. A arte, em suas múltiplas expressões, sempre foi sua principal fonte de inspiração e motivação profissional.

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