Anvisa proibiu a comercialização e consumo de marca de cerveja, após grave denúncia, e situação atual é essa
E no ano de 2020, uma famosa marca de cerveja acabou tomando uma severa proibição da ANVISA, após grave acusação que acabou culminando em sérias consequências.
Estamos falando da marca Backer, que foi lançada pela primeira vez no ano de 1999 pela Cervejaria 3 lobos.
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O caso ocorreu exatamente no mês de janeiro do ano de 2020, quando a Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária), precisou interditar todos os rótulos de cerveja da Backer, com data de validade igual ou posterior ao mês de agosto daquele mesmo ano.
De acordo com o portal G1, a determinação ocorreu durante 90 dias após análises feitas pelo Ministério da Agricultura, cuja decisão foi publicada no dia 17 de janeiro do ano de 2020, em uma edição extra do Diário Oficial da União (DOU).
A Proibição
Ainda de acordo com o portal, a determinação veio após análises feitas pelo Ministério da Agricultura que constataram a contaminação pelas substâncias monoetilenoglicol e dietilenoglicol* em nada mais nada menos que 21 lotes de oito rótulos diferentes de cerveja da empresa.
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*A principal diferença é o nível de toxicidade. O dietilenoglicol é mais tóxico para os seres humanos. Ou seja, se uma pessoa consome a mesma quantidade das duas substâncias, o dietilenoglicol causará mais problemas do que o monoetilenoglicol.
A medida preventiva também teve base na investigação da Polícia Civil e da Vigilância Sanitária. Vale mencionar que a abrangência da proibição teve validação em todo o Brasil.
No dia 14 de janeiro de 2020 a Polícia Civil junto com o ministério vistoriaram novamente a cervejaria Backer no bairro Olhos D’Água, na Região Oeste de BH, que até então, seguia interditada
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Casos de morte
Além da interdição, lotes específicos da linha Belorizontina e um da cerveja Capixaba também foram proibidos. A orientação dada era que tais cervejas não poderiam ser consumidas de forma alguma.
Fora isso os comerciantes tiveram que retirar às pressas o produto dos mercados e estabelecimentos comerciais. A Anvisa chegou a notificar a empresa para que a mesma veiculasse uma mensagem com orientação sobre a devolução dos produtos.
Na ocasião, 29 pessoas afirmaram terem sido contaminadas após o consumo da cerveja Belorizontina. O que foi ainda mais grave, é que desse número, dez foram diagnosticadas com problemas neurológicos e renais e infelizmente, vieram à óbito.
De acordo com o portal “O Tempo”, o Ministério Público, à época, denunciou onze pessoas, inclusive os sócios-proprietários da cervejaria Backer, “por crimes cometidos em função da contaminação de cervejas fabricadas e vendidas pela empresa ao consumidor”.
O documento, apresentado no mês de setembro de 2020, apontou que os três sócios violaram os artigos 272, do Código Penal, e o artigo 64 do Código de Defesa do Consumidor, que tratam da venda de produto adulterado e por deixar de comunicar à autoridade sobre os riscos.
Fora isso, sete engenheiros e técnicos, responsáveis pela fabricação, chegaram a serem alvos de graves denúncias. Em outubro do ano de 2020, a Justiça recebeu a denúncia feita pelo Ministério Público contra três sócios-proprietários e sete engenheiros e técnicos da cervejaria.
Na ocasião, o juiz da 2ª Vara Criminal de Belo Horizonte suspendeu a decisão que decretou o sigilo do processo.
Multa milionária
A Justiça de Minas ainda determinou a suspensão das atividades comerciais da Backer, inclusive a comercialização da cerveja Capitão Senra, sob pena de multa diária no valor de R$ 10 mil.
A decisão de novembro de 2020 considerou que documentos juntados aos autos indicavam que lotes dessa cerveja foram considerados impróprios para consumo.
A Justiça também determinou que os três sócios-proprietários estavam proibidos de deixar o Brasil e que deveriam entregar os passaportes em juízo no prazo de 24 horas.
No ano de 2021, foi constatado que a empresa descumpriu uma determinação do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), que determinou o recall de todas as cervejas e chopes.
Um proprietário de um bar deu a seguinte declaração na ocasião:
“Não houve o recolhimento para empresas jurídicas e muitos estabelecimentos têm estoque guardado. Tentei fazer a devolução quando aconteceu o caso, mas não conseguimos contato de ninguém da Backer. Em nenhum canal (de comunicação) eles respondem”
Declaração da marca
A Backer informou por meio de nota que cumpriria a determinação da Anvisa, porém NEGOU o uso de dietilenoglicol no processo de fabricação.
Quanto a linha Belorizontinha da Backer, Paula Lebbos, diretora de marketing da empresa, por meio de uma coletiva dada no dia 14 de janeiro de 2020, pediu para que as pessoas não consumissem a cerveja que estava sob investigação.
Como mencionamos, a orientação também serviu para a cerveja Capixaba, que é produzida no mesmo tanque e possuia a mesma fórmula da Belorizontina, porém com rótulo diferente:
“O que estou pedindo é que não bebam a [cerveja] Belorizontina, qualquer que seja o lote. Eu não sei o que está acontecendo” -Disse ela na época
Qual a situação atual da Backer?
De acordo com o portal O Tempo, em abril do ano de 2022, pouco mais de dois anos depois de vir à tona o caso da contaminação de cervejas da Backer, que como mencionamos culminou na morte de 10 pessoas e pelo menos 16 vítimas com lesões graves, a empresa recebeu autorização para voltar a produzir bebidas.
Em nota, a cervejaria Três Lobos, responsável pela fabricação, ressaltou que a permissão foi emitida após rigoroso processo de fiscalização. Na ocasião, a empresa não informou quando iria retomar o processo.
A cervejaria Backer também anunciou no dia 11 de maio de 2022 que voltaria a comercializar uma das suas cervejas que até então, também estava proibida: a Capitão Senra.
Fora isso a decisão pela retomada da comercialização, conforme o documento emitido, visava a constituição de fundo para “pagamento das despesas emergenciais dos beneficiários da ação civil pública“. O que se referiu às vítimas da intoxicação pela cerveja.
Vale destacar que a linha Belorizontinha continua FORA DE CIRCULAÇÃO, ao procurar ela nos sites de compras como sites de mercados e até mesmo pelo e-commerce, ela nem consta mais nos catálogos e portfólio.
https://youtu.be/MJKc_UH7Lpo?si=-bijdVK5ZS9j1_iJ