Banco gigantesco e tradicional acabou sendo engolido pelo Itaú para o desespero do Bradesco
O Brasil conta com uma infinidade de instituições financeiras espalhadas em todo território nacional, sendo que muitas delas estão há anos operando no país atendendo a milhares de correntistas.
Porém, apesar de ser um negócio extremamente lucrativo, muitos desses nomes acabaram sucumbindo a ponto de se afundar em dívidas, fechar as suas portas e até mesmo a enfrentar o terror da falência.
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Em contrapartida, outros decidiram se fundir a rivais para conseguir se manter ainda mais forte no mercado.
Que foi o que aconteceu com um importante banco tradicional brasileiro, entre 2007 e 2009, que acabou tendo um fim marcado por inúmeros acontecimentos chocantes como demissões em massa e uma fusão com o banco Itaú, após 84 anos de existência.
Anos a fio
Trata-se do Unibanco que iniciou sua história ainda em 1924 e idealizado pelo comerciante João Moreira Salles, cujo qual nominou a instituição primeiramente como Seção Bancária da Casa Moreira Salles.
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No ano de 1933 Walther Moreira Salles, filho mais velho do patriarca, assumiu o comando da Casa Bancária Moreira Salles.
Em abril de 1967, ele teve sua primeira fusão com o Banco Agrícola Mercantil, também conhecido como Agrimer, do Rio Grande do Sul, o qual possuía uma rede de aproximadamente 120 agências.
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Tal fusão foi impulsionada pelo fato de ambos os bancos terem redes bem distintas de agências, além das safras agrícolas serem em períodos distintos, ampliando as oportunidades de financiamento.
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O nome finalmente foi mudado para União de Bancos Brasileiros, que na junção resulta em UNIBANCO no ano de 1975.
Sua sede foi transferida para o Rio de Janeiro, formando uma rede de 330 agências, em 10 estados brasileiros.
Naquele mesmo ano, todas as empresas do conglomerado receberam o nome Unibanco e, em 1983, o banco mudou sua matriz operacional para o Edifício Unibanco, na cidade de São Paulo.
Um dos prédios mais conhecidos, localizado ao lado do Shopping Eldorado e perto do Jockey Club.
Inovações e pioneirismo
Após isso, o Unibanco passou a se destacar no mercado financeiro brasileiro por sua inovação ao criar o Banco1.net, primeiro banco brasileiro sem agências, com transações exclusivamente via internet, telefone e caixas eletrônicos.
Ele também criou o cartão de crédito sem plástico, chamado e-Card, exclusivamente para compras via internet.
Isso sem falar nas aquisições históricas, sendo as mais conhecidas a do:
- Banco Nacional (1995)
- Banco Bandeirantes (2000)
Demissões em massa e crise
De acordo com o portal Wiki, no ano de 2004, em meio a uma crise de identidade, tendo Pedro Moreira Salles assumido sua presidência executiva, o banco acabou sofrendo fortes mudanças de marca, posicionamento e estratégias.
No meio do turbilhão foram executadas as demissões de praticamente TODOS os seus executivos com mais de 10 anos de banco e ainda sem muito critério.
Em 2005, as mudanças pareciam ter surtido resultado, refletido na valorização de suas ações na Bovespa (atual B3), onde o Unibanco alcançou aumento de cerca de 75% na sua cotação no segundo semestre de 2005, embora o sucesso vinha de uma tesouraria não muito ortodoxa.
Quando que o banco UNIBANCO se fundiu ao Itaú?
Ainda no ano de 2007, o banco ainda permanecia sob controle familiar (Moreira Salles) e sendo presidido pelo neto do fundador, Pedro Moreira Salles.
Porém, com a crise no ano posterior, em 2008, ele acabou sendo o único grande banco brasileiro com rumores de “se abater com problemas de liquidez”, mas foi alegado que tais afirmações não passavam de meras especulações.
No dia 3 de novembro de 2008, o Itaú e Unibanco finalmente anunciaram a fusão das operações financeiras, formando o Itaú Unibanco Banco Múltiplo, a maior holding financeira do hemisfério sul, e entre as vinte maiores do mundo.
No ano de 2009, a fusão foi aprovada pelo Banco Central e em 2010, foi aprovada pelo CADE.
Vale dizer que no mesmo ano foram concluídas a integração das agências que resultou na extinção da marca Unibanco pelo Itaú, chegando assim no que conhecemos do banco hoje.
Em comunicado dado em conjunto, ambas as financeiras afirmaram que a operação surgiu em momento de grandes mudanças e oportunidades no mundo, particularmente no setor financeiro:
“O novo banco consolida-se em um cenário que encontra o Brasil e o seu sistema financeiro em situação privilegiada, com enormes possibilidades de melhorar ainda mais a sua posição relativa no cenário global”
Inclusive, anos após a fusão, o Itaú Unibanco ficou reconhecido como um dos maiores bancos do Brasil, conforme dados do Banco Central.
Seu valor de mercado, em julho do ano de 2019, chegou a impressionantes R$ 463,4 bilhões, de acordo com a Economatica, apenas reforça a grandiosidade dessa transação.
O mesmo levantamento destacou que o banco resultante da fusão passou a ser o 9º maior das Américas em ativos, com US$ 324,041 bilhões, aniquilando assim o Bradesco que ficou para trás nessa colocação.
Situação dos clientes:
É bom destacar que essa fusão não mudou em nada para os quase 15 milhões de clientes na época.
O único ponto negativo, pela visão de mercado, é que a concorrência acabou diminuindo, o que também diminuiu a oferta de bancos, como podem ver no vídeo abaixo:
De acordo com o Estadão, neste ano de 2024, o banco Itaú Unibanco espera que a margem com clientes cresça entre 4,5% e 7,5% e que o resultado da tesouraria fique entre R$ 3 bilhões e R$ 5 bilhões, conforme informações do Broadcast.