Varejista tradicional e muito amada pelos consumidores, acabou sendo engolida pela Casas Bahia após ter sua falência decretada e movimentação deixou o mercado em choque
Como mencionamos em matérias anteriores, o mercado varejista anda atravessando um dos seus cenários mais desafiadores nos últimos tempos. Nem mesmo as grandes lojas que pareciam imunes à crise financeira mundial, escaparam de ter suas lojas fechadas, falências e até mesmo ver seus ativos sendo repassados à rivais diante do fim.
Mas não se engane achando que esse tipo de situação afeta somente o mercado de AGORA. Infelizmente, crises e cenários desafiadores sempre aterrorizaram varejistas no geral, principalmente entre os anos 80/90.
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Também pudera, ao mesmo tempo que famosas lojas de departamento eram verdadeiras coqueluches das décadas e destino certo dos fins de semana, elas foram marcadas pelas políticas econômicas de abertura da economia até finalmente chegar a estabilidade da moeda nos anos 90.
Inclusive, você pode até não lembrar, mas nos anos 2000, uma dessas varejistas tradicionais acabou tendo sua falência decretada pela Justiça, após se enterrar em dívidas milionárias e enfrentar crise devastadora.
A situação foi tão cruel, que em meio a esse processo, ela acabou sendo comprada por uma de suas mais fortes rivais na época, a Casas Bahia, cuja qual é vista até hoje como um dos nomes mais relevantes do setor.
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Estamos falando da icônica Ultralar, rede de eletrodomésticos e itens para o lar, fundada ainda no ano de 1956 por Ernesto Igel.
A princípio ela nasceu com a intenção da Ultragaz de popularizar o fogão, até então raro no país, para impulsionar o negocio principal que era o abastecimento de botijão de gás. Porém, partindo dessa ideia, a varejista se tornou uma das pioneiras no setor de grandes magazines.
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Tomando um gás …
Conforme dito acima, a rede surgiu de uma ideia da Ultragaz, que ainda em 1938, deixaria de ser uma empresa regional para atuar em todo o país com abastecimento de gás de cozinha.
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Tal feito foi reconhecido como um grande marco pra rede, mas como o numero de fogões a gás era relativamente pequeno, Ernesto Igel também começou a produzir e comercializa-los através de lojas próprias que posteriormente se tornaram as Lojas Ultralar.
De acordo com informações obtidas no portal Varejo em Dia, a loja se fortaleceu ainda mais ao lançar o slogan: “Na Ultralar dá pé”, cujo qual ficou marcado na mente de muitos dos seus consumidores.
Fora isso, em 1965, a empresa chegou a patrocinar na Tv Tupi, o telejornal Ultra Notícias, que aliás foi substituído pelo Jornal Nacional, atualmente o principal jornalístico o horário nobre da Globo.
A Ultralar também fez parte do Ibovespa, entre Setembro dos anos 70 e Setembro de 73, tendo suas ações negociadas na Bolsa de Valores (B3).
Chegando no ramo de hipermercados
No ano de 1974, ela passou a seguir o mesmo caminho das grandes lojas da época como Pão de Açúcar (Jumbo) e Eletroradiobraz (Baleia) e abriu o seu primeiro hipermercado o Ultracenter Ultralar, localizado na Marginal Pinheiros, em São Paulo .
Mas foi vendido um ano mais tarde ao grupo francês, Carrefour, que desembarcava no Brasil atraído pelo grande mercado consumidor potencial e a baixa concorrência entre as empresas nacionais do setor, principalmente entre os mercados paulistas e cariocas.
Se desfazendo …
No inicio da década de 90, o Grupo Ultra iniciou o processo de desinvestimento de unidades fora do negócio principal, distribuição de gás e petroquímica, o que que incluiu:
- Lojas Ultralar: com 44 lojas nos estados de São Paulo, Rio de Janeiro e Rio grande do Sul que foram vendidas ao Grupo Susa Vendex ( fusão entre Victor Malzoni com o holandês Vendex), que também controlava as lojas Sandiz e a Sears.
Foi nessa mesma época que se iniciou um programa para a modernização da Ultralar e passou a se chamar de Ultralar & Lazer incorporando algumas lojas da Sears no estado do no Rio de Janeiro.
Ainda na mesma época, foi desfeita a associação entre o Grupo Malzoni e o Grupo Vendex.
Fora isso, algumas empresas foram fechadas como Sears e Dillard’s e outras vendidas como a Drogasil e Ultralar & Lazer.
Falência e com dívidas até o pescoço
Conforme mencionado logo no inicio desse texto, nos anos 2000, com 17 lojas, a empresa já sentia diretamente o reflexo das mudanças do mercado e começou a sofrer com sérias dificuldades financeiras.
De acordo com o portal Diário do Grande ABC, a falência da Ultralar foi decretada no dia 08 de maio de 2000, pelo juiz em exercício da 6ª Vara de Falências e Concordatas do Rio de Janeiro, Marcel Laguna Duque Estrada.
Para concluir o processo de falência, a Justiça atendeu ao requerimento de um dos fornecedores da Ultralar, a paulista Anis Razuk Indústria e Comércio Ltda, de produtos de cama e mesa, que entrou na Justiça em 25 de outubro do ano de 1999.
A requerente pediu pelo fechamento da empresa por não ter honrado com a dívida de R$ 148,2 mil.
Quando que a Ultralar foi vendida à Casas Bahia?
Pouco tempo antes, para evitar uma catástrofe ainda maior, a Ultralar chegou a entrar em negociação com o Ponto Frio (Atualmente chamado apenas de Ponto) e Casas Bahia, afim de vende-la, mas isso nunca se concretizou.
Porém, em meio a situação de falência e sem saída, a Ultralar acabou sendo vendida por completo à Casas Bahia que acabou engolindo TODOS os seus pontos adquiridos (lojas), sem maiores questionamentos, no mês de maio de 2000.