A Nestlé, uma das maiores do setor alimentício, acirrou ainda mais a sua concorrência com a Cacau Show após se tornar uma das maiores do setor de chocolates
Que a Nestlé é uma das maiores marcas do setor alimentício, isso é fato inquestionável. Mas o que poucos sabem é que no ano de 2002, a queridinha efetuou uma compra colossal de uma marca popular de chocolates no país para derrubar a Cacau Show.
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Trata-se da icônica Garoto, fundada ainda ano de 1929, cuja qual foi eleita no ano de 2021 como a 2º marca de chocolates mais lembradas entre consumidores, conforme divulgado pelo Data Folha na época.
Segundo o portal Jornal de Londrina, no ano de 2002, a própria Nestlé fez questão de anunciar a compra de uma parte significativa dessa marca tão amada pelos brasileiros. Esse feito, deu inicio a uma nova era entre elas e ainda garantiu mais espaço da Nestlé no Brasil.
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Ainda de acordo com o portal mencionado, o contrato de venda foi assinado por oito acionistas da Garoto em São Paulo. A indústria da Garoto fica em Vila Velha, no Espírito Santo, e na época empregava cerca de 2.500 pessoas.
Compra de bilhões
A venda que chegou a ser avaliada em R$ 1 bilhão prometeu à Nestlé mais de 50% do setor de chocolates, um segmento de 309 mil toneladas e vendas de R$ 2,7 bilhões. Sozinha, a Nestlé detinha 31,4% do setor e a Garoto, 22,4%, na época.
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Mesmo com as cifras, os acionistas da Garoto não acreditavam que poderiam enfrentar empecilhos por parte do Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade). A Nestlé ainda previa:
- O incremento da produção da Garoto voltada ao mercado interno;
- Às exportações para a América Latina e América do Norte;
- Revitalização da marca e de seus principais produtos e manutenção da sua rede de distribuição em todo o país.
Essa parceria prometeu concretizar o fim da concorrência entre as marcas. Até porque, juntas elas conseguiram dominar boa parte do mercado.
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Como mencionamos, tal parceria acabou sendo vista como uma ameaça até para a Cacau Show, que apesar de fazer uma linha mais gourmet, também tem em seu portfólio chocolates mais populares.
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Porém, somente em junho de 2023 (20 anos após a negociação), essa história teve um desfecho! Segundo o portal “Olhar Digital, o Tribunal do Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) aprovou a proposta da empresa alemã para a compra da empresa brasileira.
Compra quase bilionária
Vale destacar que a compra foi feita por um pouco mais de meio bilhão na mesa, mais precisamente o valor de R$566 milhões e promoveu a fusão das duas, sendo que ambas já são vistas como grandes no país.
Na ocasião, o Cade decidiu que a compra da Garoto deveria ser realizada por um concorrente menor. Isso porque, na época, ambas representavam algo em torno de 60% da parcela do mercado.
Porém, as parcelas de mercado das duas empresas juntas diminuiu para algo em torno de 30% a 40% do mercado, afinal de contas, ao longo desses anos, diversas outras marcas concorrentes que atuam no país começaram a ganhar força.
Para que a compra da Garoto se concretizasse, a Nestlé também precisou se comprometer a não adquirir ativos e empresas que representem mais de 5% do mercado de chocolates atual..
Segundo o portal G1, outra medida que a Nestlé deverá manter é a produção na fábrica da Garoto, localizada em Vila Velha (ES), durante o período mínimo de sete anos.
Porém, essa decisão não é válida para aquisições internacionais, que podem ter efeitos no território brasileiro.
Segundo o presidente do Cade e responsável pelo caso, Alexandre Cordeiro, a passagem de todos esses anos foi essencial para a decisão atual do Conselho.
Por isso, a compra da Garoto só foi possível após discussões e acordos proporcionais, para evitar riscos aos concorrentes. Portanto, com a mudança no panorama do mercado de chocolates, não existe mais nenhuma restrição para a concretização da compra.
Como ficou os números da Nestlé após a compra da Garoto?
De acordo com o que foi publicado pela Amazonas Atual, a Nestlé informou dia 22 de fevereiro deste ano de 2024, a receita bruta da companhia no acumulado de 2023 recuou 1,5% em comparação com 2022, totalizando 93 bilhões de francos suíços (cerca de US$ 105,55 bilhões) ante 94,4 bilhões de francos suíços (US$ 107,14 bilhões) no ano anterior.
Porém o lucro líquido da companhia cresceu 20,9% na comparação anual, passando de 9,3 bilhões de francos suíços (US$ 10,55 bilhões) para 11,2 bilhões de francos suíços (US$ 12,71 bilhões).