Conheça a história de uma das emissoras de TV mais tradicionais da história que infelizmente não suportou e acabou sendo engolida por rivais, incluindo a Globo
Em meio à revolução da comunicação no Brasil, as emissoras de televisão têm trajetórias que refletem tanto os altos e baixos da indústria quanto a cultura de um país que abraçou a televisão como seu principal meio de entretenimento.
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Tanto é, que muitas dessas emissoras acabaram tendo um desfecho trágico, com direito a falências, dívidas e até mesmo perda de espaço para a concorrência.
Falando nisso, a partir de informações contidas no canal TV Formosa, do YouTube, a equipe especializada em História da TV do TV Foco, traz hoje a história da emblemática TV Rio, canal que brilhou intensamente nas décadas de 50 e 60, cuja qual se encaixa nesses casos citados acima.
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Afinal de contas, a sua história é marcada por gestões conturbadas e desafios financeiros que culminaram em sua extinção.
A ascensão da TV Rio
A TV Rio foi inaugurada no dia 17 de julho de 1955, ocupando o canal 13 no Rio de Janeiro.
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Na época, o sonho era criar uma emissora carioca estava nas mãos de Pipa do Amaral, que, ao lado de outros empresários, lutou para trazer a televisão ao convívio cotidiano dos brasileiros.
- Porém, os aparelhos usados pela emissora eram praticamente velhos e antiquados;
- A emissora funcionava em um espaço alugado no antigo Casino Atlântico;
- Além disso ela usava uma tecnologia obsoleta.
Mas, apesar das dificuldades, o canal começou a atrair audiência com atrações ousadas.
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Tanto que ela deu uma verdadeira virada entre 1957 e 1961, com a introdução de programas inovadores, como “A Noite de Gala”, que conquistaram a preferência do público.
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O investimento em talentos e produção trouxe resultados, acabaram levando o canal à liderança nas audiências da época.
Tanto é que a evidência da emissora criou um ambiente competitivo acirrado, até mesmo com a gigante (e também findada) TV Tupi*.
(Para saber mais sobre a TV Tupi, clique aqui*)
O declínio
No entanto, a maré não demorou a mudar. A entrada da TV Excelsior no mercado e a falta de uma gestão financeira eficiente começaram a dilacerar os alicerces da TV Rio.
Em resposta à crescente concorrência, o canal começou a perder seus principais talentos e atrativos, enquanto a administração interna se mostrava deficiente.
A ausência de investimentos em tecnologia e programação levou o canal a perder audiência e receita, criando um ciclo negativo.
A saída de Walter Clark, um dos principais responsáveis pela reestruturação do canal, foi um dos pontos mais cruciais dessa virada.
Com a sua partida em 1965, a TV Rio perdeu um líder inovador e a situação financeira da emissora se deteriorou rapidamente.
Com isso, a emissora acabou enfrentando uma crise sem precedentes, com atrasos de pagamento e greves que se tornaram comuns.
Fora isso, com a crescente dominância da Globo, a emissora viu seu prestígio se desvanecer e acabou engolida de vez pela concorrência.
O fim decadente
Por fim, um grupo ligado à Ordem dos Capuchinhos, da Igreja Católica, proprietário da TV Difusora (canal 10) de Porto Alegre, comprou a TV Rio e a retirou da Rede de Emissoras Independentes (REI).
A falta de investimentos e a gestão caótica levaram a emissora ao despejo e ao abandono físico, obrigando-a a se mudar para um barracão em Vila Isabel.
Porém, algumas das movimentações do grupo não deram certo e derrubaram a audiência do canal.
Com isso, a emissora saiu do ar no dia 5 de abril de 1977, quando já não tinha mais como sanar suas dívidas e entrando praticamente em falência:
- A falta de dinheiro em caixa levou ao desligamento do sinal após a RCA Eletrônica lacrar os transmissores por ela não honrar os aluguéis dos cristais.
- Os salários dos funcionários que estavam todos atrasados. Sendo assim, essa situação gerou uma série de transtornos e até mesmo greves trabalhistas.
Mas afinal, quem ficou com a concessão da TV Rio?
Em 1983, Nilson Fanini obteve a concessão do canal 13 VHF e, em 1988, tentou reviver a TV Rio.
A nova TV Rio apostou em uma programação inteiramente local, com produções inovadoras como a grade de radiais desenvolvida por Walter Clark.
Além de programas ecumênicos voltados para o público evangélico, produzidos pela Fundação Ebénezer.
Porém, os índices de audiência não decolaram, e em 1992, a emissora foi vendida novamente para a Record, tornando-se a atual Record Rio.
No entanto, ao procurar as manifestações dos responsáveis pela TV Rio, as mesmas não foram encontradas.
Para saber sobre mais falências envolvendo as emissoras de TV, clique aqui*
Considerações finais:
A TV Rio, pioneira da televisão brasileira, ascendeu rapidamente nos anos 50 e 60, mas enfrentou dificuldades financeiras e concorrência acirrada.
Mas, após crises diversas e as inúmeras tentativas de reestruturação, a emissora foi extinta em 1977 devido à falta de investimentos e gestão inadequada.
A concessão do canal 13 VHF foi retomada em diversas ocasiões, mas a TV Rio nunca mais recuperou o sucesso de outrora.