Um dos maiores nomes do varejo ainda luta para sobreviver e escapar da falência em meio a um cenário cada vez mais crítico
Quem costuma ficar por dentro dos assuntos envolvendo as grandes varejistas sabe que “o mar não está para peixe”.
Isso porque, de uns tempos para cá, severas ondas de falências e crises ainda passam por cima delas como um “rolo compressor”.
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Mas o que mais choca nisso tudo é que até mesmo as mais renomadas dessas varejistas estão sendo prejudicadas e até mesmo aterrorizadas com a hipótese de uma falência.
Inclusive, desde que o escândalo da Lojas Americanas veio à tona, outras varejistas acabaram ficando no “olho do furacão” e correndo contra o tempo para sobreviver*.
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Entre as varejistas que se encontram na corda bamba, temos uma que ao anunciar a sua real situação, causou um verdadeiro choque em milhares de clientes.
Estamos falando da rosinha e popular, Marisa, cujo slogan sempre enalteceu seu público mais fiel: As mulheres …
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Quem não se lembra das chamadas “De mulher pra Mulher” … Pois é, quem diria! A Marisa, que faz presença nos principais shoppings do país, passou por uns bons bocados e ainda enfrenta um cenário cada vez mais adverso.
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Longe de um “mar de rosas” …
Segundo o portal Uol, logo no primeiro semestre de 2023, a Marisa enfrentou pelo menos umas 10 ações de despejo relacionadas à inadimplência em contratos de aluguel.
Tais processos começaram a ser protocolados na Justiça ainda em fevereiro de 2023, após a empresa admitir que não conseguiria honrar pagamentos.
Segundo as informações apuradas pelo jornal O Estado de S.Paulo, um dos casos foi registrado ainda no dia 3 de maio de 2023, aonde consta a exigência do pagamento de R$ 413.113,32.
Ainda de acordo com o portal, o montante total das ações referente aos aluguéis atrasados chegou na faixa de R$ 10,1 milhões.
Em meio ao caos, a Marisa chegou a divulgar uma nota oficial afirmando havia negociado os contratos com diversos fornecedores, incluindo proprietários de imóveis.
A empresa ainda destacou que a maior parte dessas renegociações já foi concluída e que pretendia buscar um acordo amigável entre os demais credores.
Se não bastasse tudo isso, a Marisa ainda enfrentou alguns pedidos de falência, cujas quais partiram dos seus credores.
Só nesse período mencionado, foram exatos três pedidos solicitando a falência da empresa, cujas dívidas somadas chegam no valor de aproximadamente R$ 800 mil.
Inclusive, na mesma época, a Marisa anunciou uma reformulação de comitês e um plano de reestruturação que incluiu o fechamento de 30% das lojas físicas.
A expectativa era que tais medidas promovessem uma economia de R$ 50 milhões.
Demissões em massa
Na época, o até então CEO da empresa, João Pinheiro Nogueira Batista, afirmou que a varejista chegou a dispor R$ 62 milhões para encerrar as atividades de 100 unidades, o que desencadeou em demissões em massa*
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De acordo com a InfoMoney, dos 8 mil colaboradores do início do ano de 2023, cerca de 25% foram demitidos, liberando redução de custo de R$ 12 milhões.
No entanto, apesar de todas essas medidas, o prejuízo da empresa aumentou sete vezes mais, deixando um sentimento de alerta e causando a queda das ações no mercado financeiro.
Segundo o portal Uol, a lojas Marisa divulgou resultados bem negativos só no 1º trimestre de 2023.
O prejuízo foi de R$ 149 milhões no período, 64,2% maior do que os R$ 90,7 milhões registrados nos três primeiros meses do ano passado.
Pedido de socorro
Segundo foi avaliado por Dierson Richetti, especialista em investimento e sócio da GT Capital, apesar de todo esse cenário adverso, a empresa conseguiu até que uma receita liquida positiva no ano de 2022 comparado ao ano de 2021, tendo um faturamento de R$ 440,5 milhões.
Porém, o maior desafio da Marisa , segundo Richetti, ainda é o comércio eletrônico.
Mesmo com toda sua popularidade, diante da pandemia da Covid-19, a rede perdeu alguma de suas vantagens competitivas.
Afinal de contas, marcas que já estavam no e-comerce cresceram absurdamente, e com seus valores bem abaixo, fica ainda mais complicado competir.
Fora isso, segundo o analista a Marisa demorou muito a se posicionar no comércio digital, o que contribuiu ainda mais pra sua queda de vendas.
Sendo assim, o seu diferencial como marca não foram suficiente para segurar seus clientes durante o período pandêmico e as vendas não foram recuperadas.
Comunicado:
Por meio de comunicado, divulgado em maio de 2023, a empresa disse que se encontrava em “rota de ajuste”.
A Marisa ainda afirmou possuir “números positivos na operação de varejo, notadamente na receita e margem bruta” e mostrou uma certa “resiliência” diante de cenário adverso“.
Ela ainda atribuiu a sua crise a uma série de fatores como consumo enxuto dos clientes e ás importações ilegais da concorrência sem a devida tributações, as elevadas taxas de juros e restrições mais rígidas de capital de giro
Logo, as empresas que não se modernizaram rapidamente acabaram sofrendo mais.
Em que situação está o processo de recuperação da Marisa agora em 2024?
Em março de 2024, a Marisa divulgou uma prévia dos resultados do quarto trimestre, na qual aponta para uma queda de 28% nas vendas (na comparação entre as mesmas lojas) no quarto trimestre de 2023, ante o mesmo período de 2022.
Na mesma época, de acordo com o portal Seu Dinheiro, quase um mês depois de nomear a conselheira Andrea Maria Meirelles de Menezes como CEO, a varejista de moda decidiu passar a liderança da empresa para um novo executivo, em mais uma “mudança estratégica”.
O conselho de administração da Marisa elegeu Edson Garcia para o cargo de diretor presidente da companhia.
Conforme exposto pelo portal CNN, a empresa ainda continua em processo de reestruturação e ainda luta para sobreviver.
O especialista em varejo da Strong Business School, Ulysses Reis, afirma que no caso da Marisa, há uma grande necessidade em se adequar às mudanças do mercado de consumo, especialmente em termos de inovação.
Para Ulysses, o momento é de reposicionamento e mudança de filosofia para a Marisa, como as demais varejistas.
Se isso não acontecer, a situação pode piorar e o desfecho pode ser muito mais cruel.