Uma grande perda para todo o cinema nacional e televisão brasileira.
No programa Jornal hoje, apresentado por César Tralli, foi feita uma triste revelação para o mundo do teatro e cinema brasileiros. A renomada atriz Léa Garcia faleceu aos 90 anos devido a um infarto, deixando um legado importante. A atriz estava programada para receber o Prêmio Oscarito, um reconhecimento especial da cidade de Gramado para as personalidades mais significativas do cinema brasileiro.
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Léa Garcia, com mais de 70 anos de carreira, se destacou como uma das referências na dramaturgia do cinema nacional. Ela participou de mais de 100 trabalhos na TV, teatro e cinema. Ary Fontura, também no Jornal Hoje, lamentou profundamente a perda da atriz e reconheceu sua importância na televisão brasileira.
Léa Garcia, nascida no Rio de Janeiro em 11 de março de 1933, teve um início rápido em sua carreira de atriz em 1952, após conhecer o professor e autor Abdias Nascimento, com quem foi casada. Foi Abdias que a incentivou a seguir a carreira de atriz, mesmo que ela inicialmente quisesse ser escritora. Ela participou da primeira montagem de “Orfeu da Conceição”, uma peça de Vinicius de Morais, e estrelou o filme “Orfeu Negro” em 1959, baseado na mesma obra.
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Em uma entrevista, Lea Garcia revela que queria ser escritora, porém Abdias introduziu uma vontade e a encorajou a ser atriz: “Eu relutei muito, eu não queria, eu não me interessava em ser atriz, ele então me colocava na frente do espelho e dizia que eu tinha um temperamento artístico e uma mascara excelente, que eu não podia perder isso, e isso aos poucos foi me convencendo.” comentou a atriz.
Léa Garcia também teve um papel marcante na televisão, começando na década de 1950. Um de seus personagens mais memoráveis foi a vilã Rosa na novela “Escrava Isaura”, que a fez receber reconhecimento e, às vezes, até sofrer agressões nas ruas devido à intensidade de sua atuação.
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“Apanhei muito na rua, apanhei na feira. Eu tinha ido na feira e uma mulher me bateu forte nas costas” comentou Lea.
Até mesmo o atual presidente Lula lamentou a morte da atriz: “Lea Garcia foi uma grande atriz e uma pioneira no enfretamento do racismo e na abertura de espaços para atrizes negras na televisão e no cinema. E, de forma marcante, impactou nossa cultura, ao interpretar a grande vilã Rosa no clássico Escrava Isaura e ao ser indicada ao prêmio de melhor interpretação feminina no Festival de Cannes por Orfeu Negro.” comentou o presidente.
Na novela Marina, de 1980, interpretou a personagem Leila, uma professora de historia de um colégio caro e que vê tristemente sua filha sofrer preconceito.
Além disso, a atriz participou de novelas icônicas como “Selva de Pedra” (1972) e “A Viagem” (1974). Em “Anjo Mal” (1997), interpretou a personagem Cida, mãe de Thais Araújo e Luiza Brune.
No Jornal Hoje, também foi mostrado que Thais Araújo também expressou seu pesar pela morte de Léa Garcia: “E lá se vai uma RAINHA. Perseverante, leve como uma pluma, cheia de bom humor, sábia com palavras doces e certeiras, firme sem nunca perder a ternura. Eu te agradeço, Léa.” comentou Thais.
A trajetória de Léa Garcia continuou com participações em novelas como “Eta Mundo Bom” e “Sol Nascente”. Em 2017, ela fez parte da série “Mister Brau”, interpretando a mãe do protagonista, Lázaro Ramos.
Lázaro também prestou suas condolências no Jornal Hoje: “Hoje é dia de agradecer a ela, por todo o caminho que ela fez, por todo caminho que ela abriu, todo talento que ela ofereceu para este país” comentou o ator.
Recentemente, Léa Garcia havia gravado a terceira temporada da série “Arcanjo Renegado” no Globoplay, onde interpretou a personagem Dona Laura.
O produtor José Júnior, também no Jornal Hoje, também lamentou a morte da atriz.
Léa Garcia também era conhecida por sua dedicação em abrir caminhos para uma geração de atores negros e promover a conscientização racial por meio de seu trabalho. Ela acreditava na importância de um cinema negro no Brasil e sempre enfatizava a necessidade de celebrar a cultura e a arte negra no país.
“Se existe no mundo cinema japonês, italiano, francês, americano, porque não pode existir no brasil um cinema negro, se sempre fomos levados a margem dentro do cinema audiovisual e qualquer outra expressão artística. Ninguém melhor do que nos para falarmos bem de nós mesmo.” Comentou a atriz.
Onde fica a fazenda que foi gravada a novela Escrava Isaura?
A novela teve como o cenário principal cidade Conservatória e fazendas na região de Vassoura, que fica localizada no interior do estado do Rio de Janeiro.
Fonte: Globo