Nestas férias estive novamente no fim do mundo. Isto é fácil aqui no sul. O leitor deve saber como é. Aquele lugar com tão pouca gente, que o SUS atende imediatamente, onde todos conhecem o padre e onde sempre tem o doido da praça. A única diferença foi o sotaque cubano do médico. Wifi? Nem pensar. A TV, acredite, só tinha os canais abertos.
E, como todas as férias de verão, a chuva atiçava a fome. TV aberta é de matar. Não que haja coisa ruim o tempo todo. Não. Os artistas e os roteiristas fazem o possível para se adaptarem ao mundo dos analfabetos funcionais. O problema é ter exatamente o mesmo tipo de programas passando por todas as redes. No horário do Datena, tinha o Resende, na hora da novela da tarde, era só escolher o canal. Quando o Jornal Nacional entrava, SBT e Record plugavam em rede. É a Hora do Brasil institucionalizada. Coisa do Getúlio ainda vigora.
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O pior era, se a pessoa saísse para o bar ( assim mesmo, no singular ), procurando algum vivente para conversar, pra começar, se fosse no horário da novela, pode esquecer, todos estavam em casa. Depois dela, pasmem, todos falavam dela. Em resumo, a noite era a novela. E da Globo, o que é pior. Nem uma chance era dada para as redes heróicas que se arriscam a dar emprego para outros artistas.
Voltando, ainda procurando o manual do portunhol, pois acho que não entendi os procedimentos ditos pelo médico ET, conectei a web, liguei a TV e me deliciei com as maravilhas à cabo e do sistema streaming. Há divesidade na tela! Vamos para o batente!
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Texto: Cleomar Santos
Contato: @tvfococolunista
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