A Vida da Gente – Por Arthur Vivaqua
03/03/2012 às 0h31
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“Pessoas destroem suas vidas com escolhas erradas e depois se acomodam, apelidando tais escolhas de Destino.”
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A frase acima é uma boa síntese de A Vida da Gente.
Do início ao fim, a Novela fez jus ao título que recebeu.
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Colorindo a realidade e acinzentando as ilusões, A Vida da Gente transformou a telinha em espelho.
Impossível assisti-la sem vislumbrar a si mesmo em meio aos seus dilemas.
Quem nunca conheceu uma Eva, mãe que idolatra a filha, a ponto de ser soterrada pelo próprio Amor?
Quem nunca conheceu um Jonas, campeão no escritório e perdedor na sala de estar?
Quem nunca conheceu um Marcos, cujo medo da realidade o torna prisioneiro de seus sonhos?
Quem nunca conheceu… Bem, preciso parar por aqui antes que eu acabe escrevendo um livro.
Para ser sincero, eu o escreveria de bom grado, ainda que ninguém o lesse.
E faria isto inspirado por A Vida da Gente, Novela apagada no Ibope, mas que sempre brilhará na memória dos que dela se deliciaram.
Assim como comentaristas discutem por horas após o término de uma partida de futebol, era simplesmente impossível desligar-se após o término de A Vida da Gente.
Cada capítulo trazia consigo um drama complexo.
Cada drama trazia consigo um personagem palpável.
Cada personagem trazia consigo… o pobre mortal paralisado do outro lado da TV.
A Vida da Gente foi uma Novela perfeita que ousou tratar sobre pessoas imperfeitas.
E foi a imperfeição do caráter de seus personagens que se tornou seu maior pecado para aqueles que não a assistiam e sua maior bênção para os que dela desfrutavam.
Claro que teríamos gostado se Ana sofresse menos.
Ficaríamos agradecidos se Rodrigo fosse mais incisivo (“ou mais homem!”, diz minha avó ao meu lado).
Adoraríamos se a Novela tivesse menos lágrimas.
Se ela, porém, tivesse nos poupado, estaria traindo a si mesma.
Em A Vida da Gente, não havia escadas prontas para matar pessoas indesejáveis.
Em A Vida da Gente, pessoas não ganhavam na Loteria.
A Vida da Gente, não era habitada por mordomos, víboras, mutantes, assassinos e outros membros do clã.
Por isso, talvez, não tenha sido abraçada pelo Ibope.
Por isso, no entanto, abraçou a Alma de todos os que a acompanharam.
A Vida da Gente terminou, mas seus personagens continuarão vivos.
E, ao menos comigo, falarão.
Ana me dirá que ser coadjuvante da própria vida pode ser o maior de todos os erros.
Manuela me dirá que boas intenções não são suficientes para se alcançar a Felicidade.
Rodrigo me dirá que voltar no tempo é impossível, por mais que desejemos fazê-lo.
Dora me dirá… Bem, lá vou eu e meu livro novamente.
Preciso terminar logo antes que todos desistam e este Texto acabe não recebendo comentários.
Lourenço, no entanto, acaba de me convencer do contrário.
Ainda que os comentários não venham, ficarei contente, pois Ibope não é sinônimo de Qualidade.
Lícia Manzo ensinou-me isso, entre tantas outras coisas mais.
Eu, humilde aprendiz que sou, anotei.
E agora, encerro meu discurso.
Peço, por favor, que me deem licença.
Tenho um livro a escrever e não posso perder tempo…
Twitter: @ArthurVivaqua
E-Mail: [email protected]
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A “Culpa” é exclusivamente minha -> As opiniões expressas nesta Coluna não refletem a Opinião do Site TV Foco.