Abusos, dramas e poder: conheça a história de Assédio, série da Globo sobre Roger Abdelmassih

Roger Sadala (Antonio Calloni) em Assédio (Foto: Globo/Ramón Vasconcelos)

Roger Sadala (Antonio Calloni) em Assédio
(Foto: Globo/Ramón Vasconcelos)

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Inspirada na história de Roger Abdelmassih, Assédio é uma obra ficcional que fala sobre uma rede de mulheres que se forma para denunciar uma série de abusos sexuais cometidos por um médico bem-sucedido e respeitado: Roger Sadala (Antonio Calloni). A saga começa quando uma dessas mulheres rompe o silêncio e torna público o que até então era restrito ao consultório.

Há um momento na vida de algumas mulheres em que o maior desejo é ser mãe. E, em alguns casos, conseguir engravidar pode ser um grande desafio. No entanto, o avanço da Medicina permitiu que métodos alternativos tornassem possível esse sonho. Quando um médico oferece as respostas para todas as perguntas, a esperança se renova. Na minissérie de Maria Camargo, com direção artística de Amora Mautner, a vida de cinco mulheres se entrelaça em meio a sonhos, frustrações, tristeza, superação, heroísmo e um desejo enorme por justiça. Assédio, nova produção da Globo que será lançada com exclusividade pelo Globoplay, estará disponível para assinantes a partir do dia 21 de setembro.

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A minissérie fala da força do coletivo por um objetivo comum e é estruturada a partir dos dramas das vítimas, entrelaçados à história de Roger, que se cruzam em curvas opostas, sem se prender necessariamente a uma ordem cronológica. No período entre 1994 a 2007, o médico está em ascensão e as vítimas, em queda. Com a união das mulheres, elas ganham força, e chega o ponto em que o médico inicia sua curva de decadência, entre 2008 e 2014. Nesse período, as vítimas, com a ajuda das autoridades e da imprensa, buscam por justiça. “Vamos falar da força do coletivo. As vítimas tomam uma posição e decidem mudar a história mostrando o poder da coletividade contra o assédio. O médico da trama é um antagonista simbólico desse movimento conjunto de quem rompe o silêncio. O tema é um dos grandes protagonistas. É um assunto muito atual e tem gerado debates no mundo todo”, ressalta a autora Maria Camargo.

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Stela (Adriana Esteves), Eugênia (Paula Possani), Maria José (Hermila Guedes), Vera (Fernanda D’Umbra) e Daiane (Jéssica Ellen) têm uma situação forte que as une. Todas foram iludidas pela figura de Dr. Roger. Referência na reprodução humana assistida, o renomado profissional usa todo o seu poder de persuasão e influências social e profissional para envolver as mulheres que o procuram. Todas são suas pacientes, com exceção de Daiane (Jéssica Ellen), que trabalha na clínica, mas também sofre com seu assédio. Ao lado dessas mulheres está Mira (Elisa Volpatto), uma incansável jornalista que vai atrás obsessivamente de provas dos crimes cometidos pelo médico. “O maior desafio da direção foi falar sobre a pluralidade das vítimas e sobre como o assédio está presente em situações inimagináveis, como, por exemplo, dentro de um consultório médico”, relata a diretora artística, Amora Mautner.

Assédio é uma minissérie da Globo, de Maria Camargo, escrita com Bianca Ramoneda, Fernando Rebello e Pedro de Barros. A obra é livremente inspirada no livro A Clínica: A Farsa e os Crimes de Roger Abdelmassih, de Vicente Vilardaga. A direção artística é de Amora Mautner, direção-geral de Joana Jabace e direção de Guto Botelho.

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Roger

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Roger (Antonio Calloni) e sua família
(Foto: Globo/Ramón Vasconcelos)

Em 2007, Dr. Roger Sadala (Antonio Calloni) celebra os 30 anos da reprodução assistida no mundo ao lado de amigos, pacientes, familiares e imprensa. Com sua carreira consolidada, fortalece ainda mais sua imagem com a sociedade, afinal, o “servo de Deus”, como ele mesmo se intitula, garante os melhores resultados nos tratamentos que oferece e é considerado o melhor na área.

Sempre preocupado com a imagem construída, Roger conquista a confiança dos pacientes já no primeiro encontro. Afável e seguro, os convence a realizar o procedimento com a garantia de que dará um filho ao casal. Com o passado intacto, é no ano em que celebra suas conquistas que sua faceta mais cruel vem à tona.

Ao longo de 13 anos, de 1994 a 2007, o médico tem seu momento de ascensão. Além da carreira estabelecida, é chefe de família, casado com Glória (Mariana Lima) e pai de quatro filhos: Clarice (Silvia Lourenço), Henrique (Gabriel Muglia), Tamires (Bianca Müller) e Leila (Sabrina Greve). E também cultiva um amor incondicional por sua mãe, Olímpia (Juliana Carneiro). Dr. Roger preza pela excelência e é rodeado por uma equipe responsável por não deixá-lo falhar nunca: assessores de imprensa e relações públicas, que o acompanham e divulgam cada tratamento realizado. Pedro Paulo (Pedro Nercessian) é o assessor de confiança de Roger. Defende sua imagem, mas, após alguns acontecimentos, começa a enxergá-lo de outra forma.

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Glória ama o marido, mas há anos sabe que ele a trai. Em 2007, ela já enfrenta a luta contra um câncer. No mesmo ano, Roger acaba se envolvendo com a paciente e promotora Carolina (Paolla Oliveira), que é casada com seu amigo e juiz, Evandro Loyola (Ricardo Ripa).

A doença de Glória piora. Já que não pode mais acompanhar o dia a dia do marido na clínica, decide instalar câmeras de segurança para controlar seus passos. Ela pede a ajuda da secretária Daiane (Jéssica Ellen). O que ela não imaginava é que, em um dia atípico, acompanharia a fuga de Daiane da clínica pelas câmeras. Gloria vai até a casa da funcionária para entender o que aconteceu, e a secretária revela o ataque do médico. Em silêncio, Glória ouve o relato, e, a partir daí, começa a perder a batalha para a doença.

Paralelamente, começam a surgir denúncias contra Roger na internet. Por meio de uma comunidade, criada sob o pseudônimo “Eva”, muitas mulheres expõem, anonimamente, os ataques sofridos pelo médico, e o movimento ganha repercussão nas redes.

Mira: a idealista
Em 1994, ainda estagiária, a jornalista Mira (Elisa Volpatto) recebeu uma denúncia anônima sobre um suposto caso de assédio envolvendo Roger, em Campinas. Na época, todas as tentativas de descobrir o que estava por trás desse médico tão respeitado e bem-sucedido foram fracassadas. No entanto, muito obstinada e dedicada, cresce na profissão, mas nunca esquece daquela ligação e daquela voz.

Em 2000, quando recebe um telefonema na redação, um novo fato a coloca diante de um grande caso. A mesma mulher denunciante relata que ninguém viu o abuso sofrido por ela, mas que uma pessoa ouviu. A partir disso, Mira se dedica a desvendar as histórias que envolvem um dos médicos mais respeitados do Brasil. Depois de anos sem conseguir provas para dar continuidade à sua investigação jornalística, é autorizada pela editora do jornal, Suzana (Bete Coelho), a comparecer à Festa da Fertilidade, em 2007. Com esta oportunidade em mãos, ao observar os personagens que rodeiam o médico nessa noite de celebração, Mira terá muitas revelações.

As vítimas

Daiane (Jéssica Ellen) e Leandro (Gabriel Godoy) em Assédio
(Foto: Globo/Ramón Vasconcelos)

Stela (Adriana Esteves) e o marido Homero (Leonardo Netto) vivem um casamento feliz. Ela é professora da Educação Infantil, muito dedicada aos alunos. Sonham em ter um filho, mas sem sucesso. Juntos, em 1994, decidem ir ao consultório do Dr. Roger, e, no primeiro encontro, já acreditam em suas promessas e no tratamento, afinal, o médico é atencioso, carinhoso, confiável e garante o resultado positivo com muita segurança. No entanto, Stela é violentada por ele após a coleta dos óvulos, ainda anestesiada. Sem entender bem o que aconteceu, mas ciente da agressão, não consegue contar a ninguém o que viveu, e o caos se estabelece em sua vida. Sente-se inapta a continuar a dar aulas na escola, e Homero não entende o sofrimento da esposa e sua recusa em voltar à clínica de fertilização. Com o frequente silêncio entre o casal, a separação é inevitável. Stela, então, é acometida por uma forte depressão.

Assim como aconteceu com Stela e Homero, o casal Eugênia (Paula Possani) e Ronaldo (Felipe Camargo) opta por um tratamento para realizar um grande sonho. Eugênia convence o marido a ter mais um filho, afinal, o desejo inicialmente é apenas dela. Logo, procuram o melhor médico da região, o Dr. Roger. Como Ronaldo fez vasectomia após ser pai no primeiro casamento, e Eugênia deseja ser mãe, a saída para o casal é a fertilização in vitro. Ao acordar da anestesia, após a coleta dos óvulos, em 1996, Eugênia apresenta dores, algum sangramento e estranha a atitude do médico. Ainda assim, confiante, ela volta para a segunda etapa do processo e entende o que aconteceu: é assediada pelo médico novamente, mas, dessa vez, consciente. Eugenia conta imediatamente tudo para o marido e, juntos, procuram um advogado, que aconselha que eles registrem o caso oficialmente para garantirem provas contra Roger.

Maria José (Hermila Guedes) sofre com a ausência de filhos e a cobrança por parte da família. Diante de tantos casais com condições financeiras para realizar o tratamento, Maria José e Odair (João Miguel) vivem uma situação diferente. Residem em Vitória da Conquista, na Bahia, e administram transportes, vans. Eles precisam abrir mão de alguns bens para conseguir financiar a viagem, a consulta e o procedimento. Juntos, viajam para São Paulo em busca do sonho, mas o que encontram pelo caminho vai contra todos os desejos do casal. Maria José é violentada por Roger e, um tempo depois, ainda precisa lidar com a desconfiança do marido, que, ao saber do ocorrido, acredita que a aproximação da mulher tenha sido intencional. Mesmo após o ataque, ela decide continuar o tratamento para fazer valer o dinheiro investido no procedimento. O desejo de ser mãe parece maior do que a agressão pela qual ela passa, mas a dor é inevitável.

Outro casal, Vera (Fernanda D’Umbra) e Elisa (Simone Iliescu), procura o renomado médico para também garantir o sucesso na inseminação. Mas logo Vera entra para a estatística. Agredida psicológica e fisicamente, tem o apoio total de Elisa. Elas procuram um advogado para registrar o ocorrido, e descobrem que outra cliente, Eugênia, passou pela mesma violência e decidem procurá-la. Vera e Eugênia se encontram, e o ano é 2007. Elas conversam e decidem se unir contra o médico.

De 1994 a 2007, nada muda na relação de Roger com suas pacientes. O silêncio das vítimas parece garantir sua tranquilidade e a certeza de que sairá ileso de qualquer ato cometido dentro de suas clínicas. Mas Daiane, a recepcionista, (Jéssica Ellen) sempre desconfiou do que acontecia dentro do consultório. Não podia ter certeza, mas sentia que algo terrível se passava no seu ambiente de trabalho. O que ela não imaginava é que, após servir de espiã para Glória, que desconfiava da proximidade do marido com suas pacientes, seria atacada pelo patrão.

No entanto, Daiane não se cala diante do abuso e decide expor publicamente o assédio sofrido. A quebra do silêncio gera um movimento crescente e desperta nas demais vítimas o desejo por justiça. Com a comunidade na internet já criada, Daiane se une ao grupo de vítimas e decide gravar seu depoimento para Mira (Elisa Volpatto). As vítimas passam a entender que, juntas, são mais fortes. “Por estarem vulneráveis e por haver uma permissividade social e cultural, elas vão sendo assediadas. Esse médico tira partido dessa fragilidade delas, do poder que ele tem e da permissividade que acontece em torno para atacá-las”, ressalta a autora, Maria Camargo.

O encontro das vítimas

Vítimas reunidas na série Assédio
(Foto: Globo/Ramón Vasconcelos)

Dr. Roger fica furioso ao tomar conhecimento do blog e precisa dar satisfação para a família e toda a sociedade sobre as denúncias anônimas. Mira, já em contato com as vítimas, continua a busca pela verdade e pede a ajuda da Justiça para conseguir coletar o maior número de depoimentos sobre o caso. Ao conseguir as declarações, as apresenta ao promotor do Ministério Público, Francisco Navas (Theo Werneck), que abre o inquérito e inicia a investigação contra o médico. Nesse momento, o poder de cada relato faz toda a diferença, mas as versões dos fatos das vítimas e de Roger são contraditórias, e o caminho não é fácil, afinal, ele afirma ser inocente.

Acreditando estar acima do bem e do mal, o médico sustenta sua defesa alegando que é perseguido por clientes insatisfeitos e sofre com armação de concorrentes. Além disso, acusa as mulheres de estarem sensíveis ao tratamento e que, por isso, interpretam de forma equivocada a abordagem e carinho recebidos por ele. A queda é algo inimaginável pelo médico, mas a união das mulheres, com o suporte da imprensa e da Justiça, toma uma proporção enorme e ganha a força que o faz questionar sua invencibilidade. O temor o abate. É a hora de sua verdadeira identidade ser revelada.

No Globoplay
Assédio será lançada com exclusividade pelo Globoplay e estará disponível para os assinantes a partir do dia 21 de setembro. Esta é uma das muitas novidades do Globoplay, a maior plataforma de streaming brasileira, que reúne as produções originais da Globo, além de filmes e séries internacionais renomadas, dentre títulos exclusivos que só serão exibidos online. Só em 2018, o serviço espera ter cerca de 100 novas produções nacionais e internacionais em seu catálogo, além de toda a programação da emissora, permitindo que os assinantes possam acessar a qualquer momento e de onde estiver o que está no ar, o que já foi ao ar e o que ainda será exibido.

Autor(a):

Formado em jornalismo, foi um dos principais jornalistas do TV Foco, no qual permaneci por longos anos cobrindo celebridades, TV, análises e tudo que rola no mundo da TV. Amo me apaixonar e acompanhar tudo que rola dentro e fora da telinha e levar ao público tudo em detalhes com bastante credibilidade e forte apuração jornalística.

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