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Lembrar da Manchete é muito bom. Foi uma fase estupenda da televisão. Claro, morreu por inanição, afinal instalou-se no Brasil, país onde tudo que é bom não bomba. Ontem foi liberado no You Tube o documentário: “Aconteceu, Virou Manchete”.
Os casos vão além do histórico, são hilários. Em um deles, o âncora do telejornal disse ser comum alguns palavrões enquanto passam os créditos finais; em uma destas ele falou que queria “comer” alguém depois do programa. Um telespectador surdo-mudo leu os lábios e enviou carta para o dono da rede, Adolfo Bloch. Quando chamado para falar com a chefia, o âncora já se via perdendo o emprego. Nada aconteceu, o chefe liberou para ser dada uma resposta, porém, que não incorresse em exagero. No próximo programa, quando as luzes foram diminuindo e os caracteres começaram a desfilar na tela, o âncora disse para o colega: “hoje não quero comer ninguém”, olhou para a câmera e continuou, “quero é pegar o FDP do surdo-mudo que está nos assistindo!”.
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A Manchete trouxe tecnologia, implantou a onda de desenhos e filmes inéditos no país, conseguiu produzir novelas que fizeram a diferença na nossa dramaturgia. Não vingou pela mesma razão de outras boas redes terem que se esconder no sistema pago: falta de interesse por boa qualidade.
Texto: Cleomar Santos
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