Um dos maiores aliados do presidente Jair Bolsonaro na Câmara dos Deputados, o deputado-federal Alexandre Frota (PSL-SP) foi acusado de algo parecido com o que o filho do presidente, Flávio Bolsonaro, vem sendo investigado. De acordo com a Folha de S.Paulo, um ex-motorista do deputado, Marcelo Ricardo Silva, afirmou ao Ministério Público de São Paulo que, a pedido do parlamentar, a titularidade de empresas que eram de Frota em troca de compensações.
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Segundo o jornal, Marcelo afirmou ao órgão que Frota lhe conseguiu um emprego na TV Nova Cidade e naquele mesmo ano pediu que ele entrasse como dono em duas empresas: a F. R. Publicidade e Atividades Artísticas e a DP Publicidade Propaganda e Eventos Ltda. “Ele [Frota] falou: eu tenho essas duas empresas minhas. Vou passar para o teu nome, e vou te dar uma porcentagem. Eu falei beleza, tá bom, crente que ia ganhar alguma coisa”, disse o ex-motorista.
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Marcelo contou que fazia depósitos na conta da esposa de Alexandre Frota. “Ele não falava em dinheiro. Dizia que vai ter um show e estou precisando dos ingressos. O Frota mandava eu cobrar os ingressos. Um cara do Rio de Janeiro já sabia que era o dinheiro que tinha que depositar. Ele depositava picado. Caía na minha conta e ele passava: ‘os ingressos já foram emitidos.’ Eu já sabia que era para ir no banco sacar o dinheiro e transferir para a esposa dele [Fabiana]”, disparou.
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Em entrevista à Folha, Marcelo contou que trabalhou com o deputado na época da campanha e que ele o orientava a fazer panfletagem. Em áudio enviado pelo ex-motorista ao jornal, o ex-ator questiona sobre uma operação. “Distribuiu o santinho? Como está a operação distribuição de santinho?“, questionou Frota na ocasião. “Eu recebi [durante a campanha] o salário diretamente do empresário, quem tinha que pagar era o empresário”, disse ainda o ex-motorista.
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Em resposta às acusações, Alexandre Frota nega que Marcelo tenha lhe prestado serviços para campanha. “Da pretensa relação em campanha: não houve, pois [Marcelo Silva] nunca atendeu a campanha eleitoral. De outro modo, a sua relação era trabalhista, como motorista, com registro em carteira, para atendimento doméstico, de Alexandre [Frota] e de sua família”, disse. Ele ainda contou que o ex-funcionário “ligou para dezenas de pessoas do relacionamento pessoal de seu ex-chefe, com discurso vitimista” e que tem provas a serem enviadas ao MP.