Amor e Ódio – Por Arthur Vivaqua
22/06/2012 às 23h57
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Barra Funda, 23 de junho de 2012
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Cara Rede Globo,
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Venho por meio desta eminente epístola expressar minha…
Espere! Esqueça essa primeira linha.
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Acho que já somos íntimas o suficiente para abrir mão do vocabulário formal, não é?
Estou escrevendo esta carta para desabafar.
Cansei de sofrer calada. Cansei de sorrir quando queria chorar.
Escrevo para te dizer que odeio você.
Odeio-a com toda a força dos meus dólares.
Odeio seu monópolio.
Odeio seu domínio.
Odeio sua essência.
Essência.
Essa palavra mexe comigo.
Em busca da sua, perdi a minha.
Queria te superar, mas tive medo e precisei te imitar.
Lidar com você é como odiar brócolis mas ser obrigada a admitir que ele faz bem a saúde.
Você é…
Não acredito que direi isso, mas…
Você é tudo que não sou!
E eu errei ao tentar ser você.
Critiquei sua Altivez, esquanto me enchia de Orgulho.
Declarei Guerra, mas fui ferida por minha própria espada.
Investi tanto suor na construção muros e chorei ao descobrir que havia destruído minhas pontes.
Posso te imaginar sorrindo ao ler isso.
Maldita! Não pense que foi você quem me derrubou!
Eu é que tropecei em mim mesma.
Errei.
E, pior, não admiti.
Conquistei um pouco do seu patrimônio mas esqueci de reaplicá-lo e torná-lo meu.
Fui como uma abelha que muito trabalhou mas não desfrutou do próprio mel.
(Quer ouvir uma rima?)
É com muita dor que admito ter sido sua inimiga de aluguel.
Olhei para o Alvo, mas me esqueci do Espelho.
E agora cá estou, assombrada por um inimigo que pensei estar morto.
Trêmula, perdida, assustada…
Mas, ainda assim, resignada.
Essa carta não é uma bandeira branca.
(Você gostaria que fosse, não é?)
Eu até poderia recomeçar do Zero e buscar minha própria identidade.
Seria um bom plano.
Ao contrário do que alguns pensam, não sou tola.
Mas sou teimosa e não o farei.
Enquanto houver estrada eu avançarei, mesmo sem faróis.
Estou perdendo, mas ainda creio que posso ganhar.
Te odeio.
Mas temo que no fundo eu te ame.
E é nutrida por esse sentimento, seja ele Ódio ou Amor, que eu irei atrás de você para onde você for.
Gemendo, porém acenando.
Ferida, porém bradando.
Perplexa, mas me recusando a parar de lutar.
Ufa! Estou aliviada, foi bom desabafar.
Ao terminar de ler, rasgue esta carta.
E nada de truques, pois se você mostrar a alguém eu digo que você a falsificou.
(In)Grata,
Rede Record
Twitter: @ArthurVivaqua
E-Mail: [email protected]