Tudo passa.
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Duas palavras que resumem a passagem de nossos pais, parentes e amigos. Ou também de alguma situação.
A vida é assim. Somos egoístas quando queremos porque queremos que nossos entes queridos permaneçam conosco por toda a vida. Deve haver o ciclo, deve haver o equilíbrio, deve haver a continuidade também para a humanidade.
Nosso querido Roberto Bolaños se foi, nosso Chaves, nosso Chapolin, nosso Chespirito, mas um enorme legado ficou.
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O que mais podemos dizer depois de tantos textos, tantos programas de homenagens, tanta gente comentando em redes sociais? Só se fala nisso!
Esperei comentar sobre Bolaños hoje, para que pudesse ver como nosso sábado, como nosso domingo seria sem ele, mas ainda não caiu a ficha.
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Não, não caiu a ficha, não é possível acreditar que aquele menino pobre da vila se foi.
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Mesmo não sendo possível acreditar, é fato. Temos que aceitar. E viveremos normalmente daqui pra frente como qualquer outro dia.
Talvez alguém diga: Mas Roberto, que exagero! Claro que a vida continua normalmente, por que seria diferente?
Verdade, tem razão, é assim que deve ser e será. O que nos resta é comentar, lembrar, matar a saudade.
Lembro de um dia, uns 30 anos atrás, quando estava na cozinha de casa, pude ouvir o meu pai na sala dando gargalhadas, e elas não paravam.
Curioso, fui ver o que era. Perguntei: Nossa pai, o que tem de tão engraçado que o senhor tá rindo? Respondeu: É esse programa novo que começou na TVS, kkkkkk, que bacana!
Parei pra ver o tal programa novo e me deparei com os personagens e a vila. Naquela época eu não tinha noção de produção, de atuações, de cenário, de qualidade. Apenas vi e gostei.
Daquele dia em diante, o programa passou a fazer parte de minha rotina. Como era novidade, não era exibido tantas vezes ao dia. Somente depois que a TVS percebeu o sucesso que “Chaves”, “Chapolin” estavam fazendo, é que passou a exibi-los em outros horários. Aí não parou mais, dia após dia, o programa conquistou o Brasil assim como conquistou outros países.
A ingenuidade tomou conta de todos, a simplicidade, o jeito infantil com que os personagens se comportavam diante da tela, agradou ao público. Nunca se pronunciou um palavrão, nunca se viu uma apelação, nunca nos deparamos com imagens impróprias. Somente a inocência imperou durante tantos e tantos anos. Esses foram os motivos de tanto sucesso.
Episódio após episódio podíamos perceber que tudo era simples. O cenário era comum, as roupas comuns, os personagem comuns. Alí estava o dia-a-dia do cidadão comum. Alí estava desenhado o que tantas e tantas pessoas viviam em suas vidas.
Em alguns anos, a TVS se tornou SBT. Mas isso não mudou para o Chaves. Continuou na grade de programação da emissora ainda por muito tempo. Horários eram alternados, as vezes era exibido duas ou até três vezes no dia. O programa resistiu, persistiu, chegou a ficar em segundo ou terceiro lugar em audiencia, até que a emissora decidiu tira-lo do ar. Mas não por muito tempo.
Fãs do SBT, protestaram, fizeram barulho e a emissora se viu obrigada a retornar o programa em sua grade e assim está até hoje.
Nesses 30 anos de exibição, dá pra imaginar quantas vezes o mesmo episódio foi exibido? Talvez nem o próprio SBT tenha esse número, mas o que quero salientar é que mesmo tendo assistido tantas e tantas vezes, ainda assim damos risadas, achamos engraçado. Sabemos exatamente o que vai acontecer em cada programa exibido, porém é agradável, queremos ver até o fim.
Paciência, vamos em frente, continuaremos dando boas gargalhadas com nosso eterno Chaves e Chapolin.
Esse domingo, como era esperado, o SBT dedicou sua programação para a cobertura em homenagem ao Roberto, exibindo direto do México, as imagens do estádio Azteca, onde foi palco para receber nosso querido herói. Logo após o “Domingo Legal”, o SBT exibiu “Eliana” ao vivo para que pudesse continuar com a cobertura.
Aproveito para parabenizar a Globo por compartilhar no Facebook a postagem do SBT a respeito do passamento de Bolaños. Há a rivalidade, mas o respeito predomina.
Deixo aqui minha homenagem, deixo aqui meu respeito por esse autor e ator brilhante chamado Roberto Bolaños. Ele se foi, mas deixou marcas, deixou um legado que jamais será esquecido, principalmente pra quem cresceu assistindo Chaves e Chapolin.
Vá Bolaños, você merece partir, merece se promover, merece estar ao lado de tanta gente boa que também se foi.
Um dia…um dia, vamos nos encontrar.
Texto: Roberto Sabbatino