Edir Macedo foi desafiado pelo jornalista e o demitiu dias depois de uma polêmica com a Igreja Universal
Antigamente conhecida por seu padrão rígido quanto ao jornalismo, a Record passou por uma reviravolta ao longo das últimas duas décadas e hoje é bem mais “maleável” em seus noticiários. Antes da reformulação editorial, a emissora da Barra Funda foi pivô de um escândalo envolvendo o seu principal âncora e o Bispo Edir Macedo, dono do canal.
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Acontece que no dia 12 de outubro em 1995, durante o feriado católico de Nossa Senhora de Aparecida, Edir Macedo viu o bispo da Universal Sérgio Von Helder chutar a imagem da santa que é considerada como a padroeira do Brasil durante o programa “Palavra de Vida”.
A atração foi ao ar em rede nacional e mostrou quando o religioso desferiu chutes na estátua da santa tentando mostrar que aquilo, nas palavras dele, não passava de um objeto sem teor religioso.
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O caso ganhou repercussão nacional e já foi tratado por Edir Macedo, como “um chute no estômago“. Em suas autobiografias, o bispo Edir Macedo admite que esse foi o maior erro que sua igreja, a Universal, cometeu.
Até mesmo a Globo, que evitava ao máximo qualquer assunto que fosse relacionado aos seus rivais abordou o escândalo envolvendo Edir Macedo durante vários dias no JN.
POLÊMICA RELIGIOSA CULMINOU NA DEMISSÃO DE CHICO PINHEIRO
Com a polêmica ocupando espaço nos noticiários rivais, o jornalismo da Record, que na época tinha Chico Pinheiro, como o principal nome da emissora, também decidiu noticiar o acontecido, como forma de se defender.
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A pedido da direção da Record, seria veiculado um pedido de desculpas de Edir Macedo aos católicos. No entanto, Chico Pinheiro, que era âncora e editor-chefe do Jornal da Record, julgou que seria justo também colocar o posicionamento do cardeal Dom Eugênio Sales, representando os Cristãos, o que não era aprovado pelos diretores.
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Foi aí que o jornalista peitou os executivos da Record e passou por cima de Edir Macedo ao ordenar que a equipe do ‘JR’ exibisse a matéria, mesmo contra a vontade da alta cúpula. Chico, inclusive, se preparou para ler trechos da entrevista ao vivo, denunciando que foi censurado pelo próprio canal.
A matéria foi exibida na Record da forma que o editor-chefe havia planejado e após poucos dias, Chico Pinheiro foi demitido da emissora, por mostrar uma entrevista com o líder de outra religião, contrária a Igreja Universal.
Na ocasião, o apresentador recebeu um memorando do então presidente da emissora, o Bispo João Batista, no qual afirmava que Pinheiro teria manchado a imagem da emissora pela imprensa, provocando uma debandada de anunciantes.
TEMPOS DEPOIS, CHICO PINHEIRO FOI CONTRATADO PELA GLOBO
Ao ser enxotado pela Record, muitos críticos da época acharam que a carreira de Chico Pinheiro estaria condenada ao fracasso e que ele nunca mais voltaria para a televisão. Porém, o mineiro teve sua “vingança” logo no ano seguinte, quando foi contratado pela Rede Globo, onde ficou no ar por 26 anos, até ser demitido em abril de 2022.
Ao que tudo indica, Chico Pinheiro optou pela aposentadoria, ainda que seja especulado em alguns canais como a Band e a CNN Brasil. Fato é que na Record, Pinheiro não volta nunca mais.