A reta final da novela “Velho Chico” está repleta de novidades. O personagem principal, Afrânio (Antonio Fagundes), tentará alcançar o espírito do filho, Martim (Lee Taylor), no barco fantasma Gaiola Encantado, e desaparecerá após mergulhar no rio São Francisco.
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Cícero (Marcos Palmeira), que estava o acompanhando, acredita que o coronel estará morto ao encontra sua peruca e roupas extravagantes boiando. Mas no mesmo capítulo, ele ressurge das águas com um visual repaginado, se assemelhando ao Afrânio jovem.
“Respira como quem buscasse ar após uma vida submerso dentro de si. Sua imagem sem peruca e excentricidades do Saruê, remonta aquele Afrânio de idos tempos do passado. Ele caminha com dificuldades até a ilha”, diz o roteiro, de acordo com o colunista Daniel Castro.
Ele sai atrás de Martim quando é enganado por Carlos Eduardo (Marcelo Serrado), assassino de seu filho. “Afrânio chega ao rio. Cruza pela passagem lavadeiras, pescadores e ribeirinhos, que o estranham. Obstinado, Afrânio nem os vê, mira apenas o rio”, acrescenta o script.
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Ele grita pelo rapaz quando acredita que o barco está perto: “Martim, eu tô indo. O Gaiola, me leve até ele”, dispara. “Tem Gaiola nenhum”, retruca um pescador ao ver nada. “Tá ali, eu preciso chegar até ele. Meu filho tá ali, preciso trazer ele de volta”, esbraveja.
Nesse momento, as águas arrastam com seu força o seu corpo, mas o Saruê não desiste de alcançar o Gaiola. Ele acaba arrastado para o fundo devido ao peso de roupas e botas e, ao mesmo tempo, luta para emergir, gritando: “Martim, me espera, Martim, espera teu pai”.
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Ele se livra das roupas mais pesadas no rio, e assim, é arrastado até perto da margem. “Peguei o sinhô”, diz o pescador, mas o coronel não desiste da sua missão, debatendo-se: “Me larga, me deixa, tenho que ir atrás do meu filho. É ele! É ele”.
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“Cadê, peste? Onde é que esse home foi se metê?”, questiona o jagunço, recolhendo os pertences do patrão. “Disse a ele que, se entrasse nesse rio, num ia saí! Eu ‘garrei de tudo que foi jeito, foi ele quem quis corrê. A corrente tá muito forte, não, mais, se levo, ia levá daqui pra trás!”, responde ele.
“E o mar quésiguí adentro do rio. O que tinha que sê, foi. Aogora é esperá o corpo subí!”, continua o pescador, e Cícero começa a chorar e chamar pelo patrão, segurando sua peruca, quando, na Ilha do Cabeço, Martim desembarca do Gaiola, enquanto o pai emerge sem peruca e as roupas coloridas.
“Afrânio pisa terra firme sem traços do coronel Saruê. Mira tudo ao redor, perdido”, completa o roteiro. Com o novo visual, ele sai a procura de um show em Salvador por Iolanda (Christiane Torloni), por quem é abandonado.