Aos 97 anos, atriz Ruth de Souza dispara: “Acho ridículo e esquisito o brasileiro discutir sobre negros e brancos”

16/05/2018 às 21h21

Por: João Almeida
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A atriz Ruth de Souza. (Foto: Divulgação)

A atriz Ruth de Souza na TV. (Foto: Reprodução)

Negra e com 97 anos, a atriz Ruth de Souza, que recentemente foi ao ar em um episódio de Mister Brau, não foi politicamente correta e nem se colocou na posição de vítima ao falar do racismo de hoje em dia.

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Ao Uol, ela contou: “Está bem diferente de antes, agora está melhor, temos mais atores e atrizes [negros] e [as novelas] estão misturando casamento de negro e branco, tem até juíza [negra]”.

E acrescentou: “A carreira de ator é ruim para qualquer um. Acho ridículo e esquisito o brasileiro discutir sobre negros e brancos. Na minha família, por exemplo, tem negro, japonês, tem um monte de raças. Eu acho que precisamos gostar é do ser humano, não importa a raça dele”.

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Ruth, que diz nunca ter sofrido com racismo –“ou se sofri, eu não vi”– cita como exemplos de representatividade na televisão, além da juíza Raquel, interpretada por Erika Januza em “O Outro Lado do Paraíso”, a jornalista Maju Coutinho, do jornal Nacional.

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Já para Sidney Santiago, ator, pesquisador e ativista, a televisão tem se tornado a ferramenta mais eficaz para a manutenção do racismo. “Quando o povo não se vê, não se acha merecedor de direitos. Nós, atores negros, ainda estamos atrelados a uma rubrica. São 200 personagens em uma novela, você tem três negros, e todos eles são pessoas desumanizadas, que não têm a sua história contada”.

E acrescentou: “O problema não é ser empregada doméstica negra, o problema é essa empregada doméstica negra não ter família, não ter afetividade, ser despolitizada. É contra isso que nós precisamos lutar”, afirma ele, que participou de novelas como Caminho das Índias e Escrava Mãe, da Record.

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Ele ainda afirma que não acredita na tentativa real de mudança por parte dos canais de TV. “Eu não vejo uma mobilização real. Não estou falando de factoide, de produção de nota, de campanhas de inclusão de um dia para a noite. O que a gente está vendo é isso: a partir de um clamor social, uma mobilização, mas, para mim, ainda não é uma mobilização real. São factoides para tentar se relacionar com o clamor público”.

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Segundo Sol

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