Após cometer grave erro, Ministro da Educação pede desculpas para a mãe de Cazuza
05/02/2019 às 20h33
O Ministro da Educação Ricardo Vélez Rodriguez resolveu se pronunciar após o desentendimento com Lucinha, mãe do cantor Cazuza.
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Tudo aconteceu quando Ministro, em conversa com a VEJA, atribuiu uma frase ao Cazuza que o artista nunca disse. Na ocasião, ele disse que “liberdade não é o que pregava Cazuza, que dizia que liberdade é passar a mão no guarda”.
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Em carta, Lucinha disse considerar inadmissível a citação e até ameaçou processar o Ministro. A frase é de autoria desconhecida e ganhou popularidade nos anos 1980 com o Casseta e Planeta.
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Lucinha pediu que o chefe do MEC se manifestasse publicamente sobre o seu erro e retratasse o que falou sobre Cazuza. Em sua rede social, o Ministro se manifestou sobre o contato com a mãe do artista.
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“Liguei para Lucinha Araújo, mãe de Cazuza, para desfazer o equívoco de uma resposta que dei atribuindo a ele frase de um programa humorístico. A conversa foi tocante e combinamos uma visita a ela quando eu for ao Rio. O amor do coração de uma mãe por seu filho é algo valoroso.”
Confira a carta de Lucinha:
Caro Sr. Ricardo Vélez Rodriguez, Ministro da Educação, se meu filho estivesse vivo tenho a certeza de que pediria piedade, mas como não sou ele e minha idade suprimiu os panos quentes, considero inadmissível uma pessoa ocupando o cargo que ocupa não ter a preocupação de citar uma pessoa pública sem compromisso com a verdade.
Não venho a público para discussão política, nesse momento, por mais que os discursos retrógrados, que agridem a liberdade individual dos cidadãos brasileiros em suas escolhas pessoais vão contra a todos os princípios pelos quais trabalho à frente da Viva Cazuza há 28 anos.
Cazuza foi um artista que deixou um legado através de sua obra, e isso não é a mãe do artista quem está dizendo, mas sim pela importância de sua obra, do número de novos artistas que a regravam, do quanto é tocado nos rádios, do quanto é baixado nos streamings, mesmo depois de 28 anos longe de nós. Se achar que é pouco, gostaria de lembrar que Cazuza foi a primeira pessoa pública no Brasil a assumir sua condição de HIV positivo, o que possibilitou a luta pelo acesso universal do tratamento, o que fez do Brasil um país reconhecido mundialmente pelo programa de Aids e posteriormente imitado por outros tantos.
Posso vislumbrar que não seja prioridade do atual governo programas sociais que visem a igualdade de direitos, respeito as minorias, educação e saneamento básico como prioridades, mas respeito a democracia que elegeu o atual presidente e que lhe nomeou. Mas, não posso deixar que declarações levianas coloquem na boca de Cazuza o que ele nunca disse. Gostaria de deixar aberta a possibilidade de se retratar publicamente para que não seja necessário ter que tomar providencias jurídicas.
Atenciosamente,
Lucinha Araújo”