BBB18: Após toda a polêmica, amiga de Ana Clara faz revelações
25/01/2018 às 15h27
A família Lima está causando no BBB18. Logo no primeiro dia de confinamento, várias publicações preconceituosas por parte de Ana Clara, uma das integrantes, foram encontradas no Twitter, quando os internautas resgataram posts antigos, nos quais ela ofende várias classes de pessoas.
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Diante disso, uma amiga da sister, Maria Eduarda, resolveu se manifestar sobre o assunto em seu perfil no Facebook e sair em sua defesa. Ela disse que esses conceitos antigos foram mudados e, atualmente, Ana Clara pensa diferente. A seguir, você confere o longo texto que ela fez na web.
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“Quebrando a minha regra de não fazer textão no facebook sobre temas polêmicos do tribunal da internet, decidi me pronunciar sobre um assunto bem difícil. não só como amiga, mas como mulher que luta por um mundo mais justo.
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Ontem, dia 22 de janeiro, a Ana Clara Mello, uma das minhas amigas mais antigas e mais queridas, entrou na décima oitava edição do “Big Brother” com a família. Ela, o pai — que já havia mandado vídeos de inscrição mais de dez vezes —, a mãe, e o primo, que sempre foi um irmão pra ela e um filho pros pais. Depois disso, uma série de comentários invadiram a internet: alguns criticando a família como participantes coletivamente, outros como pessoas. É aos segundos que me dirijo.
Primeiro, ressuscitaram tweets dela gordofóbicos de 2013. 2013. Ana Clara, hoje, tem vinte e um anos. Na época, dezesseis. Mas não dezesseis anos em 2018, com o crescimento dos movimentos sociais e a expansão da internet como a fonte de informação, e sim em 2013.
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Temos que nos mover contra o que nos revolta, correto. Mas se faltava informação no que diz respeito ao combate às opressões, a falha é nossa. Dos movimentos sociais, do bloqueio que enfrentamos e do conforto que, muitas vezes, adquirimos em nossas bolhas. Isso atrapalha a coletivização do conhecimento e, principalmente, da conscientização social. Fazer textão no Facebook dificilmente muda alguma coisa, dialogar com a população sim. E tá certo: se as pessoas não evoluem é uma opção delas. “na minha época…” não interessa, você sobreviveu até aqui. então, é bom que se acostume.
Mas esse não é o caso da Ana Clara. Ela cresceu, se conscientizou. Ana clara já me pediu apoio para eventos feministas na faculdade, já se pronunciou enquanto figura pública contra a LGBTfobia, o racismo e já se retratou contra alguns posicionamentos que defendia nessa época, inclusive os que são referidos nos prints.
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Segundo – e esse é um assunto que eu não sei nem como iniciar: as acusações de incesto. Em primeiro lugar, é bom deixar muito claro que acusar o pai dela de incestuoso é completamente discrepante das acusações contra Laercio (BBB16) e marcos (BBB2017). Contra esses dois existiam provas empíricas. Existiam prints do Laercio assediando menores de quinze anos, existiam acusações de estupro e provas contra ele. Existiam queixas, existiam dialogos dele na casa alegando que “gostava de emebedar meninas de dezesseis anos e ficar com elas.” No caso do Marcos, a Emily andava roxa pela casa. Existiam casos anteriores de agressão, existiam as gravações diárias dele ameaçando a parceira.
No caso do Ayrton não existe nada.
A situação da Ana Clara com o pai demonstra que, além de ainda sermos profundamente atrasados no quesito configurações familiares, temos uma forte tendência a sexualizar o carinho, o afeto e a cumplicidade. Dinâmicas familiares são extremamente particulares, e o fato de serem tão próximos é positivo. Nós, de fora, tendemos a sexualizar porque não conseguimos encarar nenhuma forma de afeto sem teor sexual. Isso, pra além de demonstrar um forte atraso nosso, demonstra que a chamada revolução sexual tem seus desvios no que diz respeito à emancipação. Em troca de sermos “livres” viramos o alvo da cultura da sexualização da mulher e de assédios morais.
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Os tribunais da internet e do pós-modernismo frequentemente se esquecem em seus julgamentos que se tratam de pessoas. O capitalismo despersonaliza nossas relações, e os que dizem ser contra ele frequentemente se esquecem de desconstruir a chave para seu funcionamento: sua influência nas relações humanas. Imaginem chegar na faculdade e ouvir que seu pai é incestuoso: é o que vai acontecer com a Ana Clara. Imaginem sair de um confinamento e ler que seu marido é incestuoso, é o que vai acontecer com a Eva. Lutar contra o machismo é, sobretudo, mostrar às mulheres que elas não precisam se expor para se livrarem de seus agressores
Abaixo, fotos da família com a qual eu convivo há anos, que meus pais já me entregaram para viajar de olhos fechados. Já passei semanas na casa deles. Ayrton e Eva me chamam de filha. Tenham mais responsabilidade”.