Apresentador do Grupo Globo, Tiago Maranhão deixou o canal SporTV dois dias após discussão com o jornalista Mauro Cezar Pereira, da ESPN Brasil
O jornalista Tiago Maranhão anunciou nesta segunda-feira (05) sua saída do SporTV, canal do Grupo Globo na TV paga. A notícia veio dois dias depois dele protagonizar uma discussão polêmica com o comentarista esportivo da ESPN, Mauro Cezar Pereira, em seu perfil no Twitter.
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Na noite do último sábado (03), Tiago Maranhão, da Globo, usou a rede social para rebater acusação de que fazia parte do “clube do vinho”, uma espécie de grupo de profissionais da imprensa esportiva que tinham amizade com técnicos e jogadores de futebol e os protegiam de críticas.
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“Está rolando uma confusão aí, então só pra esclarecer: ou você é jornalista ou se presta a ser porta-voz de uma torcida. as duas coisas ao mesmo tempo, sinto muito, não tem como. só isso mesmo. Valeu!”, iniciou o apresentador do Grupo Globo mandando indireta para Mauro Cezar.
Após o colega da concorrente responder indiretamente, Tiago Maranhão voltou a alfinetar: “Mas nem se eu tivesse tirado as medidas com um alfaiate a carapuça teria servido tão bem. como não sabe debater, fez a voz de Minnie Mouse e apelou pra família. dodói demais, tadinho”.
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“Tenho muito orgulho da carreira do meu pai. e da minha também. quer comparar currículos? você mistura assuntos, tenha mais dignidade para debater. talvez o que você ataca em mim seja justamente o que falta em você, uma formação com valores básicos de respeito. Pena, Mauro, que você seja incapaz de dialogar com respeito. Não vou me rebaixar. Sucesso pra você”, completou o jornalista da Globo.
Na sequência, Tiago Maranhão finalizou: “Em tempo, já que aparentemente acham que a motivação tem a ver com o tal clube do vinho, jamais falei com Abel Braga sem ser em coletiva de imprensa. E meu comentário inicial não era direcionado ao Mauro, era sobre um comportamento cada vez mais comum na imprensa esportiva”.
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Apesar do anúncio do apresentador ter acontecido apenas dois dias após a polêmica, a saída do canal pago da Globo não tem relação com a discussão com Mauro Cezar Pereira. O jornalista, que comandava o programa Troca de Passes nas noites do SporTV, já planejava deixar o canal e irá trabalhar em um projeto da Amazon.
Confira a seguir a despedida de Tiago Maranhão do Grupo Globo publicada em seu blog.
“Muito antes do programa de debate sobre futebol, bem antes das aberturas de jogos olímpicos, no verão e no inverno, dos mundiais, das corridas, lutas e jogos, antes das viagens com verniz glamouroso para Paris, Londres ou Tóquio e bem antes das aventuras no Timor Leste, Coreia do Norte ou Jordânia, antes das madrugadas de plantão.
Antes de tudo isso ser realizado, havia o sonho de um dia realizar isso tudo.
Só que, como todo sonho, uma hora este também teria que terminar. Esta semana vou apresentar o Troca de Passes, no SporTV, pela última vez e me despedir do Grupo Globo.
Dessa década global vou levar apenas boas lembranças e profunda gratidão. Não é fácil dizer adeus a um ciclo que me deu tanta história para contar.
Minha década platinada começou no dia em que troquei uma redação onde não se trabalhava aos finais de semana por um contrato temporário de três meses para ser o repórter da madrugada da TV Globo em SP.
Durante um ano, testemunhei a violência e a crueldade de crimes que revelam o que o homem tem de pior. Mas também conheci a esperança e a coragem em situações improváveis. E esses sentimentos são altamente contagiosos.
No esporte, fiz todas aquelas coberturas que o garoto que sonhava um dia se tornar repórter esportivo poderia desejar. À beira do gramado em jogos que quase ninguém estava assistindo, e em decisões de Brasileirão. Dos jogos da Série B a partidas da Seleção Brasileira e de tantos outros países. Da Rua Javari ao Maracanã. Em Sydney, Singapura e Pequim.
Entrevistas com atletas que nunca chegaram lá aos grandes campeões e recordistas mundiais. Todos eles com histórias inspiradoras. Obrigado por dividirem um pouco dessas histórias comigo e todos que assistiram.
Histórias inesquecíveis colecionadas num mercado de rua de Dili no Timor Leste, no subúrbio de Amã na Jordânia, na única boate gay de Sochi – uma história de resistência às proibições impostas na Rússia.
Guardo com especial carinho a lembrança dos dias em Pyongyang, pelo litoral e pelas montanhas da Coreia do Norte, se fechar os olhos ainda posso ouvir o canto poderoso de uma garçonete numa sala de sinuca no subsolo de um hotel da capital do país mais fechado do mundo. Ela cantava Arirang, uma espécie de hino não-oficial das duas coreias.
A todos que dividiram cada uma dessas histórias comigo, muito obrigado.
A minha mulher, Juliana, minhas filhas Isabel, Cecília e Clara (quase chegando), que suportaram todas as ausências e ainda assim estiveram sempre comigo, obrigado. Seria impossível sem vocês.
E como costumo me despedir todas as noites, muito obrigado a todos pela companhia, bom descanso e até a próxima!”