Três grandes e históricas redes de supermercados acabaram tendo desfechos trágicos, com direito a autofalência, assassinato e mais
Conforme sempre frisamos, os supermercados são pilares fundamentais na vida cotidiana, ainda mais em grandes cidades e estados brasileiros como o Rio de Janeiro.
Abastecendo milhões de pessoas com alimentos e produtos essenciais, ao mesmo tempo em que movimentam a economia e geram milhares de empregos.
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Durante décadas, grandes redes marcaram época, contribuindo para o desenvolvimento social e urbano do estado.
Contudo, os desafios do mercado, disputas familiares, más gestões financeiras e até tragédias inesperadas selaram o destino dessas gigantes do varejo.
Sendo assim, a partir de informações divulgadas pelo portal Exame, Origem das Marcas e portal Wiki, a equipe especializada em economia do TV Foco separou 3 dos casos mais chocantes envolvendo grandes redes do setor:
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Sendas: Marcada pela tragédia
Primeiramente, temos o caso da Rede Sendas, a qual foi fundada ainda nos anos 20, em São João de Meriti, Baixada Fluminense.
De acordo com o portal Wiki, a rede iniciou como o Armazém Trasmontano, criado por Manoel Antônio Sendas, um imigrante português.
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Após a morte do fundador, em 1951, Arthur Sendas, com apenas 16 anos, assumiu o negócio e liderou a expansão da rede.
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Império:
A inauguração da primeira loja com o nome Casas Sendas, nos anos 60, marcou o início de um império varejista que se tornaria referência no Rio de Janeiro.
- Nas décadas seguintes, a Sendas introduziu o conceito de autosserviço e expandiu rapidamente, conquistando uma sólida base de consumidores.
- Em 2003, a rede possuía 106 lojas e empregava mais de 16 mil pessoas, o que chamou a atenção do Grupo Pão de Açúcar, que adquiriu metade da empresa naquele ano.
Extinção após assassinato:
Infelizmente, o auge da Sendas foi interrompido no dia 20 de outubro de 2008, quando Arthur Sendas foi assassinado em seu apartamento no Leblon, atingido por um tiro disparado por um funcionário, conforme exposto no G1.
O crime chocou o mercado e os consumidores, marcando um ponto de inflexão na história da rede.
Em 2010, o Grupo Pão de Açúcar anunciou a extinção da marca Sendas, convertendo suas lojas em unidades Extra ou Pão de Açúcar.
O assassinato de Arthur Sendas não apenas encerrou uma era, mas também evidenciou como crises pessoais podem desestabilizar um império.
Paes Mendonça: do topo ao chão.
Fundado nos anos 30 por Mamede Paes Mendonça, um empreendedor sergipano com pouca escolaridade, o grupo começou com uma padaria em Aracaju (SE).
A visão de Mamede o levou a transformar seu pequeno negócio em um império do varejo:
- Em 1942, ele abriu uma loja de secos e molhados e, em 1959, inaugurou seu primeiro supermercado, em Salvador (BA).
- A partir da década de 70, o Grupo Paes Mendonça se consolidou como um dos maiores nomes do varejo nacional.
- Expandiu suas operações para o Sudeste, um mercado altamente competitivo, e construiu lojas icônicas, como hipermercados em São Paulo e Rio de Janeiro.
No auge, o grupo contava com cerca de 100 lojas, incluindo supermercados, hipermercados e postos de serviços, movimentando bilhões de reais.
Crises e disputas:
Apesar de sua relevância no mercado, o Grupo Paes Mendonça começou a enfrentar dificuldades financeiras nos anos 80.
A rápida expansão exigiu investimentos pesados, e o grupo acumulou dívidas consideráveis. Internamente, a família também enfrentava tensões:
- Mamede discordava de seu sobrinho, João Carlos Paes Mendonça, que detinha 20% do capital e defendia um foco no Nordeste.
- João Carlos deixou a sociedade nos anos 1980, levando consigo lojas em Sergipe, que mais tarde formariam a rede Bompreço.
Além disso, Mamede tomou decisões controversas, como a aquisição da cadeia Unimar no Nordeste, contrariando os interesses de outros sócios.
Essas escolhas contribuíram para aumentar as pressões financeiras e desgastes dentro da família.
Autofalência:
Em fevereiro de 1993, após anos de dificuldades para equilibrar as contas, Mamede Paes Mendonça foi obrigado a vender as 59 lojas do grupo na Bahia para investidores liderados por Norberto Odebrecht:
- Agruparam essas lojas sob a marca Unimar, mas o controle das operações continuou instável.
- Pouco depois, a Unimar pediu autofalência, incapaz de lidar com suas dívidas crescentes.
A autofalência marcou o fim da trajetória do grupo como uma potência no varejo.
A administração das lojas passou para credores e investidores, que tentaram reestruturar a marca, mas não conseguiram recuperar sua força.
Sob novas gestões, as lojas mudaram de nome várias vezes, tornando-se Supermar e, posteriormente, parte da rede Bompreço, o que fez a rede se extinguir de vez.
Disco: A maior rede do Rio de Janeiro:
A rede Disco foi fundada no Rio de Janeiro em 1952 e rapidamente se tornou uma das líderes do mercado fluminense.
Com lojas icônicas, como o “Discão” na Avenida Brasil e o “Gigante” no Bairro de Fátima, o Disco era conhecido pela sua proximidade com o consumidor, atendendo desde as classes populares até os bairros mais elitizados.
Como foi o fim da Disco?
No entanto, nos anos 1980, o Disco começou a enfrentar dificuldades financeiras devido à má gestão e à concorrência crescente, conforme exposto pelo “Origem das Marcas“.
A crise culminou na venda da rede na década de 90, após a morte de seu fundador, que também deixou um vácuo na liderança da empresa.
Sob novas administrações, as lojas foram gradualmente incorporadas a outras marcas, encerrando as operações da rede.
Mas, para saber mais detalhes sobre outras falências marcantes, clique aqui*.
Ao procurar manifestações ou notas oficiais da empresa, as mesmas não foram encontradas. Porem, o espaço permanece aberto.
Considerações finais:
Grandes redes de supermercados brasileiras, como Sendas, Paes Mendonça e Disco, que por décadas alimentaram milhões e impulsionaram a economia, enfrentaram um fim trágico.
A combinação de disputas familiares, má gestão financeira, assassinatos e a concorrência acirrada do mercado levaram essas empresas à falência, encerrando uma era no varejo brasileiro.