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Atacadão em festa: O triste fim de 2 redes gigantes de mercados com leilão, falência e montanha de dívidas
12/08/2024 às 7h00
Duas grandes redes de supermercados se despediram ao se depararem com situações desafiadoras e extremamente delicadas, fazendo rivais como o Atacadão, Assaí e outros vibrarem com a eliminação da concorrência
Como já dissemos em matérias anteriores, o setor varejista é extremamente competitivo, ainda mais quando falamos em redes de supermercados, uma vez que eles são vistos como comércios de primeira necessidade.
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Inclusive, ao longo de todos esses anos, muitas dessas grandes acabaram sofrendo quedas, fechamentos e até mesmo falências no país, o que de certa forma significou certa vantagem para rivais como o Atacadão.
Mesmo porque a despedida desses grandes nomes abriram caminho para que esses mesmos rivais expandissem seus negócios com menos concorrências para se preocupar. Fazendo com que nomes como o mencionado Atacadão, Assaí e outros comemorassem (de certa forma) com o seu adeus.
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Falando nisso, separamos 2 casos chocantes, envolvendo nomes extremamente famosos no setor que infelizmente acabaram se despedindo em meio a situações adversas.
1- Makro:
O Makro que chegou nos anos 70 , foi considerado um dos mais amados e mais marcantes varejistas existentes no mercado. Ele que teve seu grande Boom nos anos 90, era uma das maiores referências para milhares de consumidores que tinham ele como escolha nº1 na hora de fazer as suas compras.
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Apesar das negociações da sua venda terem sido noticiadas oficialmente no ano de 2023, segundo o Estadão, essa história já se arrastava desde 2020, quando parte das lojas do Makro, administrado pelo grupo holandês SHV, foram vendidas ao Grupo Carrefour Brasil.
No total foram 29 unidades que custou aos cofres da francesa um total de R$ 1,95 bilhão. Ainda no ano de 2022, o Grupo Muffato, rede paranaense fundada em 1974, adquiriu 16 lojas e 11 postos de gasolina da mesma rede atacadista.
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Inclusive, o Makro chegou a contratar o Santander para encontrar um comprador para as 24 lojas que ainda possuía no Brasil, esperando angariar R$ 2 bilhões com as unidades.
A principal razão do Makro ter saído do Brasil foi a competição acirrada do setor alimentício, principalmente dos novos atacarejos como o mencionado Atacadão.
Ao que parece, a marca apesar de renomada, acabou ficando defasada com a chegada de novos do segmento, que até então, era dominado somente pela holandesa por aqui. Com isso a sua marca acabou caindo na “falência” no Brasil e não teve muita escolha a não ser vender seus ativos e partir de volta para “casa”.
Vale destacar que além de atuar no Brasil desde 1972, como mencionamos, o Makro ainda mantém suas operações em outros países da América do Sul, sendo eles:
- Venezuela
- Argentina
- Colômbia
Como mencionamos acima, segundo o portal Uol, a transação com a Muffato que teve início em 2022, foi concluída no final de janeiro de 2023 quando o grupo comprou imóveis e alguns ativos das lojas e posto de gasolina do Makro localizados em:
- Guarulhos;
- Marília;
- Piracicaba;
- Presidente Prudente;
- Santo André;
- São Bernardo do Campo;
- São José do Rio Preto;
- São José dos Campos;
- Sorocaba Norte;
- Sorocaba Sul; e
- Taubaté.
Já de acordo com o portal Giro News, a Cade (Conselho Administrativo de Defesa Econômica) aprovou a compra em março deste ano de 2023,
Em seu parecer, o órgão concluiu que a operação não acarretou em prejuízos ao ambiente concorrencial. Para o Grupo Muffato, a transação estrou em linha com sua estratégia de expandir para outras localidades, marcando sua estreia na capital paulista.
Já para o Makro, a venda das unidades estava inserida na estratégia do grupo SHV de encerrar sua operação no Brasil. Vale dizer que as demais lojas restantes foram divididas entre o Savegnago e Grupo Pereira.
Em julho de 2023, após terminar de vender suas lojas para o Grupo Muffato, Savegnago e Grupo Pereira, que a Makro Atacadista se despediu oficialmente do mercado brasileiro.
A rede divulgou esse encerramento do ciclo no país em seu site e publicou através das suas redes sociais, um comunicado sobre esse fim:
“Há 50 anos iniciamos nossa jornada no Brasil, e em todos estes anos participamos de sua história, da sua evolução e do seu crescimento.
Estivemos sempre ao seu lado e fizemos parte da sua família. Hoje, temos a certeza de ter conquistado um lugar no seu coração.
Nossa operação se despede do Brasil deixando nosso agradecimento a todos clientes, fornecedores e colaboradores que juntos fizeram parte desta história.”
Vale dizer que ao procurar o perfil oficial da Makro Brasil nas redes sociais ele não aparece mais, os únicos perfis ativos são os dos países em que ele ainda opera como Colômbia, Venezuela e Argentina.
Agora, meses após a conclusão da compra da Makro, a Muffato se encontra em constante expansão, para o terror da concorrência. Vale mencionar que atualmente não existem mais mercados com a bandeira Makro ativas.
Inclusive, em meados de outubro de 2023, segundo o portal Estadão, a empresa deu start nas obras de transformação dos imóveis, e abriu logo na segunda semana daquele mês, a primeira unidade em São José dos Campos.
2- Supermercado Gonçalves
Segundo o portal G1, a história do Supermercado Gonçalves começou ainda nos anos 90, na rua Guanabara, em Porto Velho (RO), aonde inaugurou a sua primeira unidade. Nos anos seguintes foram abertos outros 9 supermercados em:
- Porto Velho (RO)
- Ariquemes (RO)
- Buritis (RO)
- Ji-Paraná (RO)
- Rio Branco (AC).
No ano de 2013, o grupo criou uma indústria de panificação, a Granopan, e no ano seguinte uma casa empório, ambas na capital rondoniense. Com isso, não demorou muito para que o supermercado se tornasse um dos maiores varejistas de Rondônia.
Apesar da sua ampla prestação de serviço, em 2016 a empresa começou a ruir e entrou com pedido de recuperação judicial, alegando não suportar a crise econômico-financeira.
O Supermercado Gonçalves, na época, culpou a queda de faturamento na crise macroeconômica brasileira, que começou pós-eleições do ano de 2014.
Ainda segundo as alegações da mesma, a situação piorou ainda mais após a alavancagem junto a bancos e elevadas taxas de juros, elevação dos custos financeiros, redução de margens de lucro no segmento e cortes de linhas de crédito.
Isso sem contar que ela enfrentava o aumento dos custos, queda da renda per-capta na cidade de Porto Velho, aumento da concorrência na região e investimentos frustrados pela “ressaca pós-usinas do madeira”, um combo devastador que contribuiu para sua queda.
Segundo o pedido protocolado na Justiça no início da década, o grupo chegou a realizar investimentos milionários na melhoria da estrutura das lojas, como a inauguração de um empório e a construção de uma indústria.
Apesar de todo o esforço, todas as tentativas acabaram frustradas devido ao cenário econômico de retração.
Tudo à venda:
Com esse fracasso, em julho de 2019 a Justiça decidiu por decretar a falência de forma definitiva da rede. Nesse ínterim, TODOS os bens foram leiloados ao decorrer de três chamadas realizadas naquele ano.
Lojas, imóveis, terrenos e veículos que faziam parte do patrimônio do grupo entraram no balaio. Ao todo, foi arrecadado um montante de R$ 71 milhões.
Vale dizer que o patrimônio foi avaliado em R$ 80 milhões, enquanto as dívidas se amontoavam e chegavam perto de R$ 200 milhões, uma dívida praticamente impagável.
E foi aí que começou o drama de mais de mil funcionários do Supermercado Gonçalves, que ao serem demitidos em massa, ficaram sem saber quando e se receberiam os salários atrasados, bem como os seus direitos trabalhistas.
Para piorar ainda mais, após o fechamento dos supermercados, os prédios de algumas unidades Gonçalves foram alvos de furtos e ataques de vândalos.
Ocorreu também um acúmulo de lixo nos pátios, além de ser usado como abrigo para pessoas em situação de rua.
De acordo com ex-funcionários ouvidos com exclusividade pelo G1, ainda no ano de 2018, começaram a faltar itens nas lojas, o que fortaleceu ainda mais que esses fechamentos seriam inevitáveis.
O que aconteceu com os funcionários do Supermercado Gonçalves?
No desespero, muitos funcionários entraram com uma ação na justiça contra o Supermercado Gonçalves, mas somente no dia 23 de maio de 2022 foi confirmado o pagamento dos direitos de uma parte desses funcionários.
Segundo o portal G1, A informação foi confirmada pelo administrador judicial da massa falida, o escritório Machiavelli, Bonfá e Totino Advogados Associados.
Foram beneficiadas todas pessoas que trabalhavam na rede enquanto ocorreu a falência e que não possuíam pendências sobre o valor e outras informações apresentadas na lista de credores. O pagamento foi autorizado pela Justiça de Rondônia no início de maio de 2022.
A juíza Elisangela Nogueira, da 6º Vara Cível Falências e Recuperações Judiciais, autorizou o envio aos ex-funcionários por ter entendido que não havia impedimentos ao pagamento dos valores que não estavam em contestação, principalmente considerando que o prazo para objeções já tinha sido encerrado.
De acordo com o administrador judicial, aproximadamente R$ 14 milhões foram liberados no dia 20 de maio de 2022, pela Caixa Econômica Federal. Os valores foram depositados nas contas apresentadas pelos funcionários.
Cerca de 80% dos trabalhadores estavam aptos a receber. Os outros 20%, que ainda aguardavam pendências a serem resolvidas, tiveram que esperar mais um pouco pelo pagamento.
Ao todo, 6.200 credores faziam parte do quadro geral, entre fornecedores, prestadores de serviço, bancos, advogados e demais envolvidos.
Autor(a):
Lennita Lee
Meu nome é Lennita Lee, tenho 34 anos, nasci e cresci em São Paulo. Viajei Brasil afora e voltei para essa cidade para recomeçar a minha vida.Sou formada em moda pela instituição "Anhembi Morumbi" e sempre gostei de escrever.Minha maior paixão sempre foi dramaturgia e os bastidores das principais emissoras brasileiras. Também sou viciada em grandes produções latino americanas e mundiais. A arte é o que me move ...Atualmente escrevo notícias sobre os últimos acontecimentos do cenário econômico, bem como novidades sobre os principais benefícios e programas sociais.