Até onde vai a hipocrisia de certo segmento religioso sobre a TV

‘A Fazenda’: tem embriaguez, ira, adultério e/ou fornicação, maledicência, etc

Sempre que se inicia uma nova novela na Rede Globo, certo segmento religioso da sociedade, por algum motivo, começa uma campanha de boicote nas redes sociais.

Não muito tempo atrás, fizeram isso com o folhetim ‘Meu Pedacinho de Chão’. O acusaram de ter personagens que faziam alusão à umbanda. Agora, estão fazendo a mesma coisa com a novela ‘Babilônia’, segundo eles, por causa do relacionamento homoafetivo entre duas senhoras, que no primeiro capítulo proporcionaram ao público um simples selinho.

Numa emissora concorrente, que muitos dizem fora comprada com o dinheiro de fiéis religiosos, que faz parte desse segmento, cujo dono é líder espiritual, na grade de programação há programas iguais ou até piores. Ex.: ‘A Fazenda’: tem embriaguez, ira, adultério e/ou fornicação, maledicência, etc; ou seja: tudo aquilo que a doutrina religiosa do Livro Sagrado desse segmento condena.

O mesmo podemos falar de suas novelas, as quais, apesar de ser ficção, ‘estimulam’ práticas condenadas. Enquanto escrevo este post, o apresentador Gugu, da tal emissora, voltou a apelar levando ao ar aquela famigerada ‘Banheira do Gugu’, a qual, todo mundo sabe, é uma forma de buscar audiência fácil, através da exploração da sensualidade feminina, para não falar outra coisa.

Pois bem, eu deixo aqui várias perguntas: cadê esse tal segmento religioso para condenar as atitudes dessa emissora através de um boicote? Cadê os ‘moralistas’ de plantão? Cadê os defensores da família brasileira? Dois pesos e duas medidas? Não vão cortar na própria carne? Ora, se querem cobrar dos outros certas atitudes, vocês não deveriam dar o exemplo? Isso, não seria fazer acepção, que, no próprio Livro de vocês, é condenável? Então!

O que não dá para ficar fazendo é agir de forma hipócrita. Se querem condenar certas produções da Rede Globo que vão contra os seus princípios, tudo bem, tem todo o direito, mas que ajam da mesma forma com outras emissoras, as quais oferecem o mesmo tipo de conteúdo e não fiquem fazendo “vista grossa”.

Texto escrito pelo internauta: Márcio Andrade

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