Até Quando? – Por Arthur Vivaqua

17/02/2012 às 0h06

Por: TV em Foco

 

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– Até quando? – Perguntei, desferindo-lhe um tapa com toda a minha força.

Tive a impressão de que o golpe feriu mais a minha mão do que o seu rosto.

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Ela permaneceu em silêncio, como se não tivesse compreendido minha pergunta.

Resolvi, então, explicar melhor:

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– Até quando você vai tratar o Drama como Comédia e transformar em Comédia a minha realidade?

Cada sílaba exalava a minha ira.

– Até quando você vai rir dos meus sucessos e explorar os meus fracassos? – Continuei, elevando ainda mais meu tom de voz.

Ela parecia decidida a não falar nada. Eu, no entanto, não aceitaria ser ignorado:

– Até quando você vai vendar meus olhos, impedindo-me de enxergar o outro lado da janela? – Continuei.

Mais silêncio.

– Até quando você vai me trancar no Porão enquanto a chuva cai lá fora?

Ela não parecia se impressionar com meu “rancor poético”.

– Até quando você vai gritar em meus ouvidos e impedir que eu ouça minha própria voz?

Pensei (e até quis) ver alguma reação em sua face, mas ela permanecia impassível.

– Até quando você vai inverter os valores que meus pais me ensinaram?

Decidi provocá-la e apelei:

– Até quando você vai insistir em ser a mãe dos meus filhos?

Silêncio.

Apelei novamente:

– Até quando você vai transformar o Amor em Pornografia?

 

 

Seu silêncio começou a torturar-me. Minha raiva converteu-se em esgotamento.

– Até quando você vai sugar toda a minha energia? – Sussurrei.

Sem sucesso, resignei-me a um último apelo:

– Até quando você vai me me manipular?

Virei-me, pronto para ir embora, certo de que ela não me responderia.

Subitamente, porém, ouvi sua voz zombeteira sussurrar em meu ouvido:

– Até quando você estiver aqui, seu otário.

Pensei em replicar, mas ela não me deu tempo:

– Agora, vamos. – Ordenou. – Cale-se e coloque-se em seu lugar.

Sob protesto, sentei-me no sofá, olhando-a nos olhos.

Por mais que eu não quisesse, não pude deixar de sorrir.

Eu a odiava, mas, inegavelmente, a amava.

Sentadinho, apertei o “Botão Magico”.

Apesar de rebelde, ela era linda.

Estonteantemente linda.

42 Polegadas, LCD, 180 canais.

Minha maravilhosa TV.

Ela me manipulava, mas…

Ah, que se dane, eu admito que adorava!

 

A Coluna sai de Férias e retorna na quarta-feira!

Que Deus abençoe seu Carnaval!

 

Twitter: @ArthurVivaqua

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