Se em meados dos anos 2000 a Globo se viu ameaçada com a virada da Record, que começou a investir milhões em teledramaturgia pesada arrebatando em poucas tacadas diretores, atores e até operadores de câmeras com salários altíssimos, nesse final de década, quem aparece investindo muito e conquistando um casting requintado e talentoso é a Netflix.
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
Com uma proposta mais ousada e narrativas mais libertárias, rostinhos famosos da Globo, aos poucos, parecem migrar para a plataforma de streaming sem medo de ser feliz. Pelo contrário, mudam com total felicidade.
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
+Em papel de surfista, Rafael Vitti ganha apelido inusitado nos bastidores de Verão 90
O exemplo mais recente é do ator Marco Pigossi. Bonito e talentoso, teve uma ascensão rápida na Globo. Emplacou o Cássio em “Caras e Bocas” com o seu bordão “rosa chiclete”, ficou por mais duas novelas no horário das sete: “Ti-ti-ti” e “Sangue Bom”. Foi parar em “Gabriela” no horário das 23hs. Até protagonizar as novelas das nove, “A Regra do Jogo” (2014) e “A Força do Querer” (2017), que é o produto com maior investimento na emissora.
+Ganhadora do troféu de ‘Melhor Atriz’ na Globo causa surpresa mais uma vez
Marco Pigossi, antes de sair da Globo, fez uma ótima participação em “Onde Nascem os Fortes”, e disse para a emissora que iria estudar interpretação nos Estados Unidos. Mas ai, parece que a Netflix queria atores especialistas em sereias. Olhou para o portfólio do Marcos Pigossi e viu que ele atuou muito bem ao lado de Isis Valverde, que fazia a destrambelhada sereia Ritinha, dividida entre o empresário chato interpretado pelo Fiuk e o caminhoneiro “marrento” Zeca em “A Força do Querer”.
+Bruna Marquezine surta em show de Sandy: ‘Ela é perfeita’
Pigossi preencheu todos os requisitos, principalmente o “interpretar em inglês”, que deve ser a parte mais difícil, e foi parar na produção australiana” Tidelands”, que tem a estreia prevista para o dia 14 de dezembro na plataforma da Netflix.
+Sandra Annenberg vence Melhores do Ano e faz revelação “inacreditável” sobre vestido
“Tidelands” aparenta trazer uma proposta mais sombria, misteriosa e sensual sobre as sereias. Diferente da sereia brasileira de Belém do Pará, que era coberta com carimbó e tema romântico de Roberto Carlos. Talvez esse seja a grande isca para a Netflix fisgar os “sereios” brasileiros: Oportunidade do ator diferenciar seus trabalhos sem ficar amarrado por tanto tempo em uma emissora, normalmente se repetindo em papéis.
Não que esse seja o caso de Marcos Pigossi, ele ainda teve a oportunidade de “nadar” por diferentes personagens. Mas o canto da Netflix talvez tenha sido mais sedutor para o ator de 29 anos. Confira outros atores brasileiros que caíram na graça e na rede da Netflix:
+Fernanda Gentil faz triste desabafo após ser tirada do Esporte Espetacular
Fernanda Vasconcellos, assim como vários atores, começou sua carreira na Globo, na Malhação, interpretando Betina. Mas antes disso, vejam só, ela passou pelo programa Fantasia no SBT e também era assistente de palco no Domingo Legal. Fez papéis marcantes como Nanda, a mamãe fantasma que aparecia para seus filhos gêmeos e arrepiava a personagem da Regina Duarte, e também interpretou Ana, na (ma-ra-vi-lho-sa!) novela “A Vida da Gente” em 2011, na minha opinião uma de suas melhores personagens. Em 2016 fez sua última passagem na Globo (por enquanto) como a vilã de Haja Coração e então não houve renovação com a emissora.
Fernanda Vasconcellos quase foi para a Record participar de uma série de terror, porém a atriz e a emissora não chegaram em um acordo. Veio a Netflix e fisgou a Fernandinha, que participou da série 3%, que não faz muito sucesso aqui, mas tem prestígio lá fora. E também começa rodar no inicio de 2019 a série “Coisa Mais Linda”, ambientada nos anos 50 que vai tratar sobre machismo, conservadorismo e bossa-nova. A série traz no elenco as também ex-globais: Mel Lisboa e Maria Casadevall, essa última no papel principal.
+O Sétimo Guardião: Valentina descobre grande segredo de León
Quem também parece ter se dado bem em optar pela Netflix foi a cantora e atriz Emanuelle Araújo. A ex-banda Eva entrou na Globo em 2006 na novela “Pé na Jaca” do autor Carlos Lombardi. Logo depois fez “A Favorita”, “Gabriela”, “Malhação”, “Cordel Encantado” (que inclusive será a próxima novela a ser reprisada no vale a pena ver de novo) e participou do seu último folhetim em “A Lei do Amor” em 2016. Em 2018 estrelou Samantha, aposta acertada do humor nacional da Netflix. Inclusive já renovada para a segunda temporada agora em 2019, a série ainda traz os também ex-globais Douglas Silva e Rodrigo Pandolfo, e participação especial de Alessandra Negrini.
+Ao vivo na Globo, Eduardo Sterblitch revela seu grande sonho e Faustão promete ajudar
E para fechar, o talentoso Selton Mello, que estreou na Globo em 1984. Atuou em “Sinha Moça” (primeira versão), “Olho no Olho”, “Tropicaliente”, “A Próxima Vítima” e “A Força de um Desejo”. Nos folhetins, Selton não é figura carimbada, fez poucos trabalhos longos. Em compensação, estrelou grandes séries e seriados nacionais como “Os Maias”, “Alto da Compadecida”, “A Mulher invisível”, “Treze Dias Longe do Sol” e “Ligações Perigosas”. Com um portfólio rico na TV e no cinema, Selton também foi seduzido pela gigante Netflix e estreou esse ano “O Mecanismo”, série inspirada na “Operação Lava Jato”, também já com a segunda temporada confirmada para 2019.
Ao que parece, para a Netflix, caiu na rede é peixe.