A minissérie “O Portador” gerou uma guerra nos bastidores da Globo e até hoje a trama é ‘escondida’ pela emissora carioca
A Globo já teve dificuldades para colocar uma série no ar que retratava sobre a Aids, ainda no início dos anos 1990, quando o assunto ainda era tratado com muita desinformação e tabus. “O Portador” foi protagonizada pelo ator Jayme Periard, que sofreu com represálias da própria emissora e assumiu um papel que muitas estrelas recusaram.
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De acordo com o TV História, a minissérie foi para o ar entre 10 e 20 de setembro de 1991, mas demorou muito tempo para um ator aceitar interpretar uma pessoa com HIV na tela. O protagonista deu uma entrevista ao Na Telinha em 2021 e revelou as dificuldades de fazer o papel.
Jayme Periard disse que “O Portador” sofreu resistência da própria Globo e ficou engavetada por muito tempo. A emissora o convidou para o papel, mas logo depois o tirou do cargo, já que queria alguém mais experiente no lugar. Como ninguém aceitava o desafio, o papel acabou voltando para o ator.
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SABIA DOS RISCOS
O famoso explicou no ano de estreia da minissérie, ao Jornal do Brasil, que sabia que ia sofrer ataques por causa da condição de seu personagem.
“Provavelmente isso vai ocorrer porque as pessoas costumam confundir ator com personagem. Logo que as chamadas da série foram jogadas no ar entrei num elevador e dois garotos falaram em tom de gozação: “esse cara aí é o portador da Aids”. Mas não me preocupo. O importante é fazer o meu trabalho com dignidade”, declarou.
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TRAMA ESCONDIDA
Periard contou que a Globo renega esse título em sua história e acha que houve grande importância em mostrar o trabalho na tela da emissora. Na época, especialistas elogiaram a abordagem do tema, enquanto outros críticos avaliaram que a produção era uma espécie de pornochanchada.
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