Uma das poucas novelas com um núcleo negro tão importante, As Aventuras de Poliana vem dando mais uma grande oportunidade para a carreira de Maria Gal, a interprete da personagem Gleyce na novela da autora Íris Abravanel. Mas nem todas as tramas dão tantas oportunidades como a infantil do SBT. Para o portal UOL, Maria fez algumas revelações.
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“Já fui preterida porque, segundo o diretor, o tom da minha pele não era tão comercial. Esta realmente é a mentalidade de quem manda no audiovisual hoje no Brasil. Quanto mais escuro, quanto mais características negras tiver, menos comercial o ator ou a atriz é, e eles devem constar em determinados estereótipos”, contou ela.
Maria, visando o mercado de atores negros no Brasil, acabou criando uma produtora para valorizar a raça e dar prosseguimento a arte mais diversas em todo o Brasil. A atriz montou um produtora e já tem algumas produções me vista, aguardando apenas captação de recursos.
“Minha função enquanto criadora e produtora é trazer novas realidades, ou personagens negros femininos que possam empoderar de alguma forma e que a sociedade tenha outros pontos de vista em relação à mulher negra. Não é só retratar a realidade, é trazer novos paradigmas para contribuir para que a realidade se modifique para melhor”, diz Maria Gal.
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O início da atriz, no entanto, não foi dois melhores. “Saí de Salvador sem conhecer absolutamente ninguém em São Paulo, só movida pela minha intuição e vontade de estudar teatro. Tive que trabalhar como garçonete para pagar o aluguel, mas a pessoa não me deixava cozinhar. Ela queria que eu comesse na rua e eu só tinha dinheiro para pagar o quarto”, disse ela, relembrando o passado.
Antes de ter espaço em s Aventuras de Poliana, a atriz já esteve em produções da Globo, como Gabriela e Joia Rara, em produção da Record, na série Conselho Tutelar, e em outras oportunidades no SBT, como na novelinha infantil Carrossel.
SOBRE A NOVELA AS AVENTURAS DE POLIANA
“Gleyce é a típica mulher brasileira, que, apesar da condição de vida humilde, é empoderada. Ela é consciente sobre a questão racial e do quanto é importante que os filhos estudem em uma escola melhor para terem melhores condições de vida. É uma personagem de grande importância para a teledramaturgia brasileira hoje. [Os negros] somos mais de 54% da população. Esta é a importância da representatividade, não só para as crianças, mas para os adultos.”