Atriz revela que Eliane Giardini se chocou e pediu para ‘suavizar’ as falas de sua personagem
11/11/2017 às 15h01
Nádia é uma personagem de caráter muito duvidoso em O Outro Lado do Paraíso. No capítulo desta sexta, a megera até demitiu a sua empregada após descobrir que a mesma estava de caso com o seu filho mais velho.
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E a atriz Erika Januza, que vivia a empregada da casa, Raquel, confessou que sua colega de cena se sentiu mal e ‘chocada’ com as palavras pesadas de suas personagem. Tanto é que ela pediu para suavizarem tais palavras.
“Foi duro ouvir aqueles absurdos e a Eliane Giardini [que vive Nádia] até deu uma suavizada, pediu para pegar mais leve. Eu achava bom do jeito que estava escrito porque é a realidade, é para as pessoas sentirem mesmo o choque, o peso. Nunca ouvi na minha cara, mas sei que muitos negros já ouviram e ouvem atrocidades e não tem coragem de rebater”, disse Januza ao UOL.
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Sobre a polêmica frase “É coisa de preto”, que teria sido dita por William Waack no ano passado, Erika confessou que já ouviu na vida real: “Eu estava dirigindo e, de repente, um motorista do carro ao lado me xingou e disse essa frase horrenda. Fiquei mal”.
“É um acontecimento que ainda choca, mas acontece com frequência e graças a Deus as coisas estão mudando. Não tem mais essa de fazer esse tipo de gracinha e ficar impune”. Ela ainda elogiou a atitude da Globo em afastar o jornalista de seu posto: “Foi nobre porque a empresa não deixou ninguém cobrar. Se posicionou antes e fez o certo”.
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PRECONCEITO NA VIDA REAL:
Mas na vida real ela também já sofreu com isso.”Eu já tive namoros em que a família do cara era contra por causa da cor da minha pele”, contou ela em entrevista para o jornalista Daniel Castro, que completou: “A novela vem para levantar essas questões. Algumas pessoas reclamam, ‘mas vai falar disso de novo?’, porém é um tema que deve ser falado sempre. Se está acontecendo, precisa ser debatido”.
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Erika também contou sobre o seu dia a dia. “Sofri [preconceito] a vida inteira e ainda sofro. No dia a dia, eu já passei por muitas coisas. Há uns cinco meses, por exemplo, um cara brigou comigo no sinal e falou: ‘Tinha que ser neguinha mesmo’. Na hora, me deu um ódio tão grande que eu não consegui reagir. É muito doído”.
O fato de ser atriz tem amenizado todo esse preconceito. “A questão de agora ser atriz ameniza um pouco, mas o preconceito velado às vezes é pior do que o explícito. A pessoa te encara de cima a baixo, fica olhando de rabo de olho. Ela nem precisa falar nada, porque você sente”.