Torre de Babel chocou o público da época pela temática violenta e polêmica
As novelas produzidas pela Globo sempre foram conhecidas pela coragem em abordar assuntos polêmicos responsáveis por chocar o público. Porém nem sempre os temas selecionados pelos autores acabam por agradar os telespectadores, principalmente dependendo da época em que foram inseridos.
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Torre de Babel foi uma das grandes apostas da emissora carioca para o horário nobre de 1998 e causou choque entre a audiência pelo teor violento de sua história. A trama girava em torno de Clementino (Tony Ramos), e sua jornada de redenção após assassinar a esposa que o traia. O personagem se ressentia de seu antigo patrão, César Toledo (Tarcísio Meira), que foi um dos responsáveis pela sua prisão após o crime.
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César Toledo é o dono do mais novo empreendimento que revolucionou a cidade de São Paulo. O Tropical Tower Shopping, apelidado pela população de Torre de Babel, que abriga em seu interior os demais personagens da trama da Globo. Dentre eles uma de suas maiores polêmicas, o casal Rafaela Katz e Leila Sampaio, interpretadas por Christiane Torloni e Silvia Pfeifer.
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Acontece que a ideia de homossexualidade era extremamente rejeitada nos anos noventa e o público, ainda mais conservador do que nos dias de hoje, desaprovou o casal de lésbicas que moravam juntas, tinham uma carreira de sucesso e demonstravam seu amor em todos os capítulos. As reações dos fãs eram imediatas: “Sap*tão”, diziam.
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A única solução que o autor de Torre de Babel, Silvio de Abreu, encontrou para recuperar a audiência da novela, foi matar as duas personagens durante a misteriosa explosão do Shopping, ocorrida na metade da trama.
Na época, um dos co-autores, Alcides Nogueira, revelou em entrevista para a Folha de S. Paulo, que pretendia um retorno para ambas as personagens, que não teriam morrido na explosão, mas desistiu da ideia em seguida: “Toda novela que aborda questão polêmicas, como “Torre de Babel’ ou “A Próxima Vítima’, que foram escritas por nós, vive um problema. Não há tempo para que as pessoas absorvam essas questões levantadas -a pressão de alguns órgãos reacionários, inclusive da imprensa, é imediato”.
Um dos outros motivos para a reestruturação da trama é que de acordo com os planos originais, Leila (Silvia Pfeifer), teria sobrevivo a explosão e se tornaria grande amiga da esposa de César, a socialite Marta Toledo (Glória Menezes). Porém a intenção foi mal interpretada pelo público e pela imprensa, que acharam que ambas as personagens teriam um envolvimento amoroso. Para evitar confusões, a solução foi deixar o casal morto e afastado do roteiro.