Autora de Éramos Seis revela mudanças no remake da novela na Globo; saiba quais

26/09/2019 às 14h40

Por: Vitor
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Lola (Gloria Pires) Éramos Seis, novela das seis da Globo (Foto: Globo/Raquel Cunha)
Gloria Pires interpreta Lola, a protagonista de Éramos Seis, próxima novela das seis da Globo (Foto: Globo/Raquel Cunha)

Gloria Pires interpreta Lola, a protagonista de Éramos Seis, próxima novela das seis da Globo (Foto: Globo/Raquel Cunha)

Éramos Seis, a próxima novela das seis da Globo, terá várias mudanças em relação a outros remakes da história e modificará até a protagonista Lola

Autora de Éramos Seis, próxima novela das seis da Globo, Angela Chaves revelou as mudanças que fez na história do folhetim e contou que adaptou algumas tramas do enredo, trazendo ainda uma Lola (personagem vivida por Gloria Pires) mais atual.

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Angela Chaves, que estreia como autora solo em Éramos Seis, assinou como titular, ao lado de Alessandra Poggi, a supersérie Os Dias Eram Assim. Na Globo, desde que começou como roteirista no programa Você Decide, a autora colaborou em diversas obras, como Celebridade, de Gilberto Braga; Páginas da Vida, Viver a Vida, Em Família e Maysa, de Manoel Carlos; e Rock Story, de Maria Helena Nascimento.

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Com boa bagagem no mundo da dramaturgia, Angela Chaves tem mestrado em Literatura e, ao assinar o remake de Éramos Seis, une suas duas paixões: livros e TV. Ao seu lado, tem os colaboradores Bernardo Guilherme, Juliana Peres e Daisy Chaves.

‘Éramos Seis’ já foi revisitada algumas vezes na TV e também no cinema. Como contar mais uma vez essa história de uma família do início do século passado, quase cem anos depois?
Antes de mais nada, é importante dizer que se trata de uma história atemporal, que traz para o debate conflitos universais. Estamos contando a história de uma família, seus laços e como seus integrantes fazem para se manterem unidos mesmo nos momentos mais difíceis. No fundo, é sobre o que une as pessoas, as relações de amizade, de parentesco e solidariedade.

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O que o público pode esperar de diferente nesta versão da obra?
Pode esperar mudanças em relação ao ritmo da narrativa, a novela se torna mais ágil. Mudanças na estrutura dramática, em alguns perfis e no tom da narrativa. A narrativa é mais coesa e mais amarrada. Adaptamos algumas histórias também, como o caso de Shirley e sua família. Além disso, Lola, embora continue sendo uma mulher do seu tempo, está menos submissa, é mais ativa, e não é melancólica. Lola não olha pra trás, olha pra frente e vive a realidade do seu dia a dia.

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A novela Éramos Seis traz personagens mulheres importantes, a começar pela Lola, passando por Shirley, Justina, Emília e Adelaide. Existe algo em comum entre elas?
É importante ressaltar que o romance foi escrito por uma mulher em 1943, Maria José Dupré, e dá voz a uma personagem feminina, dona Lola. Através da narrativa de dona Lola, do olhar dela sobre a sua vida e de seus entes queridos, vizinhos ou familiares, temos um registro do feminino da época importante. Isto foi captado com sensibilidade na novela do Sílvio de Abreu e Rubens Ewald. As mulheres são a força motriz da história. Cada uma delas tem sua personalidade e sua forma diferente de agir e reagir aos obstáculos que a realidade impõe. Havia regras e costumes mais opressores às mulheres, convenções e barreiras a serem transpostas, cada uma vai lidar com isso à sua maneira. Ao apresentar um olhar sobre o feminino, a novela acaba por trazer à tona debates importantes principalmente sobre a força da mulher e seu papel para manter a família, mesmo diante das adversidades.

O diretor artístico Carlos Araújo e a autora Angela Chaves no lançamento da novela Éramos Seis (Foto: Globo/Cesar Alves)

O diretor artístico Carlos Araújo e a autora Angela Chaves no lançamento da novela Éramos Seis (Foto: Globo/Cesar Alves)

Os personagens não são maniqueístas, né? Há muitas camadas. Pode falar sobre isso?
Os problemas e questões que os personagens enfrentam são decorrentes das escolhas que eles mesmos fazem ao longo da vida. Júlio (Antonio Calloni), por exemplo, é um homem que tanto pode fazer uma coisa boa, quanto ruim. Ele ama a Lola, mas é um homem amargurado pelas escolhas que fez. A Emília (Susana Vieira), por um lado é egoísta, mas por outro ama muito as filhas e tem humanidade. O Alfredo (Pedro Sol/ Nicolas Prattes) apronta muito quando criança, vai mal na escola, prejudica os irmãos, dificulta da relação de seus pais. Mas cresce e usa toda essa energia para lutar por algo bom. Dessa forma, temos uma novela em que não há o vilão clássico, nem o mocinho, mas personagens capazes de agir de forma certa ou errada de acordo com as circunstâncias e suas qualidades.

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Qual sua expectativa ao recontar essa história?
Eu espero que as pessoas se emocionem com a história de uma família, que se encantem com os erros e acertos de cada um, que torçam para que fiquem felizes, e que reflitam sobre solidariedade. O romance da Maria José Dupré faz uma denúncia social importante. É uma crítica a uma sociedade desigual onde o egoísmo impera, não há muitas chances de mobilidade, os ricos se mantêm ricos e os mais pobres têm poucas chances de conseguirem pagar as contas, oprimidos por inflação e juros. Essa novela fala sobre a importância de as pessoas olharem para o lado, para o outro. Enxergar a dificuldade do outro. Essa preocupação, cuidado e afeto são importantes nos relacionamentos humanos.

Com estreia marcada para o dia 30 de setembro, Éramos Seis é escrita por Angela Chaves, baseada na novela original escrita por Silvio de Abreu e Rubens Ewald Filho, livremente inspirada no livro de Maria José Dupré. A direção artística é de Carlos Araújo.

Ângela Chaves
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Autor(a):

Formado em jornalismo, foi um dos principais jornalistas do TV Foco, no qual permaneci por longos anos cobrindo celebridades, TV, análises e tudo que rola no mundo da TV. Amo me apaixonar e acompanhar tudo que rola dentro e fora da telinha e levar ao público tudo em detalhes com bastante credibilidade e forte apuração jornalística.

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