“Babilônia” debocha de teologia da prosperidade, carro-chefe da Igreja Universal
21/06/2015 às 15h45
A crítica religiosa voltou com tudo no horário nobre da Globo. Após a última polêmica relacionada ao tema, que aconteceu em 2008 com “Duas Caras”, de Aguinaldo Silva, agora é a vez de Gilberto Braga usar “Babilônia” para ironizar a classe.
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
Na trama, a personagem evangélica Consuelo Pimenta está representando os novos ricos, os obcecados por fama e os conservadores que usam a religião para justificar o preconceito contra contra pobres, gays, ateus e praticantes de outras religiões.
Iludida pelo malandro Luís Fernando (Gabriel Braga Nunes), Consuelo lançou-se apresentadora de um programa de entrevistas com famosos na internet, com o dinheiro dos cofres da prefeitura, comandada pelo seu filho Aderbal (Marcos Palmeira).
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
As atitudes da personagem, como aponta o portal Terra, são uma crítica dos autores aos cristãos que apoiaram um boicote a Babilônia por conta do beijo gay entre Teresa (Fernanda Montenegro) e Estela (Nathália Timberg) no primeiro capítulo.
+ Após “Cúmplices de um Resgate”, saiba qual deve ser o próximo remake do SBT
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
A personagem é uma caricatura do radicalismo religioso e representa as acusações frequentemente feitas a alguns líderes evangélicos, como enriquecimento ilícito e o uso da mídia para manipular os fiéis. Ao ser questionada, a resposta soa como indireta.
Perguntada se isso não seria vaidade, Consuelo dispara: “Vaidade é pecado. Ostentação, não!. Eu tenho objetivo oculto: exaltar as obras do Senhor. Mostrar aos nossos irmãos na fé que o Senhor recompensa com prosperidade a quem o louva, como nós.”
LEIA TAMBÉM:
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
● Helicóptero da Globo é atingido ao vivo, transmissão é derrubada às pressas e âncora súplica: “Que tudo fique bem”
● Pela 1ª vez, ator da Globo, casado, fala sobre transar com outros homens e assume: “Muito livre”
● Globo se desespera com final de Alma Gêmea, coloca tudo em xeque e escala substituta fenômeno
A personagem mora em um apartamento comprado com propina, circula em carro importado, possui um mordomo esnobe, sai nas colunas sociais e se diz amiga íntima de seus ‘ídolos’. Essas cenas representam a prosperidade pregada por algumas igrejas.
+ Com alta audiência, “Cidade Alerta Rio” será esticado na Record
Essa prosperidade, por sua vez, é mostrada com futilidade, arrogância e ilicitude, que carregam as falas de Consuelo como forma de crítica a esse tipo de pessoa que, querendo ou não, faz parte de um grupo de telespectadores da emissora, a Globo.
A teologia da prosperidade, criticada pelo folhetim, curiosamente faz parte da pregação do bispo Edir Macedo, proprietário da Igreja Universal do Reino de Deus e da Rede Record, principal concorrente da Globo. Será que as críticas vão ter “troco”?