“Babilônia” debocha de teologia da prosperidade, carro-chefe da Igreja Universal

A personagem faz parte de uma crítica dos autores (Foto: Divulgação)

A personagem faz parte de uma crítica dos autores (Foto: Divulgação)

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A crítica religiosa voltou com tudo no horário nobre da Globo. Após a última polêmica relacionada ao tema, que aconteceu em 2008 com “Duas Caras”, de Aguinaldo Silva, agora é a vez de Gilberto Braga usar “Babilônia” para ironizar a classe.

Na trama, a personagem evangélica Consuelo Pimenta está representando os novos ricos, os obcecados por fama e os conservadores que usam a religião para justificar o preconceito contra contra pobres, gays, ateus e praticantes de outras religiões.

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Iludida pelo malandro Luís Fernando (Gabriel Braga Nunes), Consuelo lançou-se apresentadora de um programa de entrevistas com famosos na internet, com o dinheiro dos cofres da prefeitura, comandada pelo seu filho Aderbal (Marcos Palmeira).

As atitudes da personagem, como aponta o portal Terra, são uma crítica dos autores aos cristãos que apoiaram um boicote a Babilônia por conta do beijo gay entre Teresa (Fernanda Montenegro) e Estela (Nathália Timberg) no primeiro capítulo.

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A personagem é uma caricatura do radicalismo religioso e representa as acusações frequentemente feitas a alguns líderes evangélicos, como enriquecimento ilícito e o uso da mídia para manipular os fiéis. Ao ser questionada, a resposta soa como indireta.

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“Babilônia” enfrentou boicote após beijo gay (Foto: Reprodução)

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Perguntada se isso não seria vaidade, Consuelo dispara: “Vaidade é pecado. Ostentação, não!. Eu tenho objetivo oculto: exaltar as obras do Senhor. Mostrar aos nossos irmãos na fé que o Senhor recompensa com prosperidade a quem o louva, como nós.”

A personagem mora em um apartamento comprado com propina, circula em carro importado, possui um mordomo esnobe, sai nas colunas sociais e se diz amiga íntima de seus ‘ídolos’. Essas cenas representam a prosperidade pregada por algumas igrejas.

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Essa prosperidade, por sua vez, é mostrada com futilidade, arrogância e ilicitude, que carregam as falas de Consuelo como forma de crítica a esse tipo de pessoa que, querendo ou não, faz parte de um grupo de telespectadores da emissora, a Globo.

A teologia da prosperidade, criticada pelo folhetim, curiosamente faz parte da pregação do bispo Edir Macedo, proprietário da Igreja Universal do Reino de Deus e da Rede Record, principal concorrente da Globo. Será que as críticas vão ter “troco”?

Autor(a):

Twitter: @luccasmeddeiros Contato: lucasmedeirospaiva@gmail.com

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